Você já foi ao oftalmologista?

Uma a cada cinco pessoas entre 18 e 24 anos nunca foi. Saiba como a consulta pode prevenir problemas como o glaucoma, que pode cegar

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Uma a cada cinco pessoas entre 18 e 24 anos nunca foi ao oftalmologista no Brasil e apenas 10% se consultaram com um especialista nesta área uma única vez na vida. É o que mostra a pesquisa Um olhar para o glaucoma, realizada pela Upjohn (divisão da farmacêutica Pfizer), em parceria com o Ibope Inteligência, com 2,7 mil internautas brasileiros de diferentes Estados. O estudo, divulgado no final do ano passado, também aponta que 25% raramente visitam o oftalmologista e que isso só ocorre se há algum incômodo nos olhos.

Outros dados: 37% não se preocupam com a perda parcial da visão e quase 80% não sabem que enxergar pontos pretos pode ser sinal de agravamento ocular. A pesquisa também demonstra que 30% acreditam que se deve procurar o oftalmologista só depois de começar a usar óculos e outros 23% somente depois de perceber alguma perda de visão. O levantamento mostrou ainda que 41% não sabem o que é o glaucoma e 53% desconhecem que ele causa cegueira irreversível.

A doutora Regina Cele, oftalmologista especializada em glaucoma, concorda que muitos não dão importância à realização de consultas oculares regulares. “A rotina dos exames oftalmológicos é fundamental, pois a maioria das doenças oftalmológicas é assintomática e só exames realizados frequentemente podem detectar algo que possa ameaçar sua visão”, explica.

De acordo com ela, é preciso manter regularidade nas consultas médicas em todas as faixas etárias. “A frequência depende se existem fatores de risco para desenvolver alguma patologia ocular, ou seja, se na sua família há presença de alguma doença oftalmológica. Para as crianças e os adolescentes, ainda mais nesse momento de aulas on-line e muita exposição aos dispositivos eletrônicos, talvez seja necessário que as visitas sejam semestrais.”

No caso de glaucoma, a frequência também deve ser observada. “Se você tem familiar cego pela doença e até quem tem glaucoma, orientamos pelo menos uma visita ao oftalmologista anualmente. O glaucoma é, infelizmente, a principal causa de cegueira e deficiência visual irreversível no Brasil e no mundo. Em 2020, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a projeção era de 76 milhões de indivíduos portadores da doença. Este número deve atingir a marca de 95,4 milhões em 2030”, alerta.

Regina explica que há incidência da doença em qualquer faixa etária: “nas crianças e adolescentes, ela é bem rara, mas existe. Nos adultos há um aumento da prevalência com o envelhecimento e as doenças sistêmicas. Os principais fatores de risco são pressão do olho elevada, idade avançada, alto grau de miopia, tratamento contínuo com esteroides (principalmente os colírios com corticoide) e descendência africana”.

Regina reitera que a melhor forma de prevenção é o exame de rotina, que deve ser feito, no mínimo, a cada ano. “O mais importante é sabermos que o glaucoma cega e, na grande maioria das vezes, não há aviso prévio nem sintomas.

Não deixe para depois. Marque uma consulta com o seu oftalmologista de confiança. A prevenção é sem dúvida nenhuma o método mais eficaz para cuidar da sua visão”, conclui.

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Colaborador

Eduardo Prestes / Arte: Edi Edson