thumb do blog Renato Cardoso
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INJUSTIÇA: POR QUE DEUS NOS MANDA SOFRER O DANO

Deus permite que soframos injustiças porque é justamente ali que provamos em quem realmente confiamos: na justiça dos homens, na nossa própria justiça ou na dEle

Há uma decisão essencial que todos nós precisamos tomar na vida — e quanto antes a tomarmos, melhor. Essa escolha define nossa paz, nossa direção e a maneira como reagimos às injustiças do mundo.

Se você adiar essa decisão, enfrentará sofrimento, angústia, ansiedade e mágoa. Mas, se agir agora, encontrará tranquilidade e equilíbrio. E que decisão é essa? Decidir em que justiça você realmente crê: na justiça de Deus, na justiça dos homens ou na sua própria justiça.

Crer na justiça de Deus é um ato de fé

Quem crê em Deus, naturalmente, deveria confiar na Sua justiça. Porém, na prática, muitos cristãos têm deixado de acreditar nisso. Apesar de a Bíblia afirmar que “Deus é justo juiz” (Salmos 7:11) e que “minha é a vingança, diz o Senhor” (Romanos 12:19), vemos cada vez mais pessoas buscando a justiça humana — falha, corruptível e limitada.

A Palavra de Deus nos ensina: “Não pagueis mal por mal, mas pagai o mal com o bem” (Romanos 12:21). No entanto, muitos ignoram esse princípio e preferem lutar por conta própria. Essa atitude revela falta de fé na justiça divina.

Justiça humana é necessária, mas limitada

Sim, juízes e leis são necessários. A Bíblia mostra que o povo de Israel devia estabelecer juízes íntegros para julgar com imparcialidade (Deuteronômio 1:9-17). Porém, sabemos que, na prática, nem sempre isso acontece.

A justiça humana serve para lidar com questões sociais e civis, especialmente porque nem todos creem em Deus. Mas entre aqueles que têm fé, o critério deve ser outro: a confiança na justiça do Pai.

O chamado de Paulo: sofrer o dano é um ato de fé

O apóstolo Paulo repreendeu os cristãos de Corinto por recorrerem a tribunais seculares. Ele escreveu:

Mas o irmão vai a juízo com o irmão, e isto perante infiéis. Na verdade, é já realmente uma falta entre vós, terdes demandas uns contra os outros. Por que não sofreis antes a injustiça? Por que não sofreis antes o dano? Mas vós mesmos fazeis a injustiça e fazeis o dano, e isto aos irmãos.  (1 Coríntios 6:6-8)

Ou seja, Paulo diz que é um absurdo que dois supostos irmãos, que têm o mesmo pai, precisem ir a um juiz infiel, ou seja, que não creem em Deus, para julgar suas causas.

Paulo nos convida a agir como verdadeiros seguidores de Jesus: suportar a injustiça com fé, confiando que Deus fará justiça no tempo certo.

O ensinamento de Jesus: quebrar o ciclo da Injustiça

No Sermão do Monte, Jesus ensinou:

Ouvistes que foi dito: Olho por olho, e dente por dente. Eu, porém, vos digo que não resistais ao mau; mas, se qualquer te bater na face direita, oferece-lhe também a outra; e, ao que quiser pleitear contigo, e tirar-te a túnica, larga-lhe também a capa; e, se qualquer te obrigar a caminhar uma milha, vai com ele duas. (Mateus 5:38-41)

Essas palavras não são fraqueza, mas força espiritual. Sofrer o dano é quebrar o ciclo do mal. Quando respondemos ao mal com o bem, demonstramos verdadeira fé.

Deus usa as injustiças para manifestar Sua justiça. Basta olhar para os heróis da fé: Abraão enfrentou a infertilidade de Sara; o povo de Israel sofreu no Egito; e ainda assim, Deus transformou cada dor em vitória.

Sofrer injustiça pode ser agradável a Deus

Pedro escreveu:

Porque é coisa agradável, que alguém, por causa da consciência para com Deus, sofra agravos, padecendo injustamente. (1 Pedro 2:19)

Quando você suporta o sofrimento com consciência e fé, mostra que confia em Deus acima de tudo. Isso agrada ao Senhor, pois abre espaço para Ele agir.

Mas, quando você toma a justiça nas próprias mãos, está dizendo a Deus: “Não preciso da Tua justiça.” E, nesse momento, fecha as portas para o agir divino.

A decisão final: justiça de Deus ou justiça própria?

No fim, tudo se resume a uma escolha: ou você confia na justiça de Deus, e espera n’Ele, ou segue a sua própria justiça — que é falha e imperfeita.

Crer na justiça divina é engolir o orgulho, dar a outra face e andar a segunda milha. É um sacrifício, sim, mas um sacrifício agradável a Deus.

Então, reflita: você realmente crê na justiça de Deus? Ou ainda confia na justiça dos homens — ou na sua própria?

A decisão é sua. E quanto antes você tomá-la, mais paz e direção terá em sua vida.

 

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Colaborador

Bispo Renato Cardoso