É só uma mentirinha?

Se você tem o hábito de mentir para aliviar situações difíceis, cuidado: o tiro pode sair pela culatra

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Já dizia nossa avó que mentira tem perna curta. Pouco importa se a mentira é minúscula ou estrondosa: mentir sempre causará à mentirosa consequências e punições à altura. A mentira está na boca de quem mede o agora com uma régua curta: a pessoa mente para tentar escapar de uma situação difícil no momento, mas se esquece que terá de arcar com os resultados dessa atitude no futuro.

Muitas pessoas contam mentiras para evitar responsabilidades no trabalho, no relacionamento ou para obter vantagens financeiras, outras usam o trânsito como falsa justificativa para o atraso que foi causado pela preguiça. Contudo todas essas mentiras são ditas à custa de quê? Infelizmente, muitas mulheres não se enxergam exercendo o papel de mentirosa nata e, dessa forma, tentam relativizar a situação, pois, verdade seja dita, o engano não lhes parece algo tão comprometedor. “Foi só uma mentirinha” afirmam e pensam muitas delas.

Recentemente, a apresentadora Viviane Freitas expôs as faces da mentira durante o programa Tarde Musical, da Rede Aleluia de rádio. Para ela, muitas pessoas “aderem à mentira porque acham que não há consequência imediata” e, de alguma forma, até conseguem enganar e ter o que tanto desejam. “Parece até que a mentira é algo bom, pois ajuda a pessoa a atingir seus objetivos, mas não é assim”, alerta. Isso acontece porque a mentirosa acaba se tornando um problema muito maior.

NO PAPEL DE FARSANTE
A Bíblia mostra que Jacó sentiu o desassossego provocado pela mentira, como podemos acompanhar ao longo de Gênesis, o primeiro livro das Escrituras Sagradas. Ao se colocar diante de seu pai, Isaque, Jacó se passou pelo irmão, Esaú, para usurpar a bênção dele. A princípio, Isaque, que já não enxergava, estranhou tudo aquilo: “[…] A voz é de Jacó, porém as mãos são de Esaú. […] És tu meu filho Esaú mesmo? E ele disse: Eu sou” (Gênesis 27.22-24).

Apesar da desconfiança do pai, “Jacó insistiu no erro, porque queria alcançar a bênção à sua maneira”, detalhou Viviane. Isaque, então, abençoou Jacó: “Assim, pois, te dê Deus do orvalho dos céus, e das gorduras da terra, e abundância de trigo e de mosto. Sirvam-te povos, e nações se encurvem a ti; sê senhor de teus irmãos, e os filhos da tua mãe se encurvem a ti; malditos sejam os que te amaldiçoarem, e benditos sejam os que te abençoarem” (Gênesis 27.28-29).

RESUMINDO
Embora tenha construído família e bens, Jacó carregou por quase 20 anos a marca do engano e qualquer ameaça de encontrar o passado o assustava. “Jacó, que se fez de Esaú, estava atordoado. Mesmo alcançando seu objetivo, ele viveu inseguro, com medo de seu irmão, ou seja, de que adianta dar um jeitinho agora se isso vai tirar a sua paz? Vale a pena enganar?”, questionou Viviane, que também acrescentou: “nada do que plantamos é esquecido, vamos colher tudo. Afinal, isso é o natural da vida: colhemos aquilo que plantamos”.

Cedo ou tarde, toda conquista ou posição alcançada com base na mentira desmorona e, muitas vezes, a pessoa mentirosa cai também. Porém, também a exemplo de Jacó, a mulher pode deixar a mentira no passado para reconstruir sua história. Essa nova natureza livre do engano está ao alcance de todas as mulheres que se arrependem do que fizeram e estão dispostas a lidar com as consequências de suas atitudes. Quando entregam suas inseguranças a Deus, elas passam a confiar na Palavra dEle e não mais em mentirinhas.

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Colaborador

Flavia Francellino / Foto: getty images