Estudo mostra que letalidade da COVID-19 é mais baixa do que anunciado anteriormente

Resultado da pesquisa cria também mais ceticismo sobre restrições agressivas

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Estudo recém-publicado por renomado epidemiologista norte-americano mostra uma taxa de letalidade por infecção do novo coronavírus muito menor que os cerca de 4% previstos anteriormente. Segundo os cálculos do levantamento do professor da Universidade Stanford, nos Estados Unidos, John Ioannidis, na média, morrem 0,23% das pessoas que contraem o vírus.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), há duas medidas para calcular a proporção de indivíduos que apresentará desfecho fatal diante da doença. A taxa de letalidade de infecções (IFR), que estima a proporção de mortes entre todos os infectados. E, a taxa de letalidade de casos clínicos (CFR) que avalia a proporção de mortes entre os casos confirmados —  que pode variar entre os países, de 0,1% a mais de 25%.

No mês de agosto, em declaração feita pela chefe do Departamento de Doenças Emergentes da OMS, Maria Van Kerkhove, o órgão estimava que a taxa real de letalidade da COVID-19 estivesse em 0,6%, conforme número estimado de óbitos por casos de infecção pelo vírus, mesmo os não diagnosticados em testes. À época, a porcentagem de 4% referia-se aos 686 mil falecimentos dentre os cerca de 17 milhões de casos.

Ainda segundo Ioannidis, em entrevista a um jornal impresso brasileiro, uma taxa de letalidade mais baixa é uma boa notícia. E, cria também mais ceticismo sobre restrições agressivas. Pois, há menos a ganhar comparado aos custos dessas medidas. Co-diretor do centro de inovação em pesquisa da mesma instituição onde atua como professor, o epidemiologista tem dedicado boa parte de seu tempo a projetos sobre a COVID-19.

Revezes do isolamento

O isolamento social foi uma das medidas restritivas utilizadas contra a COVID-19 desde quando, em meados de março deste ano, a OMS decretou a pandemia. Entretanto, as restrições drásticas de quarentena também trazem inúmeros revezes de aspecto comportamental, social e econômico à população em geral.

No Brasil, por exemplo, em relação à saúde e ao bem-estar do indivíduo e da família, durante a pandemia, muitos deixaram de passar por agendamentos ou abandonaram tratamentos que já estavam em andamento. O índice de casos de depressão e ansiedade também dispararam. Ademais, pais deixaram de levar os seus filhos ao médico. O número de consultas e atendimentos em pronto-socorro, por exemplo, diminuíram drasticamente. Leia aqui.

Além disso, o número de divórcios consensuais cresceu. Entre maio e julho de 2020, o índice foi de 54%, registrado pelo Colégio Notarial do Brasil (CNB/CF). No total, foram 7.213 matrimônios encerrados. Antes dessa data, já na quarentena, outros 4.641 casais se divorciaram entre março e junho. Crescimento considerável em relação ao número de divórcios de 2019. Confira.

A saber, no País, o desemprego atingiu a marca de 14,4% na última semana do mês de setembro. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ao todo, são 14 milhões de desempregados no Brasil e esse número vem crescendo. Saiba mais.

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Colaborador

Redação / Foto: Getty Images