Reforma Protestante: um passo contra a religiosidade
31 de outubro é o Dia da Reforma Protestante, data que celebra a prática da fé e a importância de ler e meditar na Bíblia sem intermediários
Deixar as crenças para viver a fé descrita no Texto Sagrado requer coragem. Isso é evidente em cada história narrada no Antigo Testamento e nos ensinamentos no Novo Testamento. Mas, se antes a Palavra era repassada por meio de um intermediário – como, por exemplo, Moisés ou os profetas e, depois, os escribas e fariseus –, quando o Senhor Jesus disse “está consumado” (João 19:30), passamos a ter acesso direto ao Deus-Pai.
Por mais que até hoje Deus use pessoas para ajudar, exortar e orientar, a Sua Palavra contém tudo de que necessitamos. Se enquanto oramos, falamos com Deus, ao ler a Bíblia, O ouvimos falar diretamente conosco. Mas ainda há pessoas presas à religiosidade porque dependem de homens e mulheres como intermediadores e foi para andar na contramão disso que há mais de 500 anos uma luta foi travada.
Um protesto e uma reforma
O ano era 1517 quando, em 31 de outubro, Martinho Lutero (Martin Luther) foi até a igreja de Wittenberg, na Alemanha, e fixou em suas portas as “95 teses” que questionavam as indulgências impostas pela Igreja Católica aos cristãos – ou seja, as “penalidades” a serem pagas em prol do perdão, fosse por uma penitência terrena, fosse pelo suposto tempo no purgatório após a morte – e os demais aspectos da doutrina católica que iam contra as Escrituras, além de sugerir a necessidade de um ensino religioso mais condizente com a Palavra de Deus.
Foi em um ato de coragem contra a religiosidade que esse movimento reformador começou. Entender isso é fundamental para os cristãos compreenderem como a fé cristã voltou às suas raízes bíblicas. “A Reforma apontou para verdades que libertam da religiosidade, evidenciando ‘somente a Deus, somente a Fé e somente as Escrituras’. Ao entendermos essa história aprendemos o valor da liberdade espiritual, a manter-se vigilante contra ensinos distorcidos e a preservar essa conquista. Conhecer a Reforma Protestante é compreender como Deus usou homens e mulheres corajosos para restaurar a verdade do Evangelho”, destaca o Bispo Celso Rebequi, presidente da União Nacional das Igrejas e Pastores Evangélicos (Unigrejas).
Lutero foi capaz de compreender a verdadeira fé porque não se limitou aos dogmas repassados pela igreja e porque foi direto à Fonte. Ele, inclusive, foi um dos responsáveis por traduzir e difundir a Bíblia completa pela Alemanha (por volta de 1530), garantindo que mais pessoas tivessem acesso direto à Palavra de Deus sem intermediários.
Sem religiosidade
“Quando meditamos na Palavra de Deus, temos a oportunidade de receber Suas direções de forma direta. Isso nos liberta da dependência de pessoas ou tradições, nos leva a ter uma comunhão verdadeira com Deus e nos impacta para sermos verdadeiramente fortes espiritualmente, sem depender de ninguém além da nossa própria comunhão com Deus”, reforça o Bispo.
Ao garantir o acesso direto a Deus, o Senhor Jesus não aboliu a importância da igreja de ensinar, acompanhar e exortar, mas deixou claro que devemos vigiar para não nos enganarmos com os falsos profetas e seus ensinos (Mateus 7:15-20). Por isso, a Reforma Protestante é tão importante para os cristãos: porque ela não se empenhou apenas em alertar sobre dogmas e doutrinas contrários à Bíblia, mas, sim, em propagar o Evangelho a toda criatura, lembrando-nos que temos acesso direto ao Pai e à Sua Palavra para ler, meditar e ter a coragem para exercitar a fé e obedecer àquilo que o Senhor ensina.
A Reforma, na verdade, não iniciou uma nova cosmovisão cristã, mas nos fez voltar ao cristianismo que o Senhor Jesus veio propagar e, observou o Bispo, “como aconteceu na Reforma, o cristão deve ter na Bíblia Sagrada a sua fonte de direção e vida, fazendo dela a sua base de fé”.
Cinco Solas
O protestantismo tem como fundamento cinco pilares que enfatizam a autoridade da Palavra de Deus, a importância da fé, a salvação como dom gratuito e imerecido, o reconhecimento do Senhor Jesus como Senhor e Salvador e último Intermediário e que toda glória pertence exclusivamente a Deus. As cinco “solas” que resumem o pensamento da reforma protestante são:
- Sola scriptura (Somente a Escritura)
- Sola fide (Somente a fé)
- Sola gratia (Somente a graça)
- Solus Christus (Somente Cristo)
- Soli Deo gloria (Somente a Deus a glória)
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