Como está sua alimentação?

Pandemia muda hábitos alimentares e brasileiros estão engordando mais

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Um a cada quatro brasileiros mudou o hábito alimentar durante a quarentena, seja de forma saudável, seja ingerindo alimentos ricos em açúcar, de acordo com uma pesquisa do Ministério da Saúde. Outro estudo, produzido por pesquisadores das áreas de endocrinologia, patologia e psicologia, apontou que, em média, as pessoas engordaram 2,6 quilos desde que entraram em isolamento social. Metade dos 1.470 entrevistados sentiu mais vontade de comer, mesmo quando estava sem fome.

De acordo com a AppsFlyer, plataforma que registra downloads e uso de aplicativos no mundo, os serviços de tele-entrega (delivery) cresceram, entre março e abril deste ano, quase 80% depois de serem baixados em celulares dos brasileiros. Além disso, segundo o Google Trends, ferramenta que mostra as buscas mais populares na internet, aumentou a procura por receitas, mas nem todas são saudáveis. As mais procuradas, por exemplo, são de brownie (234,2%); esfiha (232,8%); pão (143,1%); empadão (122,3%); e coxinha (121,3%).

Para a nutricionista Kátia de Carvalho Nobre, colaboradora do Hospital das Clínicas e membro da Associação Paulista de Nutrição (Apan), muitos realmente têm necessidade de pedir comida em casa. “O desafio é fazer escolhas saudáveis. O fast-food em excesso é prejudicial porque muitas opções são calóricas, ricas em gordura saturada, açúcares, sódio e conservantes, o que provoca doenças cardiovasculares e obesidade. Comer de forma isolada não faz mal, o que não devemos fazer é substituir as refeições por lanches”, adverte.

Por isso, é necessário se planejar antes de ir às compras. “O primeiro passo é listar os produtos que você já tem em casa, conferir os prazos de validade, descartar alimentos prontos que estão na geladeira há mais de três dias e os que estão no freezer há mais de três meses. O segundo é planejar o cardápio da semana ou da quinzena, verificar quais ingredientes têm, quais os alimentos que a família mais gosta e separar receitas para os próximos dias. O terceiro é fazer a lista de compras.”

Cozinhar em casa é o passo seguinte. “O ideal é começar pelo básico até chegar a um prato ‘diferentão’. Use livros ou aplicativos de receitas. Eles são eficazes tanto para quem não tem prática na hora de cozinhar quanto para quem já sabe e deseja variar o cardápio.

Escolha a receita, confira o passo a passo, verifique o equilíbrio dos ingredientes, a preferência dos sabores da família, tempo e método de preparo, higienize as mãos, a bancada e os utensílios e coloque a mão na massa”, diz Kátia.

Ela aconselha a escolha de pratos que equilibrem os grupos alimentares. “Cuidar da rotina alimentar se tornou um fator primordial para que a saúde se mantenha sempre fortalecida. Por isso, são necessárias a organização e a disciplina comportamental para cumprir todas as tarefas e não pular as refeições ou comer de qualquer maneira”, analisa.

Kátia observa que estar em casa pode ou não facilitar essa rotina. “Isso vai depender dos horários também definidos para as demais atividades, como tempo para o trabalho e o cuidado com a casa, a família e o sono. É preciso equilibrar tudo. Comece o dia com um café da manhã gostoso, separe de 30 a 60 minutos para fazer cada refeição e não se esqueça dos lanches intermediários. Se tiver crianças, envolva os pequenos na elaboração das receitas.”

Lembre-se que o corpo é o Templo do Espírito Santo e para que Ele possa habitá-lo, há necessidade de que esteja saudável. Com base nisso, revise a sua alimentação e veja o que é necessário mudar na sua rotina.

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Colaborador

Eduardo Prestes / Foto: Getty images / Arte: Eder Santos