Sua vida tem sido um caos?
Muitos colecionam desventuras e se perguntam como – e quando – haverá um ponto final para elas
Durante 27 anos, Antônio Carlos Escobar, (foto abaixo) de 61 anos, esteve preso à cocaína e por mais três anos consumiu crack. “Caí de cabeça nessa droga e cheguei a pesar 56 quilos”, diz. Mas, antes de se envolver com os vícios, a realidade dele era outra, conforme descreve: “eu atuava no ramo da alta decoração. Comecei fazendo quadros e molduras em uma garagem, até que instalei a primeira fábrica e reuni 23 funcionários. Quando estava nesse patamar, investi em máquinas italianas de alta geração, viajei o País a negócios, conheci outras empresas, tinha carro de luxo, moto, casa, apartamentos, frequentava muito a região dos Jardins (bairro nobre da capital paulista) e até recebi valores decorrentes de heranças. Eu também me relacionava muito bem socialmente. Enquanto eu tive dinheiro e poder, as pessoas ao meu redor me bajulavam com presentes e convites. Até que conheci pessoas que usavam drogas e resolvi experimentar”. Passado um tempo, Antônio já não administrava mais os negócios nem a própria vida como fazia antes. “Tudo começou a declinar rapidamente e, apesar de perceber que eu estava me endividando, não quis diminuir o padrão de vida que tinha para manter a aparência”, admite.

RAIO X
O caos não precisa de anos ou décadas para se instaurar: de uma hora para outra uma notícia devastadora pode bater à porta, um acontecimento pode colocar a vida milimetricamente planejada de cabeça para baixo e, em um piscar de olhos, uma decepção pode cruelmente apunhalar a pessoa pelas costas. Por vezes, essa desordem parece que esbofeteia a pessoa e, em outras, a deixa sem rumo. A pessoa pode ser a alma mais caridosa do planeta e, ainda assim, a confusão pode fazer morada dentro dela porque, para o caos, não importa quem a pessoa é. É como se ele tivesse o poder de colocá-la em um calabouço na má companhia de seus desesperos mais profundos e a mantivesse sem saber o que fazer.

Presas a esse cenário, muitas pessoas rastejam e se prostram diante dos problemas e não têm ideia do que fazer para se reerguer. Há quem prefira a morte a estar nessa sitaução. Quem está submerso em um caos provavelmente não vive, os dias não rendem, as horas se arrastam e as preocupações não apenas torturam como encurralam. Como se sentem incapazes de lidar com ele, há quem busque ao menos administrá-lo, mas não existe caos saudável nem como barganhar com ele.
DESDE QUANDO?
Quando Deus criou o mundo, Ele começou seu trabalho separando a luz das trevas e o dia da noite, como lemos em Gênesis 1.1-4. No livro Nos Passos de Jesus, o Bispo Edir Macedo explica que nos dois primeiros versículos notamos a existência de algo que, à primeira vista, parece incoerente. “No primeiro, afirma-se que Deus criou os céus e a Terra e, logo em seguida, que a Terra era sem forma e vazia. Ora, como podemos compreender que Deus tenha criado algo sem forma e vazio? E, se Ele assim o fez, por quê? Qual a finalidade?”, questiona. Quando Deus criou os céus e a Terra, conforme o Bispo observa, “eles eram tão perfeitos quanto Ele próprio. Isso é muito óbvio, pois sendo obra de Suas mãos, nada poderia sair com falhas ou defeitos, haja vista ser Ele Deus e não homem. Para Ele não existem limites, dada a Sua onipotência, onipresença e onisciência (…) Essa é a razão pela qual acreditamos piamente que, quando Ele criou os céus e a Terra, estes eram perfeitos como Ele é”, detalha.
