Uma princesa guerreira

Em entrevista à Folha Universal, a atriz Carla Diaz conta detalhes sobre Melina, sua personagem em A Terra Prometida. A reportagem ainda relembra a história de Ester, uma das mulheres mais importantes da Bíblia

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Há algumas semanas, a nova fase da novela A Terra Prometida, da Rede Record, ganhou um núcleo cheio de maldade. O reino de Ai é composto de figuras como o insano rei Durgal (Roberto Frota), o ambicioso general Yussuf (Iran Malfitano), o cruel prefeito Kamir (Roberto Bomtempo) e a amargurada Ula (Rafaela Mandelli).

Os novos antagonistas já começaram a cruzar o caminho de Josué (Sidney Sampaio) e de seu povo. Em meio a tantos personagens traiçoeiros, a sonhadora princesa Melina, filha de Ula e Kamir, se destaca com seu perfil rebelde e romântico. É o que explica a atriz Carla Diaz, intérprete da nobre.

“A Melina tem uma personalidade muito forte. Ela representa essa luta contra uma sociedade machista. Ela tem voz ativa, é uma guerreira. Considero o perfil dela muito parecido com o das mulheres de hoje, que vão à luta por seus direitos”, afirma.

Contra o mal

Carla acrescenta que a princesa não aceita injustiças e se revolta até contra o pai. “O pai dela está armando a morte do próprio irmão para conquistar o trono e ela abomina isso. Ela é contra a violência e o abuso dos mais pobres, não vê graça em ver os outros sofrendo. É sensível e sonha em viver um grande amor”, diz.

Na televisão desde os 2 anos de idade, a atriz revela que interpretar uma princesa era um sonho antigo. “Já fiz diversos personagens em teatro infantil, mas nunca uma princesa. Quando era criança, assistia filmes de princesa e ficava fascinada, mas me identificava mais com as princesas que eram guerreiras, que iam à luta. Eu tenho um pouco disso, gosto de correr atrás do que quero, não fico esperando”, esclarece.

Medo superado

Para interpretar Melina, Carla escureceu os cabelos e colocou megahair para aumentar os fios. Ela também teve aulas de luta, espada e montaria. “Foi um megadesafio porque eu tinha trauma de cavalo desde a infância. Enfrentei o medo e hoje faço aulas de montaria e equitação”, relata. Ela revela que viu muitos filmes épicos para compor a personagem, além de documentários sobre a história do povo hebreu.

Romance com um hebreu

No reino de Ai, Melina enfrenta vários desafios. Após recusar se casar com o general Yussuf, a jovem é colocada na masmorra. Lá, ela recebe a visita do pretendente, que declara seu amor a ela. Melina se aproveita do sentimento do oficial e pede para ele convencer Kamir a libertá-la. Ela sai da prisão com a condição de se casar com Yussuf. “Claro que ela não aceita essa situação. No dia do casamento, Melina arma uma fuga e encontra Iru (Guilherme Boury). Não posso falar muita coisa, mas a história dos dois promete ter continuidade”, diz a atriz sobre o romance entre a cananeia e o hebreu filho de Calebe (Milhem Cortaz). A Terra Prometida vai ao ar de segunda a sexta-feira, às 20h30, na Rede Record.

A rainha corajosa da Bíblia

A personagem Melina não faz parte da Bíblia e foi criada especialmente para a novela A Terra Prometida.

Entretanto, o Livro Sagradoapresenta algumas histórias de mulheres nobres e cheias de atitude. Uma delas é a rainha Ester, que tem um livro bíblico totalmente dedicado à sua história.

Órfã de pai e mãe, a jovem Ester, que era israelita, foi criada pelo tio Mardoqueu. Já adulta, ela foi escolhida pelo rei Assuero para ser rainha. Ester manteve segredo sobre sua origem judaica até descobrir um plano de extermínio aos judeus promovido por Hamã, um dos homens de confiança do rei.

Para impedir que o plano se concretizasse, ela se arriscou e foi ao encontro do soberano mesmo sem ser convocada – a atitude poderia levá-la à morte. Ester disse: “se parecer bem ao rei, venha hoje com Hamã ao banquete que lhe tenho preparado” (Ester 5:4). Assuero aceitou o convite e mandou avisar Hamã.

Durante o banquete, o rei perguntou qual era o pedido de Ester. A rainha, então, foi paciente e sábia. Em vez de revelar às pressas o plano de Hamã, ela preferiu esperar o momento mais adequado para falar. A soberana convidou o rei e Hamã para um novo banquete.

Durante o segundo jantar, Assuero perguntou novamente qual era o desejo de Ester. Foi então que a rainha revelou sua origem e a ameaça a seu povo. O comunicado dela também foi feito com sabedoria. Ester escolheu bem cada palavra, mostrando ao rei que o plano de extermínio colocava a vida dela em risco. Ela não humilhou o rei por ter acreditado em Hamã, mas fez um apelo que o comoveu. “Porque fomos vendidos, eu e o meu povo, para nos destruírem, matarem, e aniquilarem de vez; se ainda por servos e por servas nos vendessem, calar-me-ia; ainda que o opressor não poderia ter compensado a perda do rei” (Ester 7:4). Depois disso, o rei perguntou quem era o opressor. Apenas nesse momento Ester revelou o nome de Hamã, que foi condenado à morte. Assuero também assinou um decreto permitindo que os judeus preparassem a defesa deles. Assim, o povo de Ester pôde ser salvo.

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Colaborador

Por Rê Campbell / Fotos: Munir Chatack