Quando o homem se acha o mais inteligente

Estudo australiano mostra que existe essa tendência. E isso já mostra que quem pensa assim não é tão esperto quanto imagina

Segundo uma pesquisa da Universidade de Griffith, em Queensland, na Austrália, a maioria dos homens tende a se achar mais inteligente do que realmente é. Ao serem solicitados a estimar seu quociente de inteligência (QI), os homens costumam dar aquela “incrementada”. Muitos homens fazem mais ainda: tendem a achar que sua inteligência é superior à das mulheres.

Bem, só o fato de alguém se achar superior a todas as pessoas de outro gênero em alguma coisa – o que vale para ambos os lados – já mostra certa falta de inteligência.

Voltando a Queensland, o estudo também mostrou que algumas pessoas subestimam sua capacidade intelectual ou se menosprezam em outros aspectos, o que da mesma forma não é benéfico à vida. Os pesquisadores encerraram a questão com dados inequívocos: homens e mulheres não diferem no QI. Ele varia de pessoa a pessoa, independentemente do sexo.

A pesquisa australiana evidenciou ainda que o fato de muitos “se acharem” pode ser fruto da atual tendência de pais superestimarem seus filhos, inflando seus egos gradativamente enquanto crescem. Isso os leva a não saberem administrar o choque que recebem quando encaram a realidade que lhes mostra duramente que não são tão geniais como seus pais diziam. Não são principezinhos destinados ao topo do mundo nem melhores do que as outras pessoas.

Esses subprodutos da “geração mimimi” vão encontrar “lá fora” gente bem mais capacitada e desafios além de seu alcance enquanto permanecem ensimesmados. Esses desafios só podem ser vencidos mediante esforço, disciplina e dedicação – o que pode, muitas vezes, compensar até mesmo um QI mais baixo. Prova disso é o tanto de gente “capacitada intelectualmente“ que não conquista nada na vida.

Onde mora o problema
Claro, ter a autoestima em dia é muito importante, mas, como tudo na vida, é necessário ter equilíbrio: se a autoestima é baixa, ela prejudica nas conquistas e passa uma imagem negativa; se correta, ela influencia positivamente os resultados e nossa imagem externa; se exagerada, pode gerar frustrações, imagem de arrogância e tentativa de camuflar a incapacidade.

Mas como achar esse equilíbrio e não ser aquele cara que “se acha” em vários aspectos? Temer efetivamente a Deus ajuda muito. A Bíblia ensina que “a soberba precede a ruína, e a altivez do espírito precede a queda” (Provérbios 16.18). Ela já diz qual será o resultado e, se o indivíduo for realmente inteligente, evitará esse caminho que, há milênios, todo mundo sabe que não vai dar em coisa boa. Mostrar essa inteligência na prática vale bem mais do que medições de QI.

Sim. Obedecer a Deus é uma atitude madura e inteligente, pois Ele enxerga melhor o caminho do que nós podemos enxergar, por mais homens ou espertos que nos julguemos. Obedecendo ao Altíssimo, evitamos as pedras de tropeço que Ele sabe exatamente onde estão. Já quando nos achamos “os tais”, garantimos um tropeço e tanto, que leva a uma sucessão de tombos, independentemente de o nosso orgulho admiti-los.

Só o fato de a soberba ser pecado já bastaria para que o homem inteligente a evitasse. Essa autoproteção pode ser adotada por homens e mulheres com qualquer quociente intelectual, tenham muito ou pouco estudo e maior ou menor capacidade cerebral. A verdade é que a inteligência que vem do Espírito Santo é maior do que qualquer escala elaborada pelo homem seja capaz de medir.

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Colaborador

Marcelo Rangel / Foto: getty images