Chips cerebrais e as profecias bíblicas

O que os avanços da tecnologia trazem por trás da boa intenção

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A Neuralink, empresa do megaempresário Elon Musk, está com inscrições abertas, mas não é para vagas de emprego. A empresa está recrutando voluntários para testes com a implantação de chips cerebrais. A proposta é que o chip permita a interação do corpo com um dispositivo eletrônico externo, possibilitando, por exemplo, que pessoas com deficiência se movam e se comuniquem. Testes em animais já foram realizados e, segundo a empresa, a documentação necessária para a realização de testes em humanos já foi apresentada à FDA (autoridade norte-americana que regula drogas e a pesquisa médica). Conectar o cérebro a um computador parece um enredo de filme de ficção científica, mas a ideia não é nova e já saiu do papel: desde a década de 1960 são realizados testes em animais.

Apesar da Neuralink ainda não ter começado seus testes em humanos, já existem pessoas submetidas a esse tipo de experimento. Há quase dois anos, quatro australianos usam o Stentrode, um pequeno conjunto de eletrodos implantados em um vaso sanguíneo no cérebro. Ele permite que pacientes com paralisia grave se comuniquem usando os pensamentos. É isso mesmo que você leu: eles pensam e o comando é executado com a ajuda dos eletrodos. Uma das vantagens desse dispositivo, desenvolvido pela empresa Syncrhron e liberado pela FDA, é não exigir uma cirurgia com a abertura do crânio. A introdução é feita pela veia jugular até o cérebro e o paciente é liberado no mesmo dia. Os valores investidos nos últimos anos nesta área chamam a atenção. Só em 2021 foram mais de US$ 370 milhões, o equivalente a quase R$ 2 bilhões.

Tudo em prol da saúde?
Mas não são apenas as pesquisas com chips que ganham destaque. Recentemente, na China, uma equipe de cientistas militares afirmou ter inserido em uma célula-tronco embrionária humana o gene de um tardígrado (ou urso d’água), um animal microscópico tido como a criatura mais resistente da Terra. Se implantadas na medula óssea, essas células modificadas poderiam gerar novas células sanguíneas resistentes à radiação, ainda de acordo com os pesquisadores. Isso seria um valioso meio de combater, por exemplo, a doença aguda por radiação, problema enfrentado por militares, civis e equipes de emergência que passaram por acidentes nucleares, e aumentaria a chance de sobrevivência em caso de um evento apocalíptico.

A edição genética, segundo os pesquisadores, também traria outros benefícios, pois protegeria as células de processos que geram câncer e outras doenças degenerativas. As informações foram publicas pelo South China Morning Post. Hoje, porém, há um questionamento ético em torno da questão, por se tratar de uma mudança no gene humano. Até que ponto o homem pode modificar genes?

Em 2019, o cientista chinês He Jiankui foi condenado a três anos de prisão e multado porque modificou ilegalmente dois embriões humanos para que eles fossem resistentes ao vírus HIV, que o pai portava. As crianças gêmeas nasceram aparentemente saudáveis, mas as consequências do experimento são imprevisíveis. A ação do cientista também foi condenada pela comunidade científica.

A intenção e o uso
A aproximação cada vez maior entre o homem e a tecnologia pode estar apontando não apenas para um avanço tecnológico. É certo que as propostas noticiadas são sempre vestidas de boas intenções. Afinal, quem pode achar ruim a ideia de que pessoas com paralisia recuperem suas habilidades motoras? E que mal haveria na cura de doenças degenerativas? Entretanto há uma grande diferença entre o objetivo inicial das pesquisas e o uso que pode ser dado a essas tecnologias.

Uma das grandes questões debatidas quando o assunto é modificação genética é o risco de que isso dê abertura para que o ser humano queira não apenas alterar o que seria de fato um problema, mas outros fatores, como cor do cabelo, altura e Quociente de Inteligência (QI) e criar, assim, pessoas “sob encomenda”.

E quanto aos chips cerebrais, o que seria feito dos dados coletados dos usuários desses dispositivos? Assim como o cérebro envia informações por meio desses chips para que comandos sejam executados, o inverso não seria verdadeiro? E se os usuários de chips passassem a receber comandos desses dispositivos enviados por pessoas ou organizações mal intencionadas?

Apesar de todos os questionamentos, tais avanços da tecnologia são uma realidade. Mas de que modo eles se relacionam com o Fim dos Tempos? Durante palestra realizada no Templo de Salomão, sobre o livro bíblico do Apocalipse, o Bispo Renato Cardoso explicou que, se pudéssemos comparar o Fim dos Tempos a um evento, poderíamos dizer que todo o cenário para que ele aconteça já está quase pronto.

O avanço tecnológico que a Humanidade tem empreendido nas últimas décadas não é ruim, mas aponta para a forma como os acontecimentos descritos na Bíblia a respeito do fim vão se desenrolar. O Bispo lembrou que, uma vez que esses meios estejam nas mãos do anticristo, caberá a ele decidir como exercer controle sobre a Humanidade. A Bíblia também deixa claro que não se submeter a tal controle custará a vida (Apocalipse 13.16-17).

“Não sabemos detalhes sobre como será a marca, mas conseguimos perceber que todo nosso sistema financeiro converge para o uso cada vez mais escasso de dinheiro vivo e para a dependência de meios eletrônicos para comprar e vender.

O desenvolvimento tecnológico atual faz com que a implantação de uma marca sem a qual ninguém poderá comprar ou vender seja não somente possível, mas inevitável”, esclareceu o Bispo.
Independentemente da crença de cada um, os sinais já revelam que a Humanidade caminha para o fim (leia mais em Mateus 24.1-22) e é necessário estar atento a como a alma estará quando esse tempo chegar.

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Colaborador

Núbia Onara / Fotos: Getty Images