Vale ressaltar que criar significa “trazer à existência do nada” (Hebreus 11.3). Entender todo esse contexto em meio a condições de desordem joga luz na origem do caos e na razão pela qual muitos sofrem. Ao tocar os céus por meio de anjos rebeldes e encontrar lugar na Humanidade com o casal Adão e Eva, o caos os deixou espiritualmente vulneráveis e em uma condição que se assemelha à de Lúcifer quando sucumbiu à inveja e à prepotência: tão sem forma e vazio quanto. “Começou, então, a grande tragédia da Humanidade (…). Uma vez longe de Deus, (…), a Humanidade vem passando por tudo o que lemos e ouvimos nos noticiários. Ninguém se entende: pais contra filhos e vice-versa, fome, doença, guerra e todo mal tomaram o lugar de destaque neste velho mundo, tornando-o sem forma e vazio novamente”, afirmou o Bispo.
Durante uma reunião no Templo de Salomão, em São Paulo, o Bispo Renato Cardoso reiterou que, de fato, houve um vazio nessa terra, “um caos total (…)”, mas que o segredo para que cada coisa encontrasse seu lugar foi justamente o fato de Deus fazer a separação – não é sem razão que a palavra “separação” aparece no primeiro capítulo de Gênesis cinco vezes. “Deus separou o dia da noite, água de águas, terra seca das águas; Ele foi separando tudo e, então, colocando ordem no caos. Deus é ordem, é disciplina.” Sem ordem não há vida e, por isso, para restaurar uma vida caótica é necessário impor ordem. “Quando a ordem se instala, você pode progredir, melhorar e acrescentar algo à sua vida. Não se constrói nada sobre a bagunça. Comece a fazer essa separação na sua vida e você verá o progresso. É inevitável que com a disciplina e com a ordem venha progresso”, pontuou.
O CAOS TEM SUBSOLO
Voltemos à história de Antônio Carlos. Ele já tinha perdido muito e achou que casando abandonaria o vício. Não foi o que aconteceu. “Logo surgiram as brigas, minha esposa ficou grávida e o casamento chegou ao fim. Nessa altura, me desfiz do último bem de que dispunha e o valor se foi rapidamente.” Em seguida, vieram a depressão e os efeitos dela: “fiquei numa situação difícil, voltei para o apartamento onde minha mãe morava e praticamente o destruí, pois arrancava todo utensílio de metal e alumínio de lá para comprar crack. Até que chegou uma ação de despejo, fui parar na rua e passei a dormir em cima de um papelão”.
Contudo, para onde Antônio Carlos fosse, o caos ia com ele. “Comecei a viver como um mendigo. Eu, antes acostumado a viver em lugares onde tinha segurança, passei a viver na rua. Ali eu já não era mais aquele rapaz de família tradicional, mas uma pessoa decadente, já não tinha mais nada a perder. Se foram família, filho, carros, casas, dignidade, honestidade, caráter e toda aquela pompa que eu tinha quando havia dinheiro.”
Em busca de uma saída, por iniciativa própria, ele se internou em uma clínica, mas, ao sair de lá depois de dois meses, teve uma recaída e voltou às ruas de novo. Sem ter para onde ir, ele foi para a Cracolândia, área central de São Paulo composta, em sua maioria, por dependentes químicos, até encontrar um albergue. “Definhando, percebi que estava chegando aos meus últimos dias. Eu andava muito, até que, um dia [no final de 2017], parei em frente ao Templo de Salomão e pensei: ‘que lugar lindo! Será que posso entrar?’ Quando fiquei de frente com a Arca da Aliança, me ajoelhei e orei ao Senhor”, lembra.
Antônio Carlos conta que ganhou uma Bíblia e que, na companhia da Palavra de Deus, sua vida começou a ficar em ordem. “Fui preenchendo o meu tempo e a minha vida com a Palavra de Deus, passei a vender balas na rua e decidi devolver o dízimo a Ele. Assim, de duas caixinhas passei a vender oito. Ali já comecei a fazer planos”, destaca.
Hoje, ele trabalha na zeladoria de uma faculdade federal de São Paulo e conta como está: “tenho paz, que é algo que eu não tinha. Antes, eu ficava ansioso por respostas e aprendi a viver o dia que o Senhor me dá da melhor forma possível, fazendo coisas boas, e o Senhor tem me abençoado. Tenho temor e, acima de tudo, gratidão por tudo que Deus fez, faz e vai fazer”, conclui.
