Prostituição, drogas e um imenso vazio lhe tiraram o desejo de viver

Conheça a história de Brenda Silva e saiba como ela encontrou razão para viver quando tudo parecia estar perdido

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A autônoma Brenda Maria de Lemos Silva, de 27 anos, nasceu no Rio de Janeiro e conta que teve uma infância humilde e sem estrutura familiar, por causa dos vícios do pai: “a situação ficou insustentável e minha mãe veio para São Paulo comigo e minha irmã”.

Na capital paulista, a mãe de Brenda precisava trabalhar para levar sustento às filhas e as deixava com familiares. Nesse período, ela teve crises de ansiedade e depressão. “O meu sentimento de vazio começou na infância, pois eu não via mais meu pai e minha mãe trabalhava muito. Aos 13 anos passei a sair, conheci as drogas e as bebidas”, conta.

Novo teto, problemas antigos
Com 16 anos, ela foi morar com um rapaz com quem teve uma filha. Entretanto, ele se tornou alcoólatra e passou a agredi-la. “Ele chegava de madrugada, falava que mataria a mim e a minha filha.

Nos agredíamos fisicamente e não havia mais respeito dentro de casa. Passei cinco anos lutando por nosso casamento sozinha. Resolvi ir embora e, quando eu estava colocando tudo dentro do caminhão, ele falou que eu passaria fome e voltaria”, afirma.

Tendo apenas a filha como companhia, ela tentou arrumar emprego em padarias e com limpeza, mas, sempre que conseguia, algo dava errado.

Foi quando ela conheceu a vida noturna: “comecei a trabalhar à noite em eventos e conheci um rapaz que me apresentou à dona de uma boate como garota de programa. Durante um mês ele ficou insistindo para que eu falasse com ela e a dona da boate me mandava mensagens. Eu resisti e falei que aquilo não era para mim. Porém, um dia antes do aniversário da minha filha, aceitei, pois queria dinheiro para sair com ela e para comprar comida. Eu falei que seria só aquela noite, mas a situação se arrastou por três anos”.

Ela conta que, daquela noite em diante, sua vida despencou ladeira abaixo. Ela só pensava em levar dinheiro para casa e, para fazer os programas, usava muita droga. Sua filha passou a morar com a avó e ela a visitava apenas nas ocasiões em que levava dinheiro. “Eu me lembro que, muitas vezes, no banho, eu me esfregava com força para tentar limpar a sujeira da noite e de homens diferentes com os quais eu convivia. Eu me sentia muito mal e suja. Eu pensava que tinha nascido para ser infeliz. Eu queria mudar de vida, cuidar da minha filha e largar as drogas, mas não tinha forças”, declara.

Ela não estava sozinha
Embora se sentisse sozinha, essa não era a realidade de Brenda. Seu avô frequentava a Universal e apresentava a neta para Deus em suas orações e propósitos por mudança de vida. Brenda diz que sabia que o avô lutava por ela e que, de repente, o vazio que existia dentro dela se tornou insuportável, a ponto dela chorar enquanto estava com clientes.

Um dia, depois de fazer 17 programas, machucada e com dores, ela decidiu sair daquele lugar. “Me ajoelhei e falei para Deus que, se Ele existisse, que me tirasse dali, pois, se eu não conseguisse sair, tiraria minha vida, porque já não aguentava mais. Eu morava na boate e escutava uma voz que me falava: ‘para você não tem mais jeito. Você é um lixo! Olha com quantos homens você já dormiu na vida’.”

Brenda revela que “sentia que era uma vergonha para minha família e minha filha e decidi me matar. Planejei comprar crack para ter coragem de me atirar de uma ponte”, relata.

Em um dia de fevereiro de 2019, a caminho do lugar onde compraria a droga, Brenda foi evangelizada por um rapaz que disse que a levaria para um lugar onde ela encontraria paz. “Quando ele falou que era a Universal, eu resisti porque não gostava da Igreja. Ocorreu uma guerra na minha mente. Eu já tinha tentado de tudo e todas as portas de mudança de vida estavam fechadas para mim, mas decidi tentar mais uma”, recorda.

Na Igreja, desesperançada, ela se sentou no chão do banheiro e uma obreira a acalmou, dizendo que existia uma oportunidade para que ela mudasse de vida. “Ela pegou na minha mão e me levou até o Altar. Eu estava esperando outras atitudes dentro da Igreja e não que seria amada. Eu, uma garota de programa com roupas curtas, pensei que seria rejeitada, mas fui amada e acolhida. Ali vi Deus me ajudando por meio daquela obreira. Eu pedi forças para Deus, para que eu pudesse continuar firme na minha decisão”, cita.

Mudança real
Frequentando as reuniões durante o processo de libertação, a Voz de Deus falava em sua mente. “Deus me cobrou por ainda ter contatos de clientes. A princípio, eu tinha medo de apagá-los, pois achava que precisaria deles. Então decidi confiar em Deus e me entregar completamente. Quebrei o chip do meu celular e me desfiz das roupas de garota de programa. Só fiquei com três peças do guarda-roupa. Decidi confiar e buscar o perdão de Deus, pois eu carregava muita culpa”, conta.

Depois de abandonar o pecado e se batizar nas águas, ela recebeu a garantia de que não voltaria para a vida velha: o Espírito Santo. “Fui perdoada por Deus e ali começou minha trajetória de transformação. Logo tive a certeza de que nunca mais voltaria para o lugar de onde Deus me tirou. Nem que eu passasse dificuldades. Decidi confiar em Deus. Em uma quarta-feira à noite, recebi o bem mais precioso que eu tenho, que é o Espírito Santo. Passou um filme na minha cabeça. Lembrei de quando me ajoelhei na boate pedindo para Deus me ajudar. Ele mostrou que estava comigo o tempo todo. Me senti amada e filha, recebi uma paz permanente e forças para seguir. Meu interior mudou.”

Ela ressalta que restaurou o convívio com a filha, que hoje mora com ela, e que passou a se dedicar no Grupo de Evangelização: “pela misericórdia de Deus, eu evangelizo garotas de programa que estão na mesma situação que eu estive. Dou graças a Deus por ter encontrado a porta da Universal aberta para me ajudar. Foi a última porta em que busquei ajuda e encontrei. Agora só saio daqui para os Céus. Hoje, com o Espírito Santo, minha vida é completa. Não necessito de nada do passado porque Deus está comigo 24 horas por dia. Ele é meu Pai, o Amigo que me fortalece diante das lutas e me deu uma nova vida”, finaliza.

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Colaborador

Kelly Lopes / Foto: cedida