Univer Vídeo realiza sessão de cinema acessível para surdos em parceria com o EVG Libras 

Cerca de 40 pessoas, entre jovens e adultos que frequentam a Universal e seus familiares, assistiram ao documentário “Ouvindo Everett"

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Apesar dos avanços da acessibilidade no Brasil, pessoas com deficiência ainda enfrentam muitas barreiras para alcançar a inclusão. Por exemplo, a adaptação das salas comerciais de cinema aos recursos de acessibilidade para pessoas com deficiência visual e auditiva. Prevista na Lei Brasileira de Inclusão, o cumprimento da exigência foi adiado mais uma vez, devido à pandemia e aos problemas de faturamento do setor, para 1º de janeiro de 2023.

Os recursos de acessibilidade, que algumas salas já aplicam, como a legendagem, a audiodescrição e Língua Brasileira de Sinais (Libras) são imprescindíveis para a inclusão social de cegos e surdos, garantindo igualdade de oportunidade à população com deficiência. Pensando nisso, neste domingo (24), aconteceu a primeira sessão de cinema gratuita acessível para surdos do Univer Vídeo em parceria com o grupo EVG Libras da Universal.

“Planejamos o evento em conjunto com a direção de conteúdo do Univer. Os surdos têm experiências incríveis quando assistem aos conteúdos de fé. O filme exibido, por exemplo, mostra que Deus não faz acepção de pessoas, Ele pode usar um surdo e fazer uma obra em sua vida. Além disso, eles são visuais. Então, os filmes chamam atenção deles, porque assim conseguem visualizar as ações do Espírito Santo; e temos o objetivo de levar a Salvação para eles”, disse a responsável pelo EVG Libras, Tuane Tércio.

“Ouvindo Everett”

O filme exibido foi o documentário “Ouvindo Everett”, disponível na plataforma Univer Vídeo. A saber, a obra relata a história da família Everett e da fundação da primeira casa e escola para surdos no México, chamada “Rancho Sordo Mudo”.

Aos 5 anos, Luke perdeu 80% da audição. Sua mãe aprendeu a língua de sinais para se comunicar com o filho e compartilhar histórias bíblicas com ele. Mais adiante, seu pai levou a família para o México a fim de ajudar crianças surdas em uma área desprovida de recursos. Uma história inspiradora que faz refletir sobre qual é o chamado de Deus para nossa vida.

O profissional em logística Douglas Miranda Fogaça, de 29 anos, foi um dos convidados que assistiram ao filme nesta sessão especial. Da mesma forma que ele se surpreendeu com a história, também aprendeu um importante ensinamento:

“Antes de assistir ao filme eu fiquei pensando como seria a história e como eu iria conseguir entender. Quando eu vi que tinha a língua de sinais e que, a cada cena, eu conseguia entender mais a história, fiquei muito admirado. Prestei atenção e fiquei pensando nos surdos em todo o mundo que não têm comunicação e como essa família se esforçou por eles no México. Aprendi que eu, mesmo sendo surdo, sou capaz. Não preciso ter vergonha, sou igual a todo mundo. Posso trabalhar, posso estudar, posso ser aquilo que eu quiser ser”, declarou.

Valorização

A exibição aconteceu no auditório do escritório do Univer Vídeo, localizado na zona leste de São Paulo. Devido à pandemia, foram respeitados o distanciamento e a lotação máxima estabelecidos pelas autoridades sanitárias, bem como todos os protocolos de higiene recomendados, por exemplo, o uso obrigatório de máscara de proteção individual. No caso dos tradutores, máscaras inclusivas – com visor transparente na altura dos lábios – para otimizar a comunicação.

A voluntária Pamela Camila, de 26 anos, foi a intérprete que auxiliou a equipe de reportagem do Universal.org com os entrevistados. Além de atuar como intérprete durante as reuniões na Universal, a jovem também é instrutora no curso que ensina a Língua Brasileira de Sinais (Libras) oferecido gratuitamente pelo grupo. De acordo com ela, essas ações mostram aos surdos e seus familiares, a importância e o valor que têm para a sociedade e para Deus.

“Muitos surdos não têm comunicação em sua própria casa, pela falta de conhecimento dos familiares, em não saber Libras. Por isso, ações como essa são muito importantes, mostram o valor que eles têm para nós e para nosso Deus, além de terem acesso à Palavra por meio de sua própria língua de sinais. Além da questão da inclusão, também há a questão de como essa história fascinante narrada no documentário pode despertar a fé deles”, relatou.

Transmitir a Palavra

Cerca de 40 pessoas participaram da sessão, jovens e adultos que frequentam a Universal, bem como seus familiares. Entre eles, a técnica de administrativo Pâmela Lins, de 31 anos. Ela estava muito agradecida pela oportunidade de assistir a um filme com acessibilidade em Libras, o que permitiu que entendesse bem a narrativa e aprendesse com a história da família.

“Eu fiquei muito feliz pela história e trajetória da família Everett. Eu percebi a empatia que eles tiveram com várias crianças surdas que não tinha comunicação, não sabiam a língua de sinais, e assim eles se esforçam para ensinar cada um deles”, contou Pâmela.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil conta com 10 milhões de deficientes auditivos. Além disso, uma pesquisa feita pela própria comunidade surda, em 2010, mostrou que apenas 1% conhecia a Palavra de Deus. Por isso, há quatro anos, o grupo EVG Libras transmite a Palavra e ensina os preceitos bíblicos e a fé prática aos surdos. Os voluntários do grupo atuam durante as reuniões fazendo a tradução simultânea (para quem assiste presencialmente ou pela televisão), oferecem cursos gratuitos de Libras e auxiliam nas ações sociais da Universal.

“Vendo as interpretações (em Libras) no Templo de Salomão, Deus me mostrou a importância daquele trabalho. Procurei o curso e a partir dali o contato e amor pelas almas dos surdos só aumentaram. A ação deste domingo veio para valorizar os surdos, mostrar a eles o quanto são capazes de conquistar o que quiserem e mostrar o amor de Deus por eles”, disse a voluntária Karini e Silva Pinal, de 28 anos, que auxilia nas interpretações e nos atendimentos.

É possível saber mais sobre o EVG Libras por meio do WhatsApp (11) 97302-0319 ou pela página oficial no Instagram.

Univer Vídeo

A saber, a plataforma Univer Vídeo já ultrapassou a marca de 7 mil vídeos, categorizados em cultos, palestras, filmes, séries, documentários, clipes musicais, desenhos e muito mais. Além disso, os conteúdos exclusivos também estão disponíveis em 7 idiomas. Ademais, acesse o site univervideo.com ou baixe o aplicativo.

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Colaborador

Michele Roza / Fotos: Demetrio Koch