Sobram vagas de trabalho para quem tem base matemática

Veja por que isso ocorre e como aproveitar as oportunidades que estão disponíveis no mercado

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O mercado de trabalho no Brasil tem disponibilizado cada vez mais vagas para profissionais cuja base de formação seja a

matemática. Um dos exemplos mais evidentes é o setor de tecnologia da informação, que cria, por ano, cerca de 160 mil vagas. Contudo, segundo levantamento da Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação, somente 53 mil (33%) delas são ocupadas. Em 2015, um estudo divulgado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) já apontava que 75% dos diplomas emitidos no Brasil eram da área de humanas, enquanto apenas 10% se relacionavam a cursos da área de exatas.

A conta dessa defasagem parece ter chegado, mas não para por aí. Em 2019, por exemplo, apenas 365 brasileiros receberam o diploma superior de matemática, enquanto 124,4 mil se formaram em pedagogia e 121,2 mil em direito, de acordo com o Censo da Educação Superior daquele ano. Outro levantamento, divulgado em janeiro deste ano, encomendado pela CNN Brasil e feito pelo Google, mostra que, para 20% dos entrevistados, humanas é a área de estudo que mais interessa aos estudantes.

Contudo, na prática, o que se vê é que há cerca de três vagas de trabalho para cada profissional com base matemática.

Para Rodrigo Alves, CEO da Veduca, plataforma gratuita de educação, há uma carência de profissionais com formação em exatas. “Milhares de vagas estão abertas no País na área de tecnologia da informação e as empresas estão disputando profissionais no mercado que tenham a base de matemática/lógica e conhecimentos de programação, algoritmos ou dados.

As vagas estão em alta para cientista de dados, estatístico, matemático, engenheiro de algoritmos, desenvolvedor e especialista em criptografia”, cita.

Cris Santos, CEO e founder da BrainFit, consultoria de recursos humanos e gestão de negócios, afirma que a grande oferta se deve ao fato de que mercado está cada vez mais tecnológico: “esses profissionais estão ganhando mais espaço e várias possibilidades surgem para colaborar com a produção de equipamentos ou implementações de sistemas de software, inclusive áreas de estratégia de negócios, estatística e outras como pesquisa acadêmica, finanças e investimentos, consultoria, seguros e atuária, educação e treinamento e pesquisa operacional”.

Entretanto, Cris diz que para ocupar as vagas não é preciso ser um gênio ou ter um dom especial. “Embora algumas pessoas possam ter uma afinidade natural com a matemática, a maioria das habilidades necessárias para essas profissões pode ser adquirida por meio de estudo, prática e dedicação. O fundamental para ter sucesso nessas carreiras é uma sólida compreensão dos conceitos matemáticos relevantes. O desenvolvimento de habilidades como raciocínio lógico, resolução de problemas e pensamento crítico é tão importante quanto o domínio específico de conceitos matemáticos”, analisa.

Segundo Alves, há universidades que podem ser referência para quem quer investir nessa área: “instituições renomadas como USP, UFSCar, Unicamp, Unesp, PUC, dentre outras. Quem está iniciando na área pode se capacitar em cursos gratuitos do site veduca.org e também pode buscar vagas e programas de estágio no site estagioonline.com, que possui parceria com grandes empresas”. Ele ainda dá uma estimativa sobre os salários da área: “o salário médio de um matemático no Brasil é de R$ 8.071, podendo chegar a R$ 14 mil, em nível sênior em uma grande empresa ou multinacional”.

Elaine Galdino, especialista em recrutamento, seleção, treinamento e desenvolvimento e gestora de recursos humanos na empresa Kumon América do Sul, fala dos processos seletivos. “Os testes aplicados variam de acordo com a posição e o cargo a ser ocupado, a área de atuação e a descrição de atividades. De forma geral, os testes que normalmente estão presentes são de raciocínio lógico, análise, perfil comportamental, dependendo da posição, e integridade – este último está relacionado a identificação com o fit cultural da empresa”, diz.

Ela também aconselha que o profissional cultive bons relacionamentos com pessoas que atuam nas áreas de interesse. “É importante manter atualização em relação às mudanças e inovações do mercado por meio de cursos e leituras, ter um perfil atualizado no LinkedIn com palavras-chaves referentes ao conhecimento adquirido, experiências e habilidades; e ter disciplina, força de vontade, dedicação e iniciativa para estudar para se tornar um profissional requisitado no mercado, independentemente da sua idade ou geração, pois para o conhecimento não existem distinção de idade nem de sexo”, conclui.

Mais oportunidades
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Colaborador

Eduardo Prestes / Foto: Yuri Arcurs/getty images / Arte: Edi Edson