Japonês, casado com personagem de anime, diz que seus sentimentos são “reais”

Entenda o que levou um homem de 38 anos a se casar com uma boneca

O japonês de 38 anos, Akihiko Kondo, se casou com uma personagem fictícia chamada Hatsune Miku, durante uma cerimônia não oficial em Tóquio. Após dois anos de “matrimônio” com a boneca sintetizada por computador, ele concedeu uma entrevista ao jornal The New York Times para contar o motivo de ter jurado “ser fiel até morte” a um objeto.

Quadro geral:

O caso de Kondo não é isolado, pois no Japão existem milhares de pessoas que, assim como ele, se casaram com personagens fictícios. Isso tem acontecido com mais frequência nos últimos dez anos, ainda que de forma não oficial.

E esta tendência é alimentada por uma indústria empenhada em satisfazer os desejos e caprichos desses “fãs”, resultando em dezenas de milhares ao redor do mundo que se unem em grupos online para falar sobre seus relacionamentos com personagens de anime, mangá e videogames. Elas possuem até nome e são chamadas de “fictossexuais”.

Por que isso importa:

Kondo afirma saber que o seu objeto de afeição não é real, porém conclui que seus sentimentos por ela são reais e para ele isso basta. “Quando estamos juntos, ela me faz sorrir”, disse. “Nesse sentido, ela é real.”

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E o que faz alguém preferir se autoenganar do que investir em um relacionamento real e com alguém de carne e osso? Porque relacionamento dá trabalho, exige sacrifícios, renúncia e disposição. E hoje em dia, as pessoas fogem disso, buscando facilidades.

O que analisar:

Como explicou Cristiane Cardoso,se você entrar em um relacionamento, você terá que ajustar muita coisa na sua vida. Por isso, é tão difícil um relacionamento funcionar hoje em dia. O mundo está egocêntrico. Ninguém sacrifica por ninguém. Ninguém faz nada por ninguém”, ressaltou ela.

Sendo assim, essa realidade vista no Japão é o reflexo de uma sociedade que olha, pensa e se preocupa apenas consigo. É o egocentrismo exacerbado e a carência insaciável que têm levado as pessoas, cada dia mais, a se isolarem, se autoenganarem e aceitarem qualquer coisa para saciar suas necessidades. 

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Colaborador

Isabel Tavares / Foto: Reprodução