Um olhar sobre o caso do jovem que matou a família e o distanciamento afetivo entre as famílias

Entenda como o constante uso das redes sociais influencia negativamente a saúde mental e emocional da geração atual

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Nesta última segunda-feira (20), um adolescente de 16 anos foi apreendido após confessar à polícia o assassinato do pai, da mãe e da irmã. O crime aconteceu dentro da casa da família na Vila Jaguara, Zona Oeste de São Paulo na última sexta-feira (17).

Isac Tavares Santos, de 57 anos, Solange Aparecida Gomes, 50 anos, e Letícia Gomes Santos, 16 anos, foram mortos a tiros pelo adolescente e seus corpos já estavam em processo de decomposição quando encontrados. A arma utilizada no crime pertencia ao pai, que integrava a Guarda Civil Municipal de Jundiaí (SP).

Segundo o boletim de ocorrência, o adolescente ligou para a Polícia Militar na noite de domingo (19) com a intenção de se entregar.

Em depoimento, o adolescente declarou que havia planejado matar os pais, que eram adotivos, por ser punido com a proibição do uso do celular e ainda afirmou que foi à academia e à padaria após o episódio. Além disso, o adolescente disse não se arrepender do crime e que faria tudo novamente.

O caso foi registrado como ato infracional por homicídio, feminicídio, posse ou porte de arma ilegal de arma de fogo de uso restrito e vilipêndio de cadáver.

Confira a reportagem completa na íntegra do R7, clicando aqui.

O que analisar diante do caso:

É evidente que o desencadeamento da tragédia citada está além do sentimento de raiva, e casos como esse podem conter uma razão muito mais profunda. Para especialistas, os sinais de perturbação psíquica ou psicopatia apresentados nessa faixa etária são desenvolvidos por meio de gatilhos, como o da frustração, e são fortalecidos pela incapacidade dos adolescentes em lidar com situações traumáticas. E tal instabilidade e sensibilidade na saúde mental e emocional entre os mais jovens têm as redes sociais com o principal causador desse quadro.

De acordo com o estudo conduzido pelo psicólogo de mídia computacional Sumer Vaid, existe uma associação negativa entre o uso constante das redes sociais e o bem-estar dos seus usuários, principalmente entre aqueles considerados vulneráveis psicologicamente, ou seja, os jovens.

Outra pesquisa aponta as plataformas digitais como um elemento direto de impacto ao desenvolvimento neurocognitivo e, também, social na adolescência.

Já no livro “A geração ansiosa”, o autor e psicólogo social Jonathan Haidt afirma que houve uma “reprogramação da infância” desde a criação dos smartphones,  que resultou em uma geração vítima da epidemia de transtornos mentais graves.

Leia também: Adolescentes prejudicam o desenvolvimento do cérebro ao usar redes sociais constantemente

Conexões comprometidas:

Diante disso, infelizmente, é possível perceber como os distúrbios, além de impactarem a longo prazo o desenvolvimento físico e intelectual dos adolescentes, afetam também suas conexões sociais e, sobretudo, familiares.

“É possível perceber hoje como há um distanciamento afetivo entre as famílias. Isso acontece, muita vezes, por falta de tempo devido o muito trabalho dos pais ou pelo isolamento dos filhos que passam muito tempo na tela de um celular ou do videogame, descontruindo os laços familiares”, esclarece o Pastor Walber Barboza (foto ao lado), responsável nacional pelo Força Teen Universal (FTU), projeto dedicado ao cuidado emocional de adolescentes.

“Casos como esse [citado no início do texto] são injustificáveis e inaceitáveis, mas nisso percebemos a falta de amor e o comportamento egoísta entre os jovens que pensam somente no que querem, desejam e sentem, ignorando o valor dos pais e da família”, conta ele.

Resgatando valores:

É na adolescência que o caráter do ser humano começa a ser moldado e tem início a definição de seu caminho na vida e a construção de suas relações sociais, principalmente por meio da família. Diante disso, o Força Teen Universal (FTU) atua a fim de guiar os seus integrantes a forjarem um caráter íntegro, tendo como base os valores propagados pela Palavra de Deus.

“Os valores de Deus devem fazer parte da construção do caráter dos adolescentes e, para isso, os pais têm o dever de transmitir aos filhos a Palavra de Deus e trazê-la para o seu cotidiano. E o FTU promove isso aos adolescentes e aos pais através de suas atividades e eventos, como o Conexão Teen“, reforça o Pastor Walber.

A missão do FTU é proteger os adolescentes dos males e perigos que o mundo oferece como a violência e a indução ao mau comportamento, e, para isso, promove os ensinamentos bíblicos e a união familiar por meio de encontros, bate-papos, feiras de conhecimento bíblico, eventos musicais e esportivos, entre outras atividades. Tudo isso contribui para o exercício de princípios como o respeito, a amizade e a dedicação, aprendizados que se estendem a diferentes ambientes de convívio dos adolescentes e resultam em benefícios ao seu estado físico, mental, emocional e espiritual.

Veja também: Conexão Teen: evento especial foi marcado por apresentações artísticas e aprendizados para a vida

Conheça de perto:

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Colaborador

Yasmin Lindo / Foto: iStock