Na Bolívia, padres são investigados por pedofilia

Saiba mais sobre o escândalo que abala o país

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O Ministério Público da Bolívia investiga pelo menos oito denúncias de pedofilia contra sacerdotes e papas da Igreja Católica.

Se informe sobre os fatos:

Em abril deste ano, os abusos sexuais cometidos pelo sacerdote jesuíta Alfonso Pedraja, falecido em 2009, foram revelados pelo jornal espanhol El País.

Os casos estavam descritos no diário pessoal do sacerdote entregue pela própria família.

O próprio religioso escreveu  ter “prejudicado muita gente (85?), gente demais” e confessou que era  protegido por clérigos superiores da Companhia de Jesus.

Ainda pelas informações, a maioria dos abusos teria sido cometido na Escola João XXIII, na cidade de Cochabamba, no centro do país.

O que você precisa saber:

Além dos crimes revelados no diário pela imprensa, o Ministério Público da Bolívia ainda recebeu pelo menos mais oito denúncias de abusos cometidos por religiosos no país.

Entre os denunciados estão, também, os padres espanhóis Luis María Roma, Alejandro Mestre e Antonio Gausset, todos falecidos. Outros denunciados estão vivos.

Ainda revelado ao Agence France-Presse (AFP), o ex-padre jesuíta Pedro Lima contou, na última sexta-feira (19), que os abusos sexuais também foram cometidos contra jesuítas em formação.

Ele disse que foi expulso da Companhia de Jesus em 2001, justamente por denunciar os abusos e agora voltou para a Bolívia para se juntar às denúncias no caso Pedrajas.

O que diz a Igreja Católica:

A Conferência Episcopal Boliviana expressou seu pesar dias depois de a imprensa divulgar o que foi encontrado no diário do sacerdote. 

“Como Igreja condenamos essas ações, nos solidarizamos com as vítimas que sofreram atos de abuso sexual, pedimos perdão”, disse ele em um comunicado.

E a Companhia de Jesus também já afirmou que estará à disposição da Justiça. Já a Igreja Católica boliviana confirmou a visita de um enviado do Vaticano, o sacerdote espanhol Jordi Bertomeu, a fim de tratar dos casos de abusos sexuais no país.

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Colaborador

Redação / Foto: iStock