Sem barreiras: a fé que dá o acesso direto a Deus

A ligação com Deus é pessoal, livre de intermediários, e está ao alcance de todo aquele que crê

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Pense em todas as situações no seu dia a dia que dependem de um intermediário para que sejam resolvidas: uma solicitação no banco, uma pendência nos estudos, uma questão de saúde ou um conflito familiar.

Além de atrapalhar os relacionamentos humanos, há quem crie também “burocracias espirituais” no que diz respeito ao relacionamento com Deus. O resultado é semelhante ao que ocorre nas questões do cotidiano: surgem barreiras e distanciamento, quando na verdade a idealização de Deus sempre foi promover intimidade e acesso direto a Ele.

O plano original

Desde o princípio, Deus desejou um relacionamento íntimo e direto com o ser humano, criado à Sua imagem e semelhança. No Jardim do Éden, Ele passeava ao entardecer para conversar com Adão e Eva, em um mundo onde a pureza permitia acesso à Sua santidade.
Deus deu ao homem a liberdade de escolher e estabeleceu apenas um limite a ele: não comer da árvore do conhecimento do bem e do mal. Esse mandamento não era uma armadilha, mas a oportunidade de expressar amor e obediência ao Criador.

Criados com livre-arbítrio, Adão e Eva poderiam escolher servir a Deus voluntariamente. Contudo, ao desobedecerem, o ato que poderia ter sido uma expressão de amor e fidelidade tornou-se o marco da queda e da perda da intimidade com o Criador.

O maior desejo de Deus

O pecado trouxe a separação eterna, mas isso não tirou de Deus o seu maior desejo que é o de se relacionar com a Humanidade.

Como o salário do pecado é a morte (Romanos 6:23), era necessário que alguém morresse no lugar do pecador. Por isso, durante muito tempo, Deus instituiu o sacrifício de animais – que precisavam ser perfeitos – como símbolo desse substituto sem pecado.

Para habitar no meio do Seu povo, Deus ordenou a construção do Tabernáculo, um santuário simples, onde Ele manifestaria Sua presença: “E me farão um santuário, e habitarei no meio deles” (Êxodo 25:8). O Criador, cuja presença nem os céus podem conter, escolheu habitar em uma simples tenda, limitada e móvel, apenas para estar no meio daqueles que mais ama: os seres humanos.

Naquele lugar, o povo apresentava o korban, termo hebraico para ofertas e sacrifícios feitos para aproximar a pessoa de Deus.

Havia um pátio, acessível ao povo, que continha o Altar para os sacrifícios. Já dentro da tenda, dois lugares eram separados por um grosso véu: o Santo Lugar, acessado pelos sacerdotes, e o Santíssimo Lugar, onde ficava a Arca da Aliança, símbolo da Presença de Deus. Este, por sua vez, era acessado apenas pelo sacerdote uma vez ao ano, no Dia da Expiação, quando intercedia pelo povo diante da Presença de Deus. Para entrar, ele levantava o véu e passava por baixo dele, num gesto claro de submissão e humildade à vontade divina.

Sem intermediários

O sacrifício de animais não era o suficiente. Afinal, se foi o ser humano que trouxe o pecado ao mundo, então caberia a ele removê-lo (1 Coríntios 15:21-22). A Humanidade precisava de um Salvador, mas não havia ninguém sem pecado. Como, então, alguém poderia morrer pelo outro, se todos pecaram? (Romanos 3:23).

A única solução foi o Próprio Deus, que é perfeito, se tornar homem. Foi assim que Jesus Cristo veio ao mundo. Como Filho de Deus e homem perfeito, Ele se colocou como Cordeiro, em sacrifício perfeito, para tirar o pecado do mundo e restaurar a relação entre o homem e Deus. Por esse motivo, Ele afirmou: “Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por Mim” (João 14:6).

No momento da morte do Senhor Jesus, milagrosamente, o véu no Tabernáculo foi rasgado de alto a baixo, como símbolo da reconciliação e do acesso direto a Deus: “Tendo, pois, irmãos, ousadia para entrar no santuário, pelo sangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho que Ele nos consagrou, pelo véu, isto é, pela sua carne (…)” (Hebreus 10:19-20).

