“Ó insensatos gálatas! Quem vos fascinou para não obedecerdes à verdade, a vós, perante os olhos de quem Jesus Cristo foi evidenciado, crucificado, entre vós?
Só quisera saber isto de vós: recebestes o Espírito pelas obras da lei ou pela pregação da fé?
Sois vós tão insensatos que, tendo começado pelo Espírito, acabeis agora pela carne?” Gálatas 3:1-3

Na passagem bíblica acima existe uma palavra rara nas Escrituras — tão rara que aparece apenas uma vez. O apóstolo Paulo a utiliza para falar com os cristãos:
“Quem vos fascinou?”.

Ele explica que eles haviam recebido o Espírito Santo pela pregação da fé, mas agora estavam se inclinando para as obras da lei — como se tivessem começado pelo Espírito e quisessem terminar na carne.

O que significa “fascínio”

A palavra fascínio, em sua raiz, está ligada à ideia de enfeitiçar — algo que hipnotiza, encanta, prende, domina o pensamento e o coração sem que a pessoa perceba. É o poder de atrair ao ponto de colocar alguém sob um domínio invisível.

Foi exatamente isso que estava acontecendo com os gálatas. Influenciados por religiosos judeus, eles estavam sendo levados a misturar a fé cristã com práticas da lei de Moisés — algo que nunca haviam vivido antes de se converterem. Paulo, então, reage firmemente porque via naquele comportamento um perigo espiritual:
era como se alguém os tivesse “enfeitiçado”.

Quando o fascínio vence o entendimento

Mesmo tendo recebido o Espírito Santo, os gálatas estavam se deixando levar por doutrinas contrárias ao que haviam crido no início. Isso revela um ponto sério: quando falta entendimento claro das Escrituras, o fascínio encontra espaço.

Muitos são fascinados por ídolos: cantores, atores, atletas, celebridades. Ficam dias em filas, gritam, choram, desmaiam. Como se estivessem hipnotizados.

Outros são fascinados pelas riquezas: casas, carros, viagens, a vida luxuosa exibida nas redes sociais. Há ainda os fascinados por números: curtidas, seguidores, popularidade. Gente que faz de tudo para viralizar — perdendo reputação, família, dinheiro e, muitas vezes, a própria fé.

Isso é fascínio: algo domina a pessoa a ponto de ela fechar os ouvidos a qualquer alerta. Quem toca no seu “ídolo” vira inimigo.

Um alerta

É por isso que as Escrituras nos chamam a manter os pensamentos cativos a Deus. Só Ele pode nos fascinar sem nos escravizar.

Se você é de Deus de verdade, você não se deixa dominar pelas práticas do mundo, pelas modas, pelos atrativos das redes sociais, das celebridades, dos famosos, das riquezas. Você não se deixa dominar por fama, por seguidores, por nada, nem por ninguém, somente pelo Espírito Santo.

E por isso você é verdadeiramente livre. Porque quem é fascinado por algo ou alguém, está dominado por esse algo ou alguém.

A pessoa fascinada é capaz de qualquer coisa, até dar a vida por aquilo que a fascinou. Então, muito cuidado, porque o fascínio do mundo está por aí, e está levando muitas almas para onde elas não gostariam de ir. Mas quando elas despertarem, será tarde demais, infelizmente.