Ele sustentava o vício, mas não sustentava a família

Sua esposa, Conceição Silva, descobriu no Altar de Deus o lugar onde sua vida e seu casamento seriam transformados. Entenda

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Em São João do Meriti, região metropolitana do Rio de Janeiro, mora o casal Conceição Mendes Silva, de 58 anos, e Helge Silva Junior, de 53 anos. Juntos há 33 anos, hoje eles desfrutam de companheirismo e cuidado mútuo na relação, mas nem sempre foi assim. Quem os vê sorridentes não imagina que, no passado, o choro era frequente em razão dos problemas que o casal enfrentava.

O primeiro casamento de Conceição não deu certo. Ao conhecer Helge, ela acreditou que, ao lado dele, finalmente, seria feliz. “Namoramos e resolvemos morar juntos já no primeiro ano e logo as brigas e os desentendimentos se tornaram diários. Chegamos a nos separar três vezes, mas batia saudade e eu o perdoava, mas chegava o final de semana e eu ficava sozinha, pois ele levava uma vida de solteiro”, declara.

O que já era ruim ficou ainda pior quando Conceição descobriu os vícios do marido. Àquela altura, a situação tinha outro agravante: eles já tinham cinco filhos que sofriam com a situação deles.

“Os dez primeiros anos do casamento foram de brigas, traições e agressões físicas. Ele era viciado em maconha, cocaína e bebida, tinha amantes e saía para trabalhar e passava uma semana fora de casa. Ele me agredia e chegou a me amarrar na cama e queimar minhas costas com um cigarro de maconha. Também o flagrei com outra mulher na rua”, relata. Conceição lembra que sua mãe lhe dava o seguinte conselho: “filha, larga esse homem, ele não presta e só vai te fazer sofrer”.

Helge, por sua vez, revela que, ao ver o sofrimento que causava na esposa, queria mudar e até falava disso, mas acabava cometendo os mesmos erros. Esse tipo de comportamento é comum no adicto. Ele entende o prejuízo que está sofrendo, mas permanece preso ao vício. “Eu tinha uma companheira, mas queria viver como solteiro. Minha esposa não tinha marido. Eu fumava e cheirava quase diariamente e nos finais de semana. O vício era mais forte. Eu era vazio, revoltado e brigão. Cheguei a ser jurado de morte.”

Essa situação durou até Conceição receber um convite inesperado: “ao chegar ao trabalho, uma amiga viu o meu semblante caído e me deu atenção. Ela me transmitiu uma palavra de fé e me convidou para participar de uma reunião na Universal. Eu não pude resistir ao convite”.

Na Universal, Conceição começou a lutar pelo marido. Ela lembra que, às vezes, quando chegava em casa, Helge estava se drogando com os amigos. Ele sustentava o vício e não conseguia sustentar a família. A necessidade que eles passavam era tão grande que chegaram a pedir um ovo emprestado para dividir entre os filhos.

Sendo a mudança
Durante três anos, Conceição fez propósitos e correntes na Universal, mas, pelo fato de seu foco ser apenas o casamento, ela mesma não mudava. “Mesmo dentro da Igreja, eu ainda mantinha o meu jeito de ser. Eu discutia com o Helge, avançava nele e até pensei emmatá-lo, mas um dia a ficha caiu. Nós discutimos muito, ele me agrediu e me disse: ‘você quer que eu mude, mas você está dentro da Igreja e não muda’. Na mesma semana, o pastor fez uma pregação sobre o Novo Nascimento. Aí eu me lancei na obediência e na fé da Palavra”, cita.

Depois de ter alcançado sua mudança interior, ver a mudança no casamento foi só uma questão de tempo. “Em uma Fogueira Santa eu disse para Deus: ‘ou o Senhor converte o meu marido ou o mata porque, se ele não serve para me fazer feliz, também não fará nenhuma outra mulher feliz. Pouco tempo depois a resposta veio de uma forma que eu nem esperava.”

Helge lembra bem desse período: “eu dificultava a ida dela à Igreja. Eu escondia os sapatos dela e a humilhava. Meu fundo do poço foi quando descobri que estava jurado de morte. Todos se afastaram de mim. Um dia eu estava muito drogado e disse: ‘Deus, não sei se o Senhor existe, mas, se existe, me tira desta porcaria de vida’. Naquela mesma semana, em uma sexta-feira em que eu dificilmente ia para casa, pois normalmente sumia, eu saí do trabalho e fui direto para casa. Perguntei se tinha culto. Ela disse ‘sim’ e eu disse ‘quero ir agora’. Ela largou tudo para me levar”.

Helge agarrou com todas as forças a oportunidade de mudar. “Eu estava determinado e não queria mais aquela vida. Fiz todas as correntes, todos os dias na Igreja, e me libertei dos vícios”, revela. O batismo com o Espírito Santo, durante uma vigília de que o casal participou, selou sua entrega a Deus: “foi glorioso. A sede em receber o Espírito Santo era grande. Foi algo sublime e uma força
muito grande”.

Hoje, com o casamento restaurado, o casal serve a Deus e reconhece a importância da Fogueira Santa na transformação de suas vidas. Helge declara: “hoje só tenho a agradecer a Deus e à mulher que Deus preparou para lutar por mim. Para nós, a Fogueira Santa é a forma de retribuir a Deus, como agradecimento, por todos os Seus feitos em nossas vidas e a oportunidade de renovação total e completa para todos os que creem. Eu nasci na Fogueira Santa. Minha esposa ganhou a minha alma no Altar para Deus”.

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Colaborador

Kelly Lopes/Núbia Onara / Foto: Cedida