Sobre esta passagem, o Bispo Edir Macedo comentou na Bíblia Sagrada com as Anotações de Fé: “A liberdade de pleno acesso, nunca dada a ninguém, nem mesmo aos profetas mais considerados por Deus, foi concedida a todos por meio do Sangue do Senhor Jesus. Ao contrário do medo que outrora as pessoas sentiam de se aproximar do Santuário devido à santidade do lugar, na Nova Aliança, somos estimulados a não termos timidez alguma. Portanto, podemos chegar com ousadia diante do Trono do Altíssimo, certos de que o Sangue do Seu amado Filho nos perdoou, justificou e santificou.”

Deus não é religião

No entanto a liberdade de entrar na Presença de Deus com ousadia só é possível por meio da fé. Ela nos foi dada para termos não apenas acesso, mas, sobretudo, relacionamento com o Criador. Afinal, “a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que não se veem” (Hebreus 11:1) e “sem fé é impossível agradar-lhe; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que Ele existe, e que é galardoador dos que O buscam” (Hebreus 11:6).

Essa fé não depende dos sentidos e de emoções; também não se prende às circunstâncias. Ela se firma unicamente na Palavra de Deus. Por meio dessa fé, as promessas divinas se cumprem na vida de quem crê e não apenas as bênçãos terrenas, mas, sobretudo, as eternas.

Essa fé não existe apenas para cobrar promessas de Deus, mas, principalmente, para obedecer à Sua Palavra. Viver pela fé é viver em obediência ao que Deus diz e, para isso, não é preciso intermediários. Ou seja, não há necessidade de rituais, tradições, amuletos ou gurus.

Quando a fé se mistura com a emoção, nasce a religiosidade. A pessoa pode até conhecer a Palavra, mas o que ela vive com Deus não é um relacionamento verdadeiro e, sim, uma rotina religiosa.

Sem renúncia e obediência plena, diante das lutas, a pessoa deixa de confiar na Palavra e se adapta aos problemas, o que mostra que não crê que ela se cumprirá em sua vida. É assim que a religião gera dependência, o oposto da independência que vem da fé inteligente. Essa independência, porém, não exclui o valor de ir à igreja e congregar, pois o Próprio Deus afirmou que estaria atento à oração que se fizesse nesse lugar (2 Crônicas 7:15) e é ali que Sua Palavra é ensinada.

Portanto Deus não trouxe religião. Ele trouxe a Sua Palavra. Então, quem quiser se reconectar com Ele tem que manifestar a fé, obedecendo a Palavra dEle.

O que a fé está lhe pedindo?

Ao compreender que nada a impede de se aproximar de Deus, a pessoa se torna livre para exercer a fé e responder ao que ela exige. Sim, a fé tem exigências. Em cada situação, ela pede algo de nós. Quem obedece e age avança, mas quem teme, hesita ou busca apoio humano, acaba ignorando a fé — não faz nada e, por isso, não vê nada acontecer.

A Bíblia está cheia de exemplos disso e Ana é um deles. Ela era amada por seu marido Elcana, mas não podia ter filhos.

Por isso, Elcana tomou Penina como segunda esposa e ela lhe deu muitos filhos – e usou isso para humilhar Ana. Embora Elcana tivesse resolvido seu problema de descendência, Ana continuava sofrendo com a dor de não ser mãe e se tornou alvo de zombarias
(1 Samuel 1-2).

Todos os anos, a família subia a Siló, onde ficava o Tabernáculo, para sacrificar ao Senhor, e Ana entregava a melhor oferta, mas sua realidade continuava a mesma. Parecia que ainda faltava algo a ser entregue.

Quando desejamos algo intensamente, isso se torna nossa prioridade. Ana é a prova disso: seu maior desejo era ser mãe e a dor de não ter um filho a deixava amargurada. Até que um dia, cansada de sofrer, ela tomou uma atitude. Foi até Deus, chorou diante dEle e fez um voto: se recebesse um filho, o entregaria ao Senhor por toda a vida (1 Samuel 1:10-11).

Após a oração, ela encontrou paz e, no tempo certo, concebeu Samuel. Quando ele foi desmamado, Ana o levou ao sacerdote Eli. Samuel cresceu no serviço a Deus e tornou-se um dos maiores profetas de Israel, ungindo reis como Saul e Davi.

