TikTok: rede social chinesa estaria banindo conteúdo cristão

Usuários têm denunciado censura de conteúdo sobre Deus e Sua Palavra na plataforma, enquanto conteúdos de apologia ao uso de drogas segue sendo divulgado

As redes sociais possibilitaram a democratização da informação. Com apenas alguns cliques uma pessoa pode compartilhar seus pensamentos, curiosidades e sua vida pessoal.

Contudo, alguns usuários do TikTok têm afirmado que seus conteúdos sobre Deus e o Senhor Jesus estão sendo censurados e algumas contas, inclusive, estariam sendo excluídas.

O portal cristão AoC Networking produziu um vídeo em que conta como seus vídeos tinham milhões de visualizações e, de repente, deixaram de ter o mesmo alcance.

Eles dizem que os “vídeos estavam recebendo várias centenas de milhares e até milhões de visualizações no aplicativo”. Contudo, de repente, tudo mudou.

“De repente, durante a noite, com um toque de botão carregávamos um vídeo e de repente, ele mal chegava a mil [visualizações]”, disse o grupo no vídeo, que foi publicado no YouTube. 

O grupo ainda destacou que o número de visualizações não corresponde a quantidade de seguidores que possui na plataforma. O AoC possui mais de 420 mil seguidores, mas seus conteúdos passaram a ser entregues a uma base de pouco mais de mil. 

“Estávamos apenas criando conteúdo inspirador sobre Deus, não é nem mesmo polêmico. {…} Estávamos apenas postando conteúdo bíblico encorajador”, afirma o grupo.

Segundo eles, quando se pronunciaram sobre o que estaria acontecendo com sua conta, outros criadores de conteúdos cristãos se manifestaram dizendo que o mesmo acontecia com eles. 

Alguns, inclusive, foram banidos da plataforma após publicarem conteúdos cristãos sob a alegação de que eles estariam compartilhando discurso de ódio.

Confira o vídeo completo do AoC Networking. Se for preciso, ative a legenda em português:

O que está acontecendo com o AoC e alguns outros produtores de conteúdo chama-se Shadowban.

O que é Shadowban?

Shadowban é uma forma da plataforma censurar o produtor de conteúdo, sem que ele seja expulso da plataforma.

Funciona da seguinte forma: a pessoa que está sob o Shadowban tem seu conteúdo entregue apenas a quem já o segue, quando é entregue. Deste modo, o alcance dos conteúdos compartilhados fica limitado e a rede não é ampliada, uma vez que o conteúdo não chega às pessoas que ainda não conhecem a conta que compartilhou o conteúdo.

O AoC ainda questionou que, enquanto conteúdos cristãos estão sendo banidos e censurados, vídeos de outras religiões e horóscopos, por exemplo, seguem sendo entregues aos usuários da plataforma. 

O fato é que crianças e adolescentes estão cada dia mais viciados em um ambiente que cada dia que passa, esconde ainda mais o Evangelho, enquanto conteúdos pornográficos estão sendo compartilhados sem restrições.

Uma investigação feita pelo The Wall Street Journal mostrou que o algoritmo do TikTok está expondo crianças a conteúdos sexuais e com apologia ao uso de drogas. Para o relatório “Como o TikTok entrega vídeos de sexo e droga para menores”, os repórteres do jornal criaram contas supondo que fossem usuários entre 13 e 15 anos se surpreenderam com o conteúdo entregue a essas contas. 

“TikTok atendeu uma conta registrada como um garoto de 13 anos de pelo menos 569 vídeos sobre uso de drogas, referências ao vício em cocaína e metanfetamina e vídeos promocionais para vendas online de drogas e parafernália. Centenas de vídeos semelhantes apareceram nos feeds de outras contas menores do Journal ”, diz o artigo. 

“O TikTok também mostrou aos usuários adolescentes do Journal mais de 100 vídeos de contas que recomendavam sites de pornografia pagos e sex shops. Milhares de outras pessoas eram de criadores que rotularam seu conteúdo como exclusivo para adultos. ”

Origem

O TikTok foi criado na China, país onde o cristianismo é amplamente perseguido. A rede social ficou famosa por promover vídeos curtos e com alto poder de entretenimento, principalmente aos jovens. A plataforma já passou de 1 bilhão de usuários e já se consolidou entre as redes sociais mais queridas pela população jovem.

Contudo, desde o início do sucesso mundial, especialistas de segurança alertavam sobre a segurança de dados da plataforma. Ano passado, o então presidente Donald Trump chegou a proibir o uso do aplicativo nos Estados Unidos afirmando que o aplicativo estaria sendo utilizado para espionar cidadãos americanos. 

A China é um país de regime comunista. Países comunistas vivem sob regimes absolutistas que têm como um de seus objetivos cercear liberdades dos indivíduos, inclusive, a religiosa. A perseguição não se limita à política, mas também à fé que é professada pelos cidadãos do país, principalmente a cristã.

Por lá, a perseguição contra cristãos é cada dia mais noticiada pelo mundo. Recentemente, noticiamos que o governo estaria tirando o auxílio governamental de pessoas que não negassem sua fé, destruindo igrejas em meio à pandemia, e prendendo pessoas que participavam de cultos domésticos. E esses são apenas alguns episódios.

Portanto, não é de se estranhar que conteúdos cristãos sejam censurados de uma plataforma de origem do país asiático, enquanto apologia ao uso de drogas e conteúdos sexuais sejam amplamente entregue aos usuários. 

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Colaborador

Rafaela Dias/ Fotos: iStock