Como você tem administrado o que Deus tem lhe confiado?

Entenda como a nossa vida aqui na Terra é uma espécie de "período de experiência" que definirá o que receberemos e o que faremos na Eternidade

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A nossa vida e cada parte que a compõe existem com um único intuito: glorificar ao Seu Criador e promover o Seu Reino. Para isso, Deus nos concede dons e talentos, para que a administremos de modo a servirmos a Ele e a outras pessoas. E nisso que consiste a plenitude do Reino de Deus.

Para esclarecer isso, o Senhor Jesus contou parábolas que chamam a nossa atenção para o que Ele espera de nós e entre elas duas se destacam: a Parábola dos Talentos (Mateus 25.14-30) e a das Dez Minas (Lucas 19.12-26). É interessante notar que elas mostram três momentos: quando o senhor dá a tarefa aos despenseiros, a partida dele e a sua volta para recompensá-los pelo resultado do trabalho.

Elas revelam também a nossa própria realidade: o Senhor Jesus confiou a cada um de nós, de acordo com a nossa capacidade, uma missão e, em breve, Ele voltará e haverá uma prestação de contas para que cada um de nós receba segundo as nossas obras.

Negocie até que Ele volte
A verdade é que se engana quem pensa que somente não fazer nada de errado ou frequentar a igreja até o último dia de sua vida significam o serviço a Deus. Tais atitudes se assemelham à do servo mau que enterrou o talento que seu senhor lhe deu, não o perdeu, mas também não o multiplicou. O despenseiro “bom e fiel” é aquele que cuida da sua vida de modo que tudo nela promova a multiplicação do Reino de Deus, ou seja, conduza mais pessoas a conhecê-Lo. Isso exige fé para crer que Jesus voltará e obedecê-Lo com fidelidade.
Não se trata apenas de trabalho voluntário, mas do fato de cada parte da sua vida revelar o amor de Deus aos demais. Em entrevista à Folha Universal, a escritora Núbia Siqueira explica que as parábolas citadas usam a figura do despenseiro porque ele era o mordomo da casa encarregado de cuidar dos bens do seu senhor e que ele tinha consciência de que nada lhe pertencia. Segundo ela, também é assim conosco diante de Deus. Por isso, recebemos dons e talentos para servir a Ele e uns aos outros. “Pessoas acomodadas ou que não têm nenhuma iniciativa em ajudar e atender às necessidades do seu próximo devem pensar no momento que estarão frente a frente com o Senhor. Precisamos de temor porque não prestaremos contas dos nossos talentos aos homens, mas a Deus”, alerta.

Aqui e no Céu
Núbia destaca que só saberemos os detalhes do que faremos no céu quando chegarmos lá, mas é fato que os salvos receberão o privilégio de servir e adorar a Deus por toda a eternidade. Podemos confirmar isso em Apocalipse 22.3: “E ali nunca mais haverá maldição contra alguém; e nela estará o trono de Deus e do Cordeiro, e os Seus servos O servirão”. Isso mostra que “o servir não será extinto, porque ele foi-nos dado como um presente e irá conosco. Portanto aos que pensam que a eternidade é um período de repouso e tédio, oriento declinar desses pensamentos.

Serviremos ao nosso Senhor, mas não de maneira imperfeita e impura, como muitas vezes acontece aqui. Também não ficaremos cansados, porque teremos um corpo glorificado, a fim de servi-Lo sem interrupção”, esclarece a escritora.

Por isso é certo afirmar que a nossa vida aqui é uma espécie de “período de experiência” que definirá o que receberemos e o que faremos na eternidade. E, ao servirmos uns aos outros, Deus nos molda para a eternidade. “Podemos dizer que o Espírito Santo tem nos preparado para a excelência e, quem for humilde, será, dia a dia, santificado para poder servir não mais a um Senhor invisível, mas que estará bem diante de si”, diz Núbia.

Fica o alerta existente tanto na Parábola dos Talentos como na das Dez Minas: quem desenvolveu aquilo que recebeu, recebeu mais. Quem não desenvolveu, porém, perdeu o que tinha recebido e ainda foi enviado para as “trevas”. “Muitas vezes, as pessoas pensam em aproveitar o máximo da vida e as oportunidades que recebem para ter vantagens, mas quem teme a Deus deve viver pensando constantemente que é um mordomo e que a qualquer momento o seu Senhor virá a ela. A vida, a saúde, a inteligência, a família e tantas outras dádivas foram-nos apenas emprestadas. Saber usá-las para a glória de Deus é o que impedirá que sejamos repreendidos ou condenados por Ele”, finaliza.

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Colaborador

Núbia Onara / Fotos:,SDI Productions\gettymages