“Da religião à experiência pessoal: a fé que eu nunca conheci antes”

Dos 55 anos que a técnica de enfermagem Rosemeire Luvizute tem de vida, por 40 deles ela esteve presa a uma religião. Ela acreditava que estava servindo a Deus, mas não via o resultado dessa fé. Sua história ilustra o fracasso da religiosidade e o sucesso de uma vida com livre acesso a Deus

1. Minha caminhada religiosa

Fui criada em uma religião tradicional. Nela me casei, tive meus dois filhos e os criei. Tínhamos uma vida estável, boa condição financeira e um casamento feliz. Eu atuava ativamente nesta religião, servindo, inclusive, no discipulado, e sendo muito influente dentro da unidade que eu frequentava. Por fora, tudo ia bem, mas, por dentro, eu era nervosa, orgulhosa e ácida. Algo me faltava.

2. Uma fé morta

Minha filha adoeceu quando tinha 10 anos. Parecia uma simples dor de cabeça, mas o médico não conseguia diagnosticar qual era o problema. Ela ficou internada por 15 dias sem melhora. Busquei uma capela, os santos e fiz promessas, pois queria um milagre. Via minha filha em um quarto escuro, inchada pelos medicamentos, sem poder ir à escola. Foram seis meses assim e isso me revoltava. Eu pensava: “Estou na igreja, sirvo a Deus e por que Ele não me ajuda?”

3. A fé que eu queria ter

Meu esposo reencontrou um casal de amigos que tinha voltado da África do Sul e contou sobre a nossa filha. Eles, agora obreiros da Universal, se ofereceram para orar por ela no hospital. Impuseram as mãos e determinaram a cura dela. Era uma fé diferente e eu queria aquilo para mim, pois, na nossa religião, a fé se limitava a rezas e tradições. Minha filha saiu do hospital, embora o diagnóstico ainda fosse negativo.

4. Desafiados e desafiando

Nossa filha ainda não havia sido curada. Então, o casal nos desafiou a participar de uma reunião de libertação na Universal, e disse que, se nada acontecesse, não precisaríamos voltar. Antes da reunião, ajoelhei e desafiei a Deus: “Senhor, há 40 anos te sirvo e minha filha continua doente. Se eu for a essa igreja e o Senhor me mostrar que está lá e minha filha for curada hoje, nunca mais saio de lá.” Levantei e fomos.

5. Milagre!

Ao entrar na igreja, iluminada e acolhedora, senti paz. Não havia imagens, apenas a cruz vazia que chamou minha atenção. O pastor falava da fé inteligente, algo que eu nunca tinha ouvido. No fim da reunião, ele nos ouviu e contei sobre a situação da minha filha. Ele impôs as mãos sobre ela e disse: “Pai, a mãe quer uma prova de que o Senhor está aqui. Que essa menina seja curada agora em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.” Ele perguntou sobre a dor e ela respondeu: “Mãe, eu estou curada!” Saímos de lá certos de que aquele era o nosso lugar.

6. Novo entendimento

Em casa, nossa filha estava tão convicta da cura que jogou fora todos os medicamentos. Ficamos surpresos, mas também cremos. E, de fato, ela nunca mais teve crises e voltou à escola. No dia seguinte, cumpri meu voto: deixei a religião à qual pertencia. Fomos criticados, mas sempre que perguntavam por que saímos, eu respondia: “Lá encontrei Deus.” Foi o início da minha caminhada de fé. Fui curada e liberta, pois também sofria de paralisia do sono.

7. Relacionamento com Deus

Já liberta e batizada nas águas, eu queria entender por que aquelas pessoas eram tão felizes, transmitiam paz e viviam como uma família. Descobri que era o Espírito Santo e passei a buscá-Lo. Até que, num momento de busca sincera, O recebi. Senti uma alegria profunda. Aprendi a recorrer diretamente a Deus e nada é mais importante hoje do que estar com Ele.

Entre você e Deus só existe a decisão de crer

Neste domingo, 12 de outubro, apresente a Deus suas queixas. Mas, independentemente de datas, o Altar está disponível para quem quer se acertar com Deus, sem intermediários.

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Colaborador

Núbia Onara / Fotos: montagem sobre foto Demetrio Koch e getty images; Guilherme Branco