Gasolina: saiba o motivo de tantos aumentos e como economizar

Especialistas esclarecem os reajustes divulgados pela Petrobras e explicam por que o Brasil importa petróleo

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Está difícil não levar um susto ao abastecer o automóvel. A impressão que se tem é que toda semana (ou mais de uma vez ao longo dela) os preços dos combustíveis são alterados, sempre para um valor ainda maior. De acordo com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o litro da gasolina sofreu uma elevação de 19,8% neste ano, já os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que o aumento foi ainda maior: 31,09%.

Mas a gasolina não foi a única que sofreu uma disparada de preços. O valor do diesel, combustível essencial para o abastecimento dos caminhões, teve aumento de 24% entre janeiro e agosto de 2021, de acordo com o IBGE, e o gás de cozinha (GLP) subiu 23,8%.

Esses índices de aumento não preocupam apenas os motoristas, mas toda a população brasileira. Isso porque, antes de chegar ao consumidor final, qualquer produto precisa ser levado à loja, ao supermercado ou aos demais estabelecimentos comerciais e os combustíveis são usados para isso. Os custos, evidentemente, são repassados aos clientes de forma geral. Logo, esse assunto interessa e preocupa a todos.

Assim, o governo federal adota transparência ao falar à população sobre o assunto. Recentemente, o presidente Jair Bolsonaro explicou que “o que pesa no preço dos combustíveis é o ICMS”. Entenda a relação do imposto com a gasolina no infográfico ao lado.

É preciso ressaltar que o valor dos derivados do petróleo e da gasolina é resultado de uma equação que conta com cinco fatores (veja mais detalhes na ilustração ao lado): o imposto sobre circulação de mercadorias e prestação de serviços (ICMS), um tributo estadual; os impostos federais (Confis, Pis/Pasep e Cide); o valor do etanol que está presente em sua composição; o custo e lucro das distribuidoras e revendedores; e o “preço de realização da Petrobras”. Esse “preço de realização” é a única parcela cobrada pela companhia e varia em razão do preço do barril de petróleo e do dólar.

Muitos questionam o porquê de o Brasil comprar o petróleo do exterior se, em seu território, há uma reserva. A economista Gabriela Cristina Dias Pais destaca um dos motivos: “o produto brasileiro está em estado bruto e o Brasil ainda não tem capacidade de refinar esse petróleo, que acaba sendo enviado para o exterior”.

Segundo o economista Rogério Tineu, uma das formas para minimizar a instabilidade no preço dos combustíveis seria a criação de um fundo para manutenção do preço, modelo que já existe em outros países. “Assim, se evitariam flutuações para baixo ou para cima do preço do combustível. Esse fundo seria criado a partir de parte dos dividendos e dos royalties (porcentagem sobre o lucro ou sobre o preço de venda no mercado) que os Estados recebem”, detalha o especialista.

Entenda mais sobre o assunto lendo as informações abaixo e nos boxes na página ao lado.

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Colaborador

Cinthia Cardoso / Arte: Edi Edson