Conseguir uma oportunidade de trabalho pode ser um desafio para as pessoas que não têm muita experiência nem formação. Apesar disso, quem tem pressa e quer começar em uma nova profissão pode buscar um curso profissionalizante para se preparar para o mercado.

Cabeleireiro, manicure, gastronomia, moda e logística são algumas das opções de cursos oferecidos por instituições públicas e privadas. “Os cursos profissionalizantes são formações de curta duração que possuem conteúdo voltado para uma competência, ou conjunto de competências, de determinada profissão ou serviço enquanto atividade remunerada”, explica o professor de gestão e administração empresarial Eduardo Machado.

Dados de um estudo anual produzido pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o Education at a Glance 2023, revelaram que pelo menos um a cada dez estudantes realiza algum tipo de curso profissionalizante.

Pontos positivos

Diferentemente dos cursos técnicos ou superiores, os profissionalizantes, também conhecidos como cursos “livres”, têm como principal foco o desenvolvimento de habilidades e competências de forma mais flexível e prática. “Normalmente, esses cursos vão de duas até 170 horas de carga horária e o objetivo é que o aluno passe a dominar um determinado conteúdo de uma profissão, ou seja, geralmente os cursos são oferecidos em módulos, níveis e especializações”, esclarece Machado.

Ele salienta que, ao escolher um curso ou instituição, o candidato deve observar três quesitos: o custo, a carga horária e o conteúdo. “O aluno também deve observar a modalidade, ou seja, se o curso é presencial, semipresencial ou a distância, de forma que possa ajustar melhor a sua rotina aos estudos”, diz.

Outra vantagem dos cursos profissionalizantes é que eles não exigem muitos pré-requisitos dos candidatos: na maior parte dos casos, basta ter ensino fundamental completo e pelo menos 16 anos de idade para participar das aulas.

Os certificados dessas formações podem ser um diferencial para quem participa de processos seletivos de emprego: “Os jovens podem sair do ensino médio com muitas opções. Contudo as pessoas mais experientes também são beneficiadas, já que podem aplicar seus conhecimentos, mudar de atuação profissional e até sair da informalidade”, detalha o professor.

Segundo Machado, os setores de varejo, restaurantes, entretenimento, transportes, construção civil, reparos automotivos, eletrotécnica e telecomunicações são alguns dos que têm mais demanda por pessoas qualificadas. “Sempre há a necessidade de mão de obra qualificada para mercados que dependem da ação humana. O mercado de trabalho precisa cada vez mais de pessoas prontas e dispostas a ajudar e servir com zelo e aptidão”, afirma.

Machado acredita que esses cursos também podem ajudar a combater o desemprego estrutural, que ocorre quando as vagas disponíveis não são preenchidas por falta de qualificação dos profissionais. “Isso é notado em diversas vagas ofertadas em programas de primeiro emprego e realocação de funcionários, que exigem condições mínimas, que, quase sempre, não são preenchidas porque os candidatos estão despreparados”, explica.

Mais do que promover uma mudança profissional, Machado afirma que esses cursos podem transformar a vida de uma pessoa: “Ela se torna mais participativa, capaz, habilidosa. É uma oportunidade em que a
pessoa vai se reencontrar consigo mesma e com o seu propósito”, conclui.

Prosperidade

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