Quando as emoções paralisam um vencedor
O nadador Michael Phelps teve tantos conflitos interiores que eles quase o fizeram desistir da carreira e até da vida. Saiba quais atitudes ele e outras pessoas bem-sucedidas tiveram para voltar a ser vitoriosos
No mundo dos esportes, o nome do nadador norte-americano Michael Phelps, de 31 anos, (foto ao lado) é sinônimo de quebra de recordes, vitórias e superação. Em sua quinta e última Olimpíada, no Rio de Janeiro, ele ganhou a 23ª medalha de ouro – mais que o dobro do que qualquer outro atleta já teve na história.
Em 16 anos de carreira, ele coleciona 28 medalhas olímpicas e, a cada braçada que dá na piscina, demonstra ser o nadador concentrado que chega a ser considerado um dos maiores atletas de todos os tempos.
Características como foco e determinação fizeram parte da trajetória de Phelps, principalmente na Olimpíada de 2008, em Pequim, na China, quando ele atingiu vários recordes e conquistou oito ouros.
Naquela época, quem o viu subir ao pódio por tantas vezes não imaginava que logo depois, entre 2009 e 2014, iria vê-lo envolvido em polêmicas, como uso de drogas, festas regadas a álcool, abandono de treinos e suspensões em provas.
Nos Jogos Olímpicos de 2012, em Londres, na Inglaterra, ele ainda conquistou seis medalhas, mas já não era mais o atleta focado de antes. Vivia com problemas emocionais, que o fizeram anunciar a aposentadoria no auge de sua carreira.
Recentemente, ele admitiu à revista norte-americana ESPN que, entre 2012 e 2014, possuía muitos conflitos internos que o fizeram entrar em depressão. “Eu era um trem desgovernado e como uma bomba-relógio esperando para explodir. Eu não tinha autoestima. Havia momentos em que eu não queria estar aqui. Aquilo não era bom. Eu me sentia perdido”, contou durante a entrevista.
Naquele período, Phelps já não encontrava forças para continuar nadando, tampouco para saber o que faria pelo resto de sua vida. Não comia, passava dias sem dormir e vivia sozinho em seu quarto pensando nas frustrações que teve na vida, como o fato de não falar mais com seu pai.
Os pensamentos de suicídio eram constantes: “Este é o fim da minha vida. Quantas vezes eu fiz besteiras? Talvez o mundo seria melhor sem mim”, lembrou, no decorrer da entrevista, sobre o que dizia a si mesmo na época.
Como já era dependente de álcool, em 2014, internou-se em uma clínica de reabilitação para se livrar do problema. E foi durante os meses em que esteve recluso que conseguiu reencontrar o equilíbrio.
Um amigo de longa data, o jogador Ray Lewis, da Liga de Futebol Americano, o presenteou com o livro Uma Vida com Propósitos, de Rick Warren. À revista ESPN, o atleta contou que o livro o fez conhecer a existência do poder de Deus e entender que Ele tinha um propósito para a vida dele.
A partir daí, Phelps mudou seu modo de pensar, aprendeu a lidar com os conflitos internos, conseguiu sair da depressão, reconciliou-se com seu pai, pediu sua namorada em casamento, decidiu que voltaria a buscar novas medalhas de ouro na natação e voltou a ser o campeão de sempre.
Todos temos conflitos
Diferentemente de Phelps, que se reergueu quando aprendeu a lidar com seus conflitos para superar os vícios e a depressão, há diversas pessoas, principalmente do mundo artístico, aparentemente vitoriosas e bem-
sucedidas, que não conseguiram fazer o mesmo.
Em 2012, a cantora Whit-ney Houston, de 48 anos, (foto ao lado) por exemplo, foi encontrada morta em uma banheira de hotel, após uma overdose de remédios e drogas. Ela vendeu cerca de 170 milhões de discos durante sua carreira de quase três décadas, mas, ao mesmo tempo que tentava preservar seu talento artístico, enfrentava problemas emocionais decorrentes do abuso de drogas.
O ator Robin Williams também passou por muitos conflitos antes de se enforcar em sua residência, em 2014. Ele lutava contra a depressão e a ansiedade e, nos últimos dias antes de morrer, estava triste e abatido.
Kurt Cobain, líder da banda Nirvana, também teve sua vida marcada por diversos episódios de depressão, decorrentes do desequilíbrio emocional. Antes de se matar com um tiro na cabeça, escreveu uma carta de despedida dizendo que não tinha mais entusiasmo para nada e que sentia uma confusão de emoções que oscilavam entre medo, ódio e euforia.
Como uma pessoa vencedora, que conquista méritos e sucesso ao longo da vida, pode ter pensamentos negativos a ponto de se deixar sucumbir por eles?
Os conflitos internos sempre fizeram parte da vida do ser humano. Mas, à medida que a pessoa se torna mais bem-sucedida, passa também a ser mais pressionada por eles. Quanto mais sucesso, trabalho e conquistas, mais pensamentos e sentimentos surgem e geram esses conflitos.
Eles se formam por causa da incompatibilidade entre aquilo que pensamos e a forma como agimos. Ou seja, quando se deseja uma coisa, mas se pratica outra. A dissonância que ocorre entre a nossa vontade e o que precisamos fazer de fato cria uma tensão. E, então, vem o conflito. “Quando a razão e a emoção se confrontam geram confusão, insegurança, ansiedade, medo, cansaço, o que conduz a outros sentimentos instáveis. Um abismo chama outro abismo”, explica a psicóloga Renata Lourencetti.
