Agulhas de tatuagem podem liberar metais pesados no organismo

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Um estudo divulgado no fim de agosto revela mais um motivo para redobrar os cuidados antes de fazer uma tatuagem. Pesquisadores da Alemanha, da França e da Bélgica constataram que o revestimento das agulhas pode liberar metais pesados que penetram no organismo.

A pesquisa mostrou que partículas de cromo e níquel provenientes do uso de agulhas podem chegar aos gânglios linfáticos, que ajudam a proteger o corpo de infecções.

Investigação
Para investigar a origem dos metais pesados encontrados nos gânglios de algumas pessoas, os cientistas testaram cerca de 50 tipos diferentes de tintas, mas não encontraram a resposta. “Então pensamos em testar a agulha e foi o nosso momento ‘eureca’” (de descoberta), explicou Ines Schreiver, cientista do Instituto Federal de Avaliação de Riscos na Alemanha.

Pigmento branco
Em geral, as agulhas têm entre 6% e 8% de níquel e 15% a 20% de cromo, dois metais pesados que podem causar reações alérgicas. Os resultados da investigação indicaram que quando a tinta tem dióxido de titânio ela acaba desgastando o revestimento da agulha. Isso faz com que nanopartículas de elementos tóxicos sejam liberadas no organismo da pessoa. A abrasão da agulha é causada por um pigmento branco frequentemente usado em cores vivas, como verde, azul e vermelho. Ou seja, nem todas as tintas desgastam as agulhas. A pesquisa foi publicada no periódico Particle and Fibre Toxicology.

Quais são os riscos?
As nanopartículas são mais perigosas do que as partículas de tamanho micro, pois podem levar a uma liberação potencialmente mais alta de elementos tóxicos. Elas ainda podem entrar diretamente nas células e são mais facilmente distribuídas no corpo, mas também podem ser mais facilmente excretadas do corpo.

Segundo os pesquisadores, o estudo fornece a primeira prova de que não apenas os pigmentos de tatuagem, mas também as partículas de agulhas desgastadas espalham partículas que podem gerar sensibilização do organismo. Entretanto ainda não é possível prever todos os impactos dessa descoberta na saúde humana. “Estes são efeitos a longo prazo que só podem ser avaliados em estudos epidemiológicos de longo prazo que monitoram a saúde de milhares de pessoas ao longo de décadas”, concluiu Ines.

E os cristãos?
É comum encontrar cristãos que se questionam sobre a possibilidade de fazer uma tatuagem. Afinal, é certo? Em texto publicado no blog Obreiros Universal, Núbia Siqueira destaca que as escolhas dos cristãos precisam ser pautadas na Palavra de Deus. Ela cita o seguinte trecho bíblico: “Pelos mortos não dareis golpes na vossa carne; nem fareis marca alguma sobre vós. Eu sou o Senhor.” (Lv 19.28). Ela acrescentou escrevendo que “todas as nossas ações, grandes ou insignificantes, devem estar imbuídas da intenção de glorificar a Deus e nunca ser fruto de uma vaidade pessoal”.

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Colaborador

Rê Campbell / Foto: Getty Images