Universal inaugura templo na Liberdade, em São Paulo

Conheça a primeira igreja do bairro colonizado por japoneses

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Mais de 200 pessoas se reuniram à rua Barão de Iguape, 155, no centro da cidade de São Paulo. Sobre o altar, o bispo Edson Costa ministrava a reunião de inauguração da primeira Universal do bairro da Liberdade, um dos mais tradicionais do estado.

“Nessa terra foi derramado muito sangue inocente. Esse lugar foi um lugar de atrocidades, foi um lugar de mortes”, contou o bispo Edson. “Mas hoje estão sendo abertas as portas dos Céus, para que a História desse bairro se modifique pela fé no Senhor Jesus. ”

Para ilustrar a importância de levar a Palavra de Deus àquela região, o bispo relembrou aos presentes o passado do bairro hoje chamado de Liberdade.

Sangue nas ruas

Em 1604 o Governo brasileiro transferiu a forca que era localizada na Rua Tabatinguera, na Sé, para o Bairro da Pólvora, região próxima do centro da cidade, com poucos habitantes e considerado periferia paulistana.

Ali muitos escravos passaram a ser punidos com a morte, assim como muitos criminosos e até mesmo soldados que entrassem em alguma divergência com o Governo. A área até então conhecida por abrigar uma fábrica de pólvora passou a ser chamada de “Bairro da Forca”, cujo centro ficou famoso como “Largo da Forca”.

Por 287 anos o Largo da Forca condenou centenas de pessoas à morte pelos mais diferentes motivos. Essa história aterrorizante teve fim em 1891, quando a pena de morte deixou de ser executada no local. Nesse ano, o “Largo da Forca” adotou oficialmente o nome pelo qual muitos já o chamavam: Liberdade.

A chegada da liberdade

O nome “Liberdade” surgiu, de acordo com o bispo Edson Costa, há muitos anos, quando um homem se salvou da execução na forca, mas não da morte.

Na primeira tentativa de cumprir a sentença a forca arrebentou. Uma nova forca foi feita para a execução, mas novamente arrebentou. A população que assistia à cena gritava:

– Liberdade! Liberdade!

Os pedidos não foram atendidos e o homem morreu a pauladas.

“Enquanto aquele homem morria, o povo clamava por liberdade. O povo não aguentava mais aquele espírito de escravidão”, contou o bispo.

Desde aquela época, a opressão e angústia se fazem presentes na vida de muitos. Por isso, por muitos anos a Universal trabalhou para que uma igreja fosse aberta naquele local. No dia 27 de agosto de 2017, as portas se abriram.

A primeira Universal do bairro

A nova igreja acomoda 200 pessoas e está num local de fácil acesso, mesmo que as pessoas escolham ir de ônibus ou de metrô . No andar superior, duas salas comportam a Escola Bíblica Infantojuvenil (EBI), podendo atender, aproximadamente, 30 crianças.

Dianna Yuri Furusho, que foi ao bairro especialmente para acompanhar a inauguração da Universal, explica a importância de que a EBI possa atuar com as crianças, enquanto seus pais assistem às reuniões:

“Eu me preocupo em levar meus filhos para a Universal, por isso fico feliz em saber que a EBI está presente aqui. Cada um escolhe seu próprio caminho na vida, mas eu levo a Palavra de Deus a meus filhos, é uma semente que nós, pais, plantamos.”

Dianna está na Universal há 15 anos, tendo sido levada por sua mãe, Matsuko Ika, que já frequentava a igreja há cinco. Na reunião de inauguração, enquanto seus dois filhos aprendiam com as monitoras da EBI, ela, a irmã e a mãe (foto acima) aprendem com as palavras do Senhor Jesus destacadas pelo bispo Edson Costa.

O bispo realizou orações consagrando o prédio que se tornou casa de oração para Deus e consagrando os pastores que serão responsáveis pela unidade: pastor Emerson Watanabe e pastor Paulo Yamamoto. Eles contarão com o auxílio do pastor José Nivaldo Kobayashi, um dos responsáveis pela implantação da Universal no Japão, na década de 1990.

Para o pastor Yamamoto, abrigar a Universal é um passo importante na história do bairro. A partir de agora tanto os moradores quanto os frequentadores da Liberdade terão a oportunidade de alcançar a Salvação.

“Com a chegada da Universal ao bairro abrimos a possibilidade para que todos possam se aproximar de Deus”, afirma o pastor. “Teremos reuniões diárias para levar a Palavra de Deus a todos. Faço das palavras do bispo Edson as minhas palavras: as portas do Céus foram abertas na Liberdade.”

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As reuniões da rua Barão de Iguape, 155, serão realizadas diariamente, de manhã, à tarde e à noite. Existem planos para que, em breve, também aconteçam reuniões no idioma japonês. Essa é a chance para que pessoas de uma cultura tão especial possa ser alcançada, como afirmou Dianna Furusho:

“Culturalmente, somos reservados. Por isso é muito importante termos pastores que nos entendem aqui na Liberdade. Isso ajudará a estabelecer uma relação confiável. ”

Antes da reunião, o pastor Watanabe já cumprimentava os presentes e conversava com eles, tanto em português como em japonês. Tanto ele quanto o pastor Yamamoto realizaram a oração final e, após o término da reunião, permaneceram no altar para cumprimentar cada uma das mais de 200 pessoas que estiveram presentes.

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Colaborador

Por Andre Batista / Imagens: Demétrio Koch