Em ataque de ódio, manifestantes picham duas Igrejas Universal na Bahia

Ainda assustadas, as pessoas que estavam no local contaram com detalhes o que aconteceu

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No último dia 18 de junho, duas Igrejas Universal, localizadas no bairro do Lobato, na cidade de Salvador (capital da Bahia), foram vítimas de um ato de intolerância religiosa.

O Pastor Hugo Carlos, responsável por uma das igrejas atingidas, contou à jornalista Ana Carolina Cury, do Universal News, da Rede Aleluia de Rádio, que o crime aconteceu em meio à uma marcha chamada “Incomode”.

“O que seria contra o ‘genocídio, extermínio, encarceramento em massa à juventude negra’, vejam a ironia: eles manifestavam, também, contra a intolerância religiosa, mas o que nós vimos foi um discurso de ódio e intolerância presenciados pelos nossos membros. Eles foram impedidos de entrar e sair da igreja. Nossos muros foram pichados com as frases do tipo: ‘fogo nos racistas; reaja: exu não é diabo; respeite o nosso sagrado’”, destacou o Pastor.

A passeata também se dizia contra atos de feminicídio e o LGBTfobia. Em meio à bagunça criada pelos manifestantes, membros da igreja os abordaram para que eles não pichassem os muros.

“Porém, eles disseram que iam pichar, ‘sim’. Nos sentimos ameaçados e constrangidos. No mesmo instante, ligamos para a Polícia Militar. Após o ocorrido, liguei para o Pastor Fábio Toledo (que cuida da outra Universal no bairro) para avisá-lo do ocorrido, pois os manifestantes estavam indo em direção à Igreja que ele cuida”, relembrou o Pastor Hugo.

Outro ataque

Ao saber do ocorrido, o Pastor Fábio fechou rapidamente as portas da Igreja, a fim de proteger os membros do ataque de ódio. “Corremos, trancamos o estacionamento da igreja.  Lá fora, eles ficaram gritando e também picharam o nosso muro”, contou.

O Pastor Fábio fez questão de dizer que ficou bastante triste com essa atitude, afinal, “como pode eles nos acusarem de intolerantes, se fomos nós os agredidos? Eu gostaria de deixar um recado a essas pessoas: que respeitem o próximo, porque quem quer respeito, precisa respeitar!”, defende.

Jovem perseguida no ônibus

No mesmo dia, a recepcionista Gláucia da Silva Teixeira, que é membro da Igreja e estava usando uma camiseta do grupo Força Jovem Universal (FJU), foi seguida por alguns manifestantes.

“Durante a viagem de ônibus, os manifestantes ficavam me olhando o tempo inteiro, tentando me intimidar. Quando eu desci, um deles veio atrás de mim e perguntou o que eu havia achado da atitude que eles tomaram. Eu fiquei com muito medo, porque eu não sabia qual era a intenção deles. De repente, podiam tentar fazer algo comigo”, descreveu a jovem.

Após o ato, os ativistas publicaram fotos de suas pichações nas redes sociais, como se aquilo representasse o sucesso da mobilização.

Preconceito religioso

Esse ocorrido levanta um debate importante a respeito do preconceito religioso, porque ele não acontece apenas com religiões de matriz africana, como muitos pensam.

O historiador e professor Jackson Miranda analisou o atentado ocorrido na Universal em Salvador e afirmou que, para ele, há uma clara motivação política por trás das ações.

“Leva-nos a especular que se trata de uma ação de ativistas políticos de esquerda. É típico desses ativistas acusar os outros daquilo que eles são, ou seja, intolerantes. E não é incomum se referirem aos cristãos, em especial os evangélicos, com termos pejorativos. A pichação da Igreja na Bahia nos faz questionar se, realmente, estamos em um país livre”, enfatizou.

Para denúncias: Disque 100

O porta-voz da Assessoria de Diversidade Religiosa do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Thiago Garcia, reforça que intolerância religiosa é crime e que boa parte das vítimas não procura os órgãos para denúncia. Por isso, é importante denunciar atos de intolerância religiosa, como esse que aconteceu contra a Universal.

“As denúncias recebidas na Ouvidoria – no Disque 100 – são analisadas, tratadas e encaminhadas aos órgãos responsáveis. Essas denúncias podem ser anônimas ou quando solicitado pelo denunciante, é garantido o sigilo da fonte das informações”, explicou Thiago.

Vale lembrar que o Disque 100 funciona 24 horas por dia e as ligações podem ser feitas de todo o Brasil por meio de discagem direta e gratuita.

Nada a Perder 2 abordará perseguição contra a Igreja

Em um dos trechos do Filme Nada a Perder 2 – a segunda parte da trajetória do Bispo Edir Macedo, que entrará em cartaz nos cinemas de todo o Brasil em 15 de agosto próximo -, tais perseguições contra a Universal serão retratadas.

O filme acompanha os acontecimentos mais importantes da história do líder e fundador da Universal até a inauguração do Templo de Salomão.

Assista abaixo a matéria exibida recentemente pelo Jornal da Record:

 (*) Com informações e entrevistas da jornalista Ana Carolina Cury

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Colaborador

Redação (*) / Foto: Cedida