Tapa na cara: brincadeira ou desrespeito?

Atitude da primeira-dama francesa chama a atenção para os limites que precisam ser estabelecidos para um relacionamento saudável

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Qualquer tipo de relacionamento está sujeito a conflitos, inclusive o conjugal. Participam dele duas pessoas diferentes, com criações distintas, que dividem a casa, a educação dos filhos, as decisões financeiras e a vida como um todo. Inevitavelmente, em algum momento, as diferenças aparecerão, o que não é um problema em si. A questão é: o casal sabe resolver as diferenças sem que um fira o outro?

A palavra “ferir” não se limita à agressão física. Ferir também é invalidar sentimentos, desrespeitar, humilhar ou agir com descaso. Saber discordar com respeito, escuta e empatia são os principais desafios e também algumas das maiores necessidades para construir um relacionamento duradouro.

Resolvendo conflitos em público

Recentemente, viralizou um vídeo nas redes sociais do presidente da França, Emmanuel Macron, chegando de avião para uma reunião no Vietnã. As câmeras miravam as portas da aeronave e flagraram uma cena inusitada: o chefe de Estado conversava com sua esposa, Brigitte, quando teve o rosto empurrado por ela. Ele recuou com o gesto e, então, percebeu que estava sendo filmado. Acenou com as mãos, sorriu e manteve a postura.

Imediatamente, o vídeo passou a ser amplamente compartilhado e surgiram muitas especulações. Inicialmente, a presidência francesa negou o ocorrido, mas, diante das imagens nítidas, voltou atrás e minimizou o fato. Macron disse a jornalistas que se tratava de uma brincadeira: “Eu estava apenas discutindo, ou melhor, brincando com a minha esposa. Não é nada”.

Esse exemplo levanta várias questões sobre como agir em relação às diferenças, tanto no ambiente privado quanto nos públicos. Mesmo que o casal francês não tivesse sido flagrado pelas câmeras, a cena desrespeitosa teria sido vista por quem estava no avião. E, se isso acontece em público, o que pode ocorrer a portas fechadas? Temos visto a intolerância reinar no mundo e quando ela chega ao relacionamento pode ser o início do fim.

Estabelecendo limites

O diálogo é a principal ferramenta para evitar e resolver conflitos. “Acordos sobre como se comunicar, como lidar com as finanças, como passar o tempo juntos e separados, respeito mútuo, empatia e apoio
nas dificuldades são importantes”, diz a psicóloga Daniela Soares.

Na prática, a conversa não pode se resumir a palavras, mas deve resultar em ações concretas, com cada parte ciente do que é necessário fazer para manter um relacionamento saudável. Estabelecer limites claros e respeitar os limites do outro, por exemplo, são ações fundamentais que precisam ser discutidas abertamente.

Caso os limites sejam ultrapassados, o cônjuge deve ser comunicado, mas não de forma acusatória. “É preciso ter uma conversa franca, compartilhar como se sente e revisitar os acordos. Se a situação persistir, pode ser necessário repensar a relação”, cita Daniela.

Investir nos cuidados com a vida amorosa é cuidar da vida como um todo. O desequilíbrio dessa área pode gerar “baixa autoestima, estresse e ansiedade e, com o decorrer do tempo, comprometer a saúde mental e emocional”, diz Daniela. Por outro lado, uma relação bem resolvida traz segurança, o que gera
força para que o casal cresça e avance em outras áreas da vida.

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Colaborador

Cinthia Cardoso / Foto: Reprodução/Record