‘Vivia assombrada, hoje tenho paz comigo mesma’, diz ex-prostituta

Amanda Mariana conta como saiu da prostituição e viu sua vida mudar depois que recebeu ajuda do projeto EVG Night, da Igreja Universal

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Quando Amanda Mariana, de 26 anos, topou entrar em um esquema de prostituição em São Paulo, ela tinha uma meta: casar com alguém que a tirasse da pobreza, obter luxo, viagens e ajudar financeiramente a família. Depois de sair de um casamento em que sofria violência física e psicológica, foi como garota de programa que ela pensou que daria a volta por cima. Não foi o que aconteceu.

Na época, com 24 anos, Amanda chegou a trabalhar em boates, apartamentos e sites de prostituição. Além de não conseguir ser feliz na nova realidade, ela passou a usar cocaína durante os programas, o que acabou se tornando um vício. O sonho de juntar dinheiro também foi ficando cada vez mais distante porque, segunda ela, “era um dinheiro que não ficava na mão”.

“Sempre tinha algo para pagar, era apartamento, cafetões… Em Indianópolis [bairro da zona sul de São Paulo] eu tinha que pagar a cafetina e, se eu não pagasse, não podia trabalhar, eram ameaças o tempo todo. Os cafetões não me deixavam sair sozinha, sempre saía acompanhada. Era uma vida de vegetação porque eu usava droga e trabalhava na boate, eu não dormia direito, não comia, vivia assombrada e com medo, cheguei a ser ameaçada de morte”, contou ao R7.

A oportunidade para mudar

A chance para mudar de vida não veio através de um de seus clientes, como ela imaginava que seria. Amanda já estava decidida a colocar um ponto final em sua vida quando, em uma noite de sexta-feira, conheceu o EVG Night, projeto que presta assistência para garotas de programa, e percebeu que poderia dar a volta por cima sem precisar se prostituir.

“O meu contato com o EVG Night foi quando eu me encontrava realmente no fundo do poço, pensando em me matar. Eu tinha feito uma oração e pedi pra que Deus me desse mais uma oportunidade. Eles me estenderam a mão, me proporcionaram uma ajuda, conseguiram um lugar pra eu morar e um emprego. Hoje o conhecimento que eu tenho no ramo de roupas aprendi em um trabalho que consegui através de uma das voluntárias”, relembra.

Os voluntários do projeto, que é um dos braços do grupo de evangelização da Universal, saem pelos grandes centros urbanos em busca de pessoas que estão em situação de prostituição e oferecem a elas apoio físico, social e espiritual. Segundo a Fundação Mineira de Educação e Cultura (FUMEC), cerca de 1,5 milhão de pessoas prostituem-se no Brasil.

“Grande parte destas pessoas não encontram outras maneiras de sobreviver, algumas não têm casa, família ou alguém com quem possam contar ou receber auxílio. Os voluntários que integram o grupo EVG Night oferecem a elas uma palavra de fé e esperança, além de ajuda social, mostrando que para tudo há uma saída e as vidas de todos podem ser transformadas”, afirma Francisco de Assis, responsável pelo projeto.

Uma nova mulher

Atualmente, Amanda é um das voluntárias do projeto e tem seu próprio negócio de roupas. “No EVG Night não fui julgada, pelo contrário, eles me aceitaram e não me criticaram pela escolha errada que eu tinha feito”, afirma.

“Hoje eu tenho paz comigo mesma, sou uma nova mulher, não sinto mais vergonha do meu passado, hoje o meu presente e meu futuro é fazer a vontade de Deus. Contei a verdade para minha família e eles me perdoaram, hoje eles me veem com bons olhos, me respeitam”, conta.

Recentemente, o EVG Night realizou uma ação em Várzea Grande, no Mato Grosso, onde prestou atendimento jurídico e ofereceu lanches e cuidados como aferição de pressão às dezenas de garotas de programa que estavam no local.

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Colaborador

R7 / Foto: Getty Images