Suicídio: o que é, dados alarmantes e como buscar ajuda

O tema ainda é tabu, mas os números crescentes mostram a urgência de falar sobre o assunto com clareza, empatia e incentivo à busca por apoio

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Mais de 700 mil pessoas morrem por suicídio todos os anos no mundo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Embora a taxa global tenha diminuído 36% entre 2000 e 2019, nas Américas, os índices subiram 17% no mesmo período.

No Brasil, os dados também são alarmantes. Segundo o Ministério da Saúde, o país registrou 13.523 mortes por suicídio em 2019, um aumento de 43% em uma década. Entre adolescentes, o crescimento foi ainda mais acentuado: 81% a mais desde 2010.

Destaques preocupantes:

  • O suicídio é a quarta principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos no mundo.
  • Para cada suicídio, há até 20 tentativas frustradas, afirma a OMS.
  • Entre crianças menores de 14 anos, o Brasil teve um aumento de 113% na taxa de mortalidade por suicídio entre 2010 e 2013.
  • Em 2023, o SUS registrou 11.502 internações por autolesão, uma média de 31 casos por dia.

O que está por trás do suicídio?

Especialistas apontam que o suicídio é um fenômeno complexo, influenciado por fatores psicológicos, biológicos, sociais e culturais. Sinais de alerta muitas vezes passam despercebidos.

“Geralmente uma pessoa que passa por esse problema não fala que quer se matar, mas dá sinais. Fala coisas como: ‘teria sido melhor se eu não existisse, queria dormir e não acordar mais’. A melhor forma de ajudar é ouvi-la, se colocar à disposição sem julgamentos e orientá-la a buscar ajuda profissional e também tratar da alma”, explica Jefferson Garcia, responsável pelo projeto Depressão tem Cura.

Encontre ajuda agora:

suicídio onde encontrar ajuda

Se você ou alguém próximo tem pensamentos negativos, sente-se sobrecarregado ou já pensou em suicídio, procure ajuda imediatamente. O Depressão tem Cura oferece apoio emocional com acolhimento e empatia. “Se você tem algum pensamento negativo, já tentou o suicídio ou tem sintomas de depressão, nos procure que vamos ajudá-lo”, reforça Jefferson Garcia.

Outros meios são:

CVV – Centro de Valorização da Vida: 188 (atendimento 24h, gratuito)

CAPS (Centros de Atenção Psicossocial): Atendimento pelo SUS

Unidades Básicas de Saúde

“Dentro de mim a única solução era a morte”

Bruna Amaro, de 24 anos, viveu o terror de ser assombrada pela ideia do suicídio desde nova. Cresceu em um lar conturbado, pois tinha péssima convivência com os pais. “Era um lugar de brigas, miséria e vícios, o que gerou uma revolta em mim desde cedo. Com 15 anos a ansiedade pelo futuro e uma depressão começaram a surgir. Aos 18 anos, me deixei influenciar por más amizades, vícios, e decidi sair da casa dos meus pais para tentar fugir dos problemas. Morei em abrigos, albergues, saí pelo mundo sem rumo, tamanha a mágoa que tinha deles. Mas os maus pensamentos não me deixaram. O problema não era o lugar, estava dentro de mim”, conta.

Por não ter como se manter em lugar algum, após alguns anos voltou para casa dos pais. Entretanto os pensamentos de suicídio eram constantes e resultaram em duas tentativas. “Eu procurava a felicidade em tudo, tentava preencher o vazio com coisas e pessoas, mas nunca era o suficiente. Quando estava com amigos, em festas eu sorria, mas por dentro eu não tinha paz. A pior sensação que eu tinha era de estar perdida, não saber para onde ir, o que fazer. Dentro de mim a única solução era a morte, se eu morresse tudo passaria”, lembra.

Felizmente a jovem conheceu o trabalho do Depressão tem Cura e encontrou a ajuda que tanto necessitava e venceu o desejo de suicídio. Veja abaixo como isso aconteceu:

Busque ajuda:

A saúde mental merece atenção diária. Se você ou alguém que você ama está sofrendo com depressão, pensamentos ou tentativas de suicídio, conte com o auxílio do Depressão tem Cura (DTC) que é totalmente gratuito. Caso você precise desabafar, marcar um atendimento ou uma visita em sua casa, envie uma mensagem para o WhatsApp: (11) 3573-3662.

Além disso, acesse as redes sociais oficiais do grupo para ver ações e eventos realizados: Facebook, Instagram e YouTube.

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Colaborador

Rafaella Rizzo / Fotos: iStock