Boas práticas dentro das empresas e nas relações que elas mantêm com funcionários, fornecedores e público-alvo são muito importantes para os negócios. Além disso, estar de acordo com os padrões éticos e os regulamentos internos e externos também é necessário no que se refere ao compliance.

Segundo Sérgio Oliveira, executivo de auditoria, riscos e compliance da Crowe, oitava rede mundial nas áreas de auditoria e consultoria, o termo significa estar em conformidade: “um programa de compliance tem o objetivo de deixar a empresa nos trilhos determinados, seguindo os regulamentos internos, legislações e normas externas. Seu foco é minimizar riscos e buscar atingir as metas de negócios”.

Ele ressalta que esse processo é fundamental para empresas grandes ou pequenas, pois ajuda a evitar perdas financeiras e impactos à imagem do negócio. “Ele é importante para garantir que alguém está acompanhando o cumprimento de leis e regulamentos, externos ou internos, sempre buscando minimizar riscos para as operações”, avalia.

Como implantar?
De acordo com ele, para implantar essa prática, é preciso definir quem vai cuidar desse assunto: “algumas empresas ainda deixam a área dentro do departamento jurídico, mas o ideal é ter um setor independente e focado na estratégia”.

Ele afirma que a primeira ação é a elaboração e divulgação de um código de conduta. “A partir deste ponto, o treinamento de todos os funcionários, incluindo os responsáveis pela governança, a criação de canais internos e/ou externos de denúncias, a disseminação da cultura e o próprio cumprimento de normas e regulamentos são as principais fases do programa, que deve ter um monitoramento contínuo para garantir sua atualização.”

Na Universal
A Universal está alinhada a esses novos tempos e também está implantando essa prática. De acordo com Ariane Martim, integrante da comissão multidisciplinar de compliance da Universal e MBA em auditoria, compliance e gestão de riscos, a maior mudança dessa prática é cultural e não física. “Dependendo da empresa pode haver uma modificação palpável para se adequar às normas, como, por exemplo, adequar ferramentas e ambientes de trabalho”, diz.

Ela esclarece que no Brasil o compliance está relacionado à Lei Anticorrupção (Lei nº 12.846), aprovada em 2013, embora não seja obrigatório ter um departamento dedicado ao tema. “Desde que entrou em vigor, em 2014, as empresas brasileiras ficaram expostas a graves consequências civis e administrativas, caso venham a praticar qualquer tipo de ato lesivo à administração pública nacional ou estrangeira.”

Objetivos claros
De acordo com Mychelle Borges, (foto abaixo) também integrante da comissão multidisciplinar que iniciou o processo de implantação do compliance na Universal, o objetivo é assegurar que todos os colaboradores estejam de acordo com as regras de conduta da empresa. “Espera-se que eles dominem os processos e procedimentos, implementados e executados com efetiva conformidade política, comercial, trabalhista, contratual e comportamental.”

Ela fala dos benefícios da prática: “o compliance reduz a incidência de fraude, evita riscos de perdas financeiras e de reputação, aumenta a eficiência e o desempenho na gestão e se dedica a todas as áreas que possam apresentar irregularidades que afetem o desempenho e a reputação da empresa”, conclui.