“O que um dia a depressão me tirou, Deus transformou e me deu muito mais”

Com a morte do irmão, Ingrid Otaviano enfrentou um sofrimento desmedido. Saiba como ela se livrou dessa dor

Imagem de capa - “O que um dia a depressão me tirou, Deus transformou e me deu muito mais”

A cabeleireira Ingrid Otaviano, de 23 anos, conhece a Universal há oito anos. Desde muito jovem, ela observava a situação do irmão, que se envolveu no mundo do crime e foi detido duas vezes. Uma semana depois de sair da detenção, ele foi assassinado. “Eu tinha 9 anos quando ele faleceu”, recordou. “Depois da morte dele, eu e minha família tivemos depressão. Primeiro aconteceu com a minha mãe e a minha irmã. Eu era muito nova, não sabia o que estava acontecendo e não entendia por que minha mãe não ligava muito para mim. Era como se, junto com o meu irmão, eu também tivesse perdido minha mãe. Eu achava que ela gostava mais dele do que dos outros filhos e não entendia que ela também precisava de ajuda”, contou.

O irmão de Ingrid era o filho mais velho. A mãe dela engravidou aos 19 anos, foi mãe solteira e enfrentou desafios e situações difíceis para criá-lo. “A base da minha família, que é a minha mãe, foi totalmente abalada. Ela era minha base e a maior referência. Aquela mulher forte, alegre e feliz passou a viver trancada no quarto sem querer ver ninguém e sem ânimo para nada.”

Não demorou para que Ingrid também apresentasse quadros depressivos. “Por não ter minha mãe tão presente, fui crescendo revoltada. Eu ia mal na escola e escrevia cartas para meu irmão falecido em que desejava minha própria morte”, disse.

O vazio que sentia aumentava à medida que ela crescia. “Eu não me dava bem com meus familiares e passava a maior parte do tempo sozinha. Me envolvi com más amizades, passei a frequentar festas, entrei em relacionamentos conturbados e, apesar de fazer tudo para suprir a falta, desejava morrer o tempo todo. Eu tinha momentos de alegria, mas, em casa, o vazio permanecia e era real.”

A situação com a família era sempre difícil. “A convivência era insuportável. Não havia diálogo entre nós. As brigas eram diárias e minha mãe passava dias na cama, chorando. Ela procurou ajuda profissional e vivia à base de remédios. Eu queria fugir daquele ambiente, me tornei uma pessoa difícil de conviver, intolerante e indiferente aos meus familiares. Eu era uma pessoa triste e não conseguia ter nenhuma perspectiva, me sentia inferior a todo mundo e não encontrava motivos para viver. Lembro que houve um dia em que, depois de brigar com meus pais, sentei no chão do meu quarto e falei para Deus que não aguentava mais. A angústia era tão grande que eu só conseguia chorar.”

MUDANÇA
O convite para conhecer a Universal foi feito por uma vizinha. “Eu fui. Me lembro como se fosse hoje: era uma quarta-feira e tinha acontecido uma chacina na rua em que eu morava. Eu tinha perdido um amigo naquele dia. Eu não conseguia parar de pensar naquela reunião, especificamente no momento da busca ao Espírito Santo. Acho que nunca tinha tido um contato tão íntimo com Deus. Saí de lá aliviada, leve. Para vencer o vazio, reconheci que precisava de ajuda e que meu problema era espiritual. Pouco a pouco, aquela angústia foi saindo de mim, já não sentia desejo de morrer e minha mente começou a mudar. No lugar daquele vazio gigante, nasceu um desejo ardente de conhecer a Deus”, detalhou.

NOVA VIDA
Quando ela recebeu o Espírito Santo, durante um Jejum de Daniel, em 2015, tudo mudou. A dor cessou e o vazio foi preenchido pelo próprio Deus.

“Posso dizer que sou realizada em tudo na minha vida. A depressão, a angústia, as mágoas ou o desejo de morrer já não existem mais. Quero viver para provar mais dEle na minha vida. Hoje tenho minha profissão, moro sozinha, mas não me sinto sozinha, pois tenho a plena certeza de que Ele está comigo, me sustentando durante todos esses anos de caminhada. Tenho prazer de falar o que Ele fez em mim para que outras pessoas O conheçam e desfrutem da vida feliz que tenho. Amo minha família e minha mãe é minha melhor amiga. Estar com ela me faz muito bem. Depois de relacionamentos frustrados, namoro um homem que me respeita e me valoriza. Enfim, o que um dia a depressão me tirou, Deus transformou e me deu muito mais e melhor”, finalizou.

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Colaborador

Flavia Francellino / Foto: Guilherme Branco e Cedida