O Governo espanhol publicou na quarta-feira (13) o “Estudio Nacional de Sero-Epidemiologia de la Infección por SARS-CoV-2 en España”. Uma pesquisa sobre a forma como a pandemia se apresentou no país até o momento.

A pesquisa foi conduzida pelo Ministério da Saúde e pelo Ministério de Ciência e Inovação da Espanha, além do Sistema Nacional de Saúde do país.

Um dos números que mais chamou atenção dos especialistas foi o de pessoas que foram infectadas pelo novo coronavírus enquanto estavam na quarentena: 6,3% dos entrevistados. Isso é 1% a mais do que as pessoas que foram infectadas enquanto trabalhavam, por estarem empregadas em serviços essenciais (5,3%).

O microbiologista, professor de Medicina e especialista em doenças infecciosas Didier Raoult, um dos especialistas mais premiados da França, publicou em sua conta do Twitter:

“Estudo do Governo sobre a soroprevalência da COVID-19 na Espanha: entre os trabalhadores, aqueles que tinham uma ‘profissão essencial’ e continuavam trabalhando eram menos infectados do que aqueles que ficavam em casa. Isso deve levar a uma reflexão sobre o papel do confinamento geral”.

Considerando apenas os homens infectados, a diferença mantêm-se em 1% (6,1% e 5,1%). Considerando mulheres, a diferença é um pouco menor (6,6% e 5,7%). Em ambos os casos, pessoas que estavam em casa foram mais infectadas do que quem estava trabalhando.

Para Raoult, esse equilíbrio demonstra que o confinamento social não teve o desempenho esperado pelas autoridades espanholas. Por isso, a partir de agora, é necessário levar em conta esses números em qualquer discussão a respeito do isolamento social.

Outro número que ganhou destaque ao ser divulgado essa semana é o do prejuízo que o Brasil está tendo semanalmente durante a quarentena: R$ 20 bilhões. Clique aqui e leia mais sobre isso.