thumb do blog Núbia Siqueira
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Experiência de uma esposa de pastor, em missão na Guiné-Bissau

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Imagem de capa - Experiência de uma esposa de pastor, em missão na Guiné-Bissau

Fomos enviados do Brasil para Guiné-Bissau, e durante 1 ano e 6 meses servimos em Bissau, capital do país. Ao meu ver, ela é bem desenvolvida, pois no período que lá estivemos havia energia elétrica e conseguimos encontrar tudo que precisamos.

É claro que não há itens específicos, como a linguiça calabresa que gosto tanto, alimento comum no Brasil, mas isto perde a importância diante da grandeza da missão que recebemos.

Mas, vou relatar sobre a experiência que estamos vivendo agora na província de Buba, que fica a 7 horas de viagem da capital. Embora não seja tão distante, é grande a diferença entre o interior e a capital, pois os recursos locais são bem limitados em diversos aspectos.

Na alimentação, as carnes disponíveis são peixe ou perna de frango, e há momentos que não temos nenhuma das opções. Para o “mata bicho” (como se fala café da manhã na Guiné-Bissau) temos pão com margarina ou pão com ovo. As frutas estão em falta nos últimos 2 meses, até a banana que é muito comum na feira, não temos no momento. Os legumes disponíveis são os da época, exceto batatas e cenouras que temos mais facilmente. Verduras e hortaliças são raros, a última vez que comi alface foi em janeiro e há pouco tempo tivemos couve por 1 semana.

Recentemente, tive a surpresa de encontrar salsicha e atum enlatado no mercado, artigos inusitados aqui na província. O papel higiênico vendido no armazém esgotou em março e até o momento não chegou mais.

Em Buba, não existe uma empresa que fornece eletricidade para a província, então usamos painel solar para produzir energia. Somos gratos por não vivermos no escuro, e além de termos luz, conseguimos ligar um ventilador e carregar os celulares. Mas, a energia disponível não é suficiente para alimentar equipamentos como geladeira, ferro de passar roupas, chapinha ou secador.

Aqui não tem padaria, açougue, lanchonete, restaurante, iFood, Uber, supermercado, lojas de roupas, sapatos ou roupas para cama, mesa e banho. A forma de se viver é muito diferente da que tive no meu país de origem. A vida na Guiné-Bissau, sobretudo na província, é muitíssimo simples: a roupa é lavada nas mãos, seca no varal e vem pro corpo. Vivemos sem luxo nenhum e isso é uma bênção!

Vivemos e somos muito felizes, porque estamos fazendo a Obra de Deus. Desde o início, nosso pedido é um só: simplesmente servi-lO! Este é o único desejo que carregamos.

De vez em quando, conhecidos nos ligam e perguntam: “Como é a Guiné, quais as dificuldades daí?” Sinceramente, embora as diferenças entre os países sejam reais, não escolhemos focar nelas, por isso, enxergamos nosso dia a dia de forma normal. Temos Deus e Ele é suficiente! Nos obstáculos escolhemos olhar para Ele, que em TUDO Se faz presente, em TUDO põe Sua Mão!

Somos muito gratos a Deus e, apesar de não ter as variedades ou abundância de recursos, Deus nunca nos desamparou. Acreditam que até máscara e creme para os cabelos Ele providenciou para nós? Sim! Recebemos este presente das esposas de Luxemburgo, que enviaram para nós, sem imaginar que eu estava mesmo precisando. Aproveito para agradecer a elas por este carinho.

Aqui, somos tão envolvidos com as necessidades da Sua Obra, com o compromisso de levar a Salvação para este povo tão sofrido, que nem percebemos o tempo passar. E ainda temos uma recompensa de grande regozijo na alma: vermos cada pessoa sendo liberta, curada e salva! É um privilégio fazer parte desta Obra! É maravilhoso viver para salvar! Deus é o nosso sustento!

Para não dizer que não sinto falta de absolutamente nada, se pudesse, eu gostaria de tomar banho de chuveiro com água quentinha. Embora o clima no país seja bem quente, nestes dois anos que estamos aqui ainda não me acostumei com a água gelada no banho.

Estas experiências me ajudaram a compreender que, ao longo da nossa jornada da fé, teremos situações que cada pessoa enxergará de modo muito particular. Afinal, o que é desafiador para você, pode não ser para mim. E uma dificuldade minha pode não ser difícil para você. Mas, tudo passa e, enquanto não passa, coopera para que a Sua Obra aconteça também em nós. O céu nos espera!

“Os seus caminhos são caminhos de delícias, e todas as suas veredas de paz.” Provérbios 3.17

Jeciane do Amaral Silva

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Colaborador

Núbia Siqueira