Eli perdeu de vista o que Deus esperava dele

Escolhido como sacerdote e juiz de Israel, Eli não sabia o quanto desprezava a Deus até que a sentença que recebeu revelou sua real condição espiritual

Quem acompanha a série Reis, superprodução da Record TV, tem visto, nesta primeira temporada, como estava a condição espiritual do povo de Israel durante o período da liderança de seu penúltimo juiz, Eli (interpretado por José Rubens Chachá). Ele era o sumo sacerdote e, por isso, exercia a liderança espiritual sobre o povo. Porém, seus dois filhos, Hofni (Vinicius Redd) e Fineias (Edu Porto), que também eram sacerdotes, faziam o que era mau aos olhos de Deus.

Em um primeiro momento, pode-se pensar que, então, o maior problema de Eli estava relacionado a seus filhos, mas não. Seu maior erro foi sua conivência com o que não era certo. Entretanto, para entender a gravidade de sua atitude, temos que saber a função do sacerdote e o que Deus esperava dele.

Separados por Deus
Na divisão da Terra Prometida, a tribo de Levi foi separada por Deus para servi-Lo perpetuamente no tabernáculo e, por isso, não receberia porção de terra, pois o Senhor seria sua porção e herança. Assim, cada levita (palavra que deriva do hebraico “lewi” e que significa atar ou unir) foi separado para que, por meio de uma vida de Santidade ao Senhor e do serviço sagrado, levasse o povo a se unir a Deus.

Vale lembrar que esta designação divina foi feita em resposta à postura que a tribo teve logo depois da saída do Egito, ainda no deserto, quando foi contra a idolatria (você pode ler a história completa no capítulo 32 do livro de Êxodo).

Posteriormente, o Próprio Deus definiu que Arão (irmão de Moisés, ambos da tribo de Levi) e seus filhos serviriam ao Altíssimo como sacerdotes e somente ele e seus descendentes exerceriam tal função. O sumo sacerdote era o mediador entre Deus e o povo, cabendo a ele apresentar as ofertas no Altar, oferecer sacrifícios agradáveis e expiatórios e ensinar as leis Divinas, possibilitando que o povo crescesse em santidade e conhecimento de Deus.

A Decepção
No entanto os filhos de Eli faziam justamente o contrário do que deveriam fazer: roubavam as ofertas que o povo oferecia e, além disso, mantinham relações sexuais com as mulheres que se ajuntavam à porta da tenda da congregação. Nas Sagradas Escrituras eles foram classificados como “filhos de Belial”, que significa dizer filhos do mal, da perversidade: “Era, pois, muito grande o pecado destes moços perante o Senhor, porquanto os homens desprezavam a oferta do Senhor” (1 Samuel 2.17).

As ofertas eram o meio do povo se aproximar de Deus. Ao desprezá-las, eles impediam o conserto espiritual do povo. Se o povo não estivesse bem com Deus – se o temor, a reverência e a santidade não fossem verdadeiras –, como iria prevalecer diante dos inimigos? Nas cenas da série da Record TV foi possível ver a frieza espiritual das pessoas por causa da conduta infiel daqueles homens.

Cúmplice do erro
Eli sabia de tudo isso e não fazia nada, o que representava um erro grave diante de Deus. Sua omissão o fez cúmplice dos erros dos filhos. Por isso, Deus disse que Eli também dava “coices nas ofertas”, ou seja, as desprezava. Por roubarem as ofertas, eles não faziam a expiação pelo pecado do povo. Assim, para o pecado deles também não houve expiação (1 Samuel 3.14).

O final da história deste homem que teve tudo para deixar um legado de comunhão com Deus foi ser substituído pelo jovem Samuel (Rafael Gevú), ter seus descendentes excluídos do sacerdócio, ver a Arca da Aliança ser roubada e o Exército de Israel derrotado pelos filisteus. Em um só dia, 30 mil israelitas morreram, entre eles seus dois filhos. Ao saber da tragédia, Eli, que estava sentado, caiu para trás, quebrou o pescoço e morreu.

O estado espiritual de Eli foi revelado pela sentença que recebeu de Deus: “Portanto, diz o Senhor Deus de Israel: Na verdade tinha falado Eu que a tua casa e a casa de teu pai andariam diante de mim perpetuamente; porém agora diz o Senhor: Longe de mim tal coisa, porque aos que me honram honrarei, porém os que me desprezam serão desprezados” (1 Samuel 2.30).

Na Bíblia Sagrada com As Anotações de Fé do Bispo Edir Macedo, o Bispo explica que Deus “só rejeita aqueles que primeiro O desprezaram ao serem negligentes no cuidado e na multiplicação dos talentos oferecidos por Ele”. A omissão de Eli mostrou que seus filhos eram mais importantes do que a missão recebida por Deus. O Senhor Jesus advertiu que quem ama o pai, a mãe ou os filhos mais do que a Ele não é digno dEle (Mateus 10.37). Isso não significa que é preciso
rejeitá-los para servir a Deus, mas que a consideração por eles não pode ser maior do que fazer a Vontade de Deus. E é isso que Deus espera: que aqueles que ainda não sabem dEle O conheçam por meio da santificação de Seu Nome em nossas vidas (1 Pedro 2.9).

Acompanhe a série Reis de segunda a sexta-feira, às 21 horas, na Record TV. Você também pode ficar por dentro das notícias sobre a superprodução no site recordtv.r7.com/reis, nas redes sociais, no canal Fora de Série no YouTube e aqui na Folha Universal.

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Colaborador

Núbia Onara / Fotos: Blad Meneghel