Ela acrescenta que os sentimentos, muitas vezes, se chocam com as atitudes e, por isso, vêm os pensamentos de desânimo, desmotivação, baixa autoestima ou qualquer outro que possa gerar um desequilíbrio entre aquilo que ela está praticando com o que está sentindo.
Por isso, para saber lidar com os conflitos internos, é importante sempre usar a razão. Só assim é possível ter discernimento para não se deixar levar pela confusão de emoções. “Quando não sabemos lidar com nossos conflitos interiores, revelamos nossa fraqueza. A pessoa se abandona e há momentos de fragilidade e rejeição. Cria-se uma imagem ideal acerca das coisas que julgamos ser importantes, o que nem sempre corresponde à realidade”, aponta a psicóloga.
As consequências
Nessa guerra entre razão e emoção, é fácil viver uma confusão de sentimentos. A pessoa fica aprisionada em pensamentos destrutivos que a levam a ter problemas maiores, como a depressão, por exemplo.
Era o caso do vendedor Mauricio Bertero Junior, de 51 anos, (foto ao lado) que sofreu com uma decepção profissional que o fez ter muitos conflitos internos e fortes problemas emocionais.
Ele tinha uma carreira bem-sucedida na área de logística, mas passou por momentos de frustração dolorosos após uma demissão. Na tentativa de retomar sua vida profissional, se viu totalmente perdido em suas emoções. “Eu me via querendo fazer o meu melhor, tinha capacidade para isso, mas não conseguia os resultados de que precisava. Sentia uma insatisfação muito grande, uma desmotivação”, explica Mauricio.
As confusões em sua mente eram tão fortes que trouxeram sintomas físicos, como insônia e falta de apetite. “Eu não conseguia mais dormir, não me alimentava direito e isso foi me preocupando. Eu achava que era só conseguir um novo emprego, mas no fundo estava me iludindo. Eu só tinha pensamentos de morte”, recorda.
Os problemas físicos não pararam por aí. Ele começou a sentir fortes dores de cabeça e palpitações cardíacas. Por conta disso, começou a tomar antidepressivos. “Sentia um peso na minha cabeça muito grande, taquicardia, uma pressão que vinha da região da nuca”, cita.
Os problemas interiores se refletiram também em sua família. A vida conjugal e o relacionamento com a filha tinham sido abalados. “Não tinha companheirismo
e paciência, entrei em um processo de isolamento, vivia irritado, nervoso e sem vontade de viver”, relata.
Mas, em janeiro de 2015, Mauricio decidiu que teria que fazer algo para se livrar da depressão e conseguir lidar com as frustrações e, dessa forma, reerguer sua vida.
A convite da esposa foi em uma terça-feira ao Templo de Salomão. No primeiro dia notou que a confusão de sentimentos que sentia até aquele momento tinha sumido. “Saí de lá diferente, sem aquela angústia que estava acabando com minha paz, tanto que parei imediatamente de tomar os remédios que usava”, diz.
Mauricio continuou frequentando as reuniões da Universal e nelas aprendeu a lidar com os conflitos internos, conseguiu um novo trabalho e reconstruiu o relacionamento com a esposa e a filha. “A partir daí minha vida só tem sido bênçãos. A minha casa está em paz. A minha vida tem paz”, comemora.
Interior X exterior
A empresária Fátima das Dores Silva, de 50 anos, (foto ao lado) perdeu todo o patrimônio que tinha construído em uma carreira bem-sucedida, por causa dos problemas emocionais.
Ela tinha uma empresa, carros, apartamento e outros bens materiais, mas acabou perdendo tudo depois de uma desilusão amorosa e ficou completamente perdida em suas emoções.
Os pensamentos conflituosos de rejeição e frustração a faziam tomar atitudes impensadas. A pior delas foi quando começou a frequentar casas de jogos de azar. “Eu tinha 21 cheques devolvidos e devia mais de R$ 100 mil aos bancos. Havia perdido mais de R$ 400 mil nos jogos”, conta.
As perdas faziam com que ela ficasse cada vez mais confusa. Sem saber como agir, se entregou ao vício de jogar. “Fiquei mais de dez anos frequentando bingos, pôquer, caça-níqueis e, como perdia tudo, passei a ter desejo de suicídio. Vivia doente e tinha uma dor muito grande na alma”, explica.
Até que um dia Fátima decidiu ir a uma reunião da Universal. Lá entendeu o que precisava fazer para se livrar de toda angústia que sentia e para lidar com os conflitos internos que tinha e poder refazer sua vida. “Eu comecei a perseverar e minha visão se abriu para que eu pudesse me reerguer. Meus pensamentos foram mudando e minha vida foi tomando uma nova direção”, revela.
Depois de ter se livrado dos problemas emocionais, Fátima recuperou um apartamento que havia perdido nos jogos, adquiriu mais um e comprou também um carro importado, além de um restaurante. “Fui tomando um novo rumo de amadurecimento e hoje tenho uma vida de qualidade”, finaliza.
Com base nesses exemplos, é possível ver como é importante lidar com os conflitos internos para que eles não se aprofundem e tragam problemas maiores, como a depressão. As frustrações, os sentimentos confusos e os pensamentos de dúvida sempre existirão na vida de todos nós, mas a forma como você os enfrenta vai determinar se eles vão paralisar ou não a sua vida.
Aos domingos, em toda a Universal, bispos, pastores e obreiros clamam para que todos os presentes tenham um encontro com Deus. Se você tem chorado, mesmo que baixinho e sem que as pessoas saibam, se você está cativo por causa de um problema, não deixe de participar, desse dia especial. Veja o endereço da Universal mais próxima da sua casa.
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