MISERAVELMENTE SEM NINGUÉM
A empresária Vilma Cordeiro, (foto abaixo) de 69 anos, teve uma infância sofrida, segundo relata: “eu morava na roça com minha família [no norte do Paraná] e tinha muita dificuldade para estudar. Eu andava até dez quilômetros até a escola.” Um tempo depois, a família de Vilma se mudou para a cidade, mas as dificuldades continuaram. “Eu trabalhava durante o dia e estudava à noite. Éramos nove filhos e sou a mais velha.”

Vilma conta que, na adolescência, se apaixonou e foi para São Paulo para viver o que considerava um grande amor, mas a relação foi abusiva. “Eu tinha 17 anos e queria construir uma vida diferente. Meu marido, naquela altura, era muito trabalhador, honesto, mas foi se desvirtuando. Comecei a apanhar dele, que tinha muito ciúmes e não acreditava em mim. Por vezes, ele me deixava amarrada em casa.”
Na primeira oportunidade, Vilma fugiu de casa com a roupa do corpo e com o casal de filhos. “Saí sem rumo e sem dinheiro. Voltei para a casa dos meus pais, mas, logo em seguida, meu ex-marido me achou e começou a me perseguir. Daí, fui para as ruas, o dinheiro foi acabando e comecei a andar de cidade em cidade. Embrulhava meus filhos no jornal, dormia abraçada com eles e chorava. Vivemos miseravelmente dois anos sem ter onde morar e sem ter o que comer”, relembra. Ao todo, foram seis anos dormindo em praças e em portas de bancos. “Minha vontade era de matar meus filhos e me matar depois para acabar com o sofrimento”, diz.

Antes desse episódio, havia um membro da Universal que costumava evangelizar Vilma. Foi assim que ela teve contato com a Folha Universal e com a Palavra de Deus. “Ele brincava com as crianças, mas eu só queria que ele fosse embora. Houve um momento, inclusive, que ele pegou a Bíblia, leu um versículo e eu disse: ‘não adianta você ler: Deus não existe porque, se Ele existisse, eu não estaria aqui sofrendo.’ Ela lembra do dia que este encontro terminou de forma diferente: “um dia, ele pegou na mão dos meus dois filhos e saiu com eles para a Igreja e eu fui atrás, com meu saco de lixo que continha nossas roupas e uma garrafa de cachaça. Eu o xingava, mas ele não me deu ouvidos. Quando eu cheguei na Universal, eu estava suja, fedendo, mas fui muito bem recebida. Ali começou a minha caminhada da Fé e, numa reunião de quarta-feira, recebi o Espírito Santo.”
A prioridade de Vilma passou a ser Deus e ela começou a ver os resultados de sua atitude. Vendendo produtos no semáforo, logo ela encontrou alguém que procurava pessoas para trabalhar. “Deus me abençoou e eu fui trabalhar em uma chácara. Depois, meu patrão me pediu para trabalhar com a esposa dele no escritório e, certa vez, um rapaz foi lá e me pediu uma documentação e disse que me conhecia. Era o mesmo homem que passava na praça e cuidava dos meus filhos, nos dava um lanche, uma Palavra e continuava com seu trabalho. Aquele homem, hoje, é meu marido”, conta.
Foi há 40 anos que Vilma conheceu a Universal e que, paulatinamente, sua vida começou a tomar forma e a ficar em ordem. Ela relembra essa fase: “quando me entreguei ao Senhor Jesus, Deus me deu toda a direção. Hoje somos empresários, montamos uma escola de cabeleireiros, damos cursos na área de estética e beleza e temos uma família abençoada”.
Mas como mesmo com Deus não estamos imunes a lutas, Vilma precisou lidar com uma perda: seu filho foi assassinado por engano aos 17 anos.
“Não existe dor maior no mundo para uma mãe”, confessa. Contudo não há o menor resquício de caos dentro dela. “Foi um momento difícil e em que mais me entreguei ao Senhor Jesus. Tive vontade de fazer algo a mais e de ajudar as pessoas. Fui até o presídio pedir perdão ao assassino do meu filho e perdoá-lo”, diz ela, que hoje tem uma família grande. “Eu fazia o trabalho evangelístico em um abrigo e sempre me deparava com uma criança que me abraçava e o abraço lembrava o do meu filho. Procurei a Justiça para adotá-lo, mas a assistente social disse que ele tinha mais cinco irmãos”. Ela adotou as cinco crianças. “Eles foram um presente de Deus. Nenhum homem e nem todo o dinheiro do mundo mudariam a minha vida como Ele mudou”, diz.

ELA SE SENTIA FRACASSADA
A cabeleireira Marcela dos Santos, (foto abaixo) de 42 anos, chegou à Universal ainda criança. “Cresci em uma casa com muitas brigas e minha mãe foi para a Igreja quando eu estava com três anos. Meu pai bebia muito e, muitas vezes, batia nela, em mim e nas minhas irmãs, se minha mãe não nos trancasse”, conta.

Ela lembra que na adolescência se afastou de Deus: “quando completei 15 anos, abandonei a Fé. Eu achava que não valia a pena obedecer a Deus, não entendia que quem é filho de Deus também passa por lutas e deixei os prazeres do mundo encherem os meus olhos. Minha vida adulta foi totalmente sem regras. Eu bebia muito, provei drogas e fumava mais de três maços de cigarro por dia. Tive vários relacionamentos amorosos para tentar preencher o vazio que sentia. Até tentei fazer faculdade para tomar um rumo diferente, mas me afundei ainda mais. Aos 23 anos, conheci meu primeiro marido e tentei voltar para a Presença de Deus com ele, mas obedecia somente o que achava que era devido e não me entregava completamente a Deus. Meses depois de casar, fui traída e me separei.”
Nesse período, a mãe de Marcela já tinha falecido e ela não pôde voltar para a casa da família. O caos foi se acentuando. “Em 2007, conheci meu atual marido, começamos a namorar e engravidei do meu filho. Tive uma gravidez cheia de problemas, o que me levou a oferecer meu bebê a deuses com medo de um aborto. Ele nasceu em agosto de 2008 de parto prematuro e foi desenganado. Foi aí que me lembrei do que tinha aprendido na Igreja e fiz um voto com Deus. Meu filho ficou bem e eu até permanceci um tempo na Igreja, mas, como antes, não obedecia como deveria. Então, me afastei mais uma vez”, diz.
Só que as coisas ficaram piores. “Por um ano, eu e meu marido vivíamos dentro da mesma casa, mas não tínhamos casamento e diálogo e passei a ter nojo dele. Aos 8 anos, meu filho começou a ter crises depressivas e de ansiedade. Além disso, comecei a perder clientes no salão e, apesar do meu marido trabalhar, as contas ficavam sempre atrasadas e acumulávamos dívidas. Me aprofundei no espiritismo em busca de solução, mas tudo só piorava. Por me sentir fracassada e não achar uma solução para o caos, achei que eu era um fracasso ambulante e que a morte seria a única solução”, ressalta.
Por achar que isso colocaria um ponto final no caos, ela levou essa ideia adiante. “Decidi pular na linha do trem, mas, quando cheguei ao local, não tive coragem e, então, saí andando pela avenida para me jogar na frente de um ônibus. Foi quando me deparei com o Templo de Salomão e decidi entrar. Naquele momento, no fundo do poço, Deus estendeu Suas mãos. Aprendi a perdoar quem me fez mal e, principalmente, a me perdoar. Fui sendo moldada por Deus por meio da obediência e entrega completa e, assim, recebi o Espírito Santo.”
Hoje, Marcela segue com a vida transformada. “Tenho paz na minha casa e o meu casamento (com o empresário Robson Pereira de Oliveira) também mudou. Meu filho (o adolescente João Victor de Oliveira) está curado das crises de ansiedade e tenho certeza que a coragem que me faltou para pular na linha do trem foi graças às orações e propósitos que minha irmã (Marli dos Santos) fazia por mim. Agora meu salão está crescendo e a empresa que meu marido trabalhava e que abriu falência é nossa. Estamos crescendo e a estruturando com a sabedoria que vem de Deus. Tenho lutado diariamente e essas lutas não me abalam mais como antigamente”, finaliza.
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