Qual é a resposta para os vícios?

Todos os domingos, a Universal recebe familiares e pessoas que reconhecem que, se há dependência nos vícios, também há chance de cura. Saiba mais

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Pelo que tudo indica – inclusive os números –, as transformações causadas pelo novo coronavírus fizeram o consumo de medicamentos, álcool e drogas no Brasil dispararem. Foi durante o auge da pandemia que a insegurança, o desespero e o comprometimento da renda familiar bateram às portas das casas de muitas pessoas, levando-as a elevar o consumo de substâncias químicas. A Global Drug Survey (GDS), que promove um levantamento mundial sobre o uso de drogas no mundo, trouxe uma edição especial em 2020 sobre a Covid-19 e os dados mostram que, no Brasil, houve um aumento de 17,2% no consumo de maconha, 7,4% no uso de cocaína e 12,7% no uso de remédios para ansiedade. Em relação à ingestão de álcool, o aumento foi de 13,1%.

Outras pesquisas também abordam esse tema. A que foi conduzida pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) indicou que 42% dos entrevistados no Brasil relataram alto consumo de álcool durante a pandemia e o Relatório Mundial sobre Drogas 2021, documento divulgado pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), alertou que cerca de 275 milhões de pessoas usaram drogas no mundo no último ano, enquanto mais de 36 milhões sofreram de transtornos associados ao seu consumo.

Além disso, os meses de isolamento social, em 2020, acarretaram uma elevação de 54% nos atendimentos de dependentes químicos em hospitais credenciados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), quando comparado a 2019. O número maior de internações decorrentes do uso de drogas ilícitas também colocou em pauta o fato de que muitas consequências delas são encaradas por muitos especialistas como pouco reversíveis.

TEM JEITO?
Em entrevista à Folha Universal, o Pastor João Oliveira, que coordena o trabalho feito no Tratamento para a Cura dos Vícios na João Dias, zona sul de São Paulo, reforça que o crescimento do consumo “tanto de drogas lícitas como ilícitas nos últimos meses se deu pelo isolamento social e que a ansiedade também levou muitas pessoas a recorrerem aos vícios como uma válvula de escape”. O Pastor faz esse esclarecimento com propriedade: semanalmente, a iniciativa oferece assistência espiritual a centenas de pessoas que são dependentes de quaisquer vícios e também acompanha e orienta muitos familiares.

“O Tratamento para a Cura dos Vícios tem justamente esse diferencial. São milhares de pessoas que foram curadas dos mais diversos vícios, tanto em drogas lícitas como ilícitas, e suas famílias também foram beneficiadas, o que prova, acima de tudo, que o vício tem cura”, diz o Pastor. “Infelizmente, a grande maioria das pessoas não se considera viciada nem que a força do vício tem cauterizado a mente das que pensam que têm controle sobre elas e podem parar de consumi-las a hora que quiserem. Sem que percebam, elas passam anos de suas vidas com muitos danos familiares, na saúde e econômicos”, observa o Pastor.

O Tratamento fortalece a intercessão do familiar de quem tem vício: “o Tratamento é tanto para quem tem o vício como para a família, pois tanto um quanto o outro são bombardeados por um acúmulo de frustrações e de tentativas que não trazem a tão esperada solução”, aponta o Pastor. Ele também foi um dos alcançados pela iniciativa. “Cheguei ao Tratamento graças à perseverança de minha mãe. Eu tinha vícios em cigarro, bebida, maconha, cocaína, lança-perfume e, infelizmente, também me envolvi com a criminalidade”, recorda. Ele conta que se libertou dos vícios há 22 anos, “sem nenhuma recaída, vontade, desejo ou fissura” e há 17 anos ajuda espiritualmente as pessoas que desejam que o mesmo ocorra com elas.

“NINGUÉM ACREDITAVA MAIS EM MIM”
Thalia Naihan Amancio, de 22 anos, chegou ao Tratamento para a Cura dos Vícios há dois anos. “Entre os 13 e 14 anos, me viciei em cigarro, em prostituição, em álcool, além de mentir e praticar roubos. Só reconheci que tinha um enorme problema e que estava viciada quando não conseguia mais ficar um final de semana sem sair, beber e fumar e, depois de observar que, com o passar do tempo, o que eu fazia antes só aos finais de semana se tornou praticamente diário. Eu gastava de R$ 500 a R$ 600 ‘na noite’ só de bebida”, relata.

Ela lembra que começou a acumular problemas. “Muitas vezes, eu chegava atrasada ao serviço ou nem aparecia. Perdi minha dignidade e credibilidade com a família e ninguém acreditava mais em mim. Meu pior momento foi quando deixei meu filho com a minha mãe para sair: eu ficava dois, três dias fora de casa. No entanto era uma vida completamente conturbada e sem paz. Já tentei o suicídio três vezes tomando remédios. Eu estava sobrevivendo, mas não tinha mais vontade de viver”, expôs.

OUTRA PESSOA
Até que Thalia percebeu que não podia mais continuar vivendo daquele jeito. Por meio de sua mãe, ela conheceu o Tratamento para a Cura dos Vícios. “Cheguei no dia 13 de outubro de 2019, um domingo, às 15h, viciada e depressiva. Embora eu não gostasse da Universal, fui decidida a mudar de vida: olhei para a minha situação e disse que não queria mais aquilo para mim. No primeiro dia, me libertei totalmente. Cheguei como um caco e ali recebi cuidado. Pouco a pouco, tudo que eu sentia foi embora: a tristeza, a angústia e o medo. Eu, que nem tinha mais perspectiva de vida e não confiava mais em mim mesma e no que podia fazer, fui transformada.”

Por isso, Thalia reforça a importância das reuniões que acontecem todos os domingos na Universal. “se eu não tivesse dado credibilidade e um voto de confiança para o Tratamento, eu seria a mesma Thalia de antes. Hoje tudo mudou: tenho o Espírito Santo que me conduz e me fortalece dia após dia”, conclui.

Se você também deseja conhecer ou fazer parte do Tratamento, acesse universal.org/vicio-tem-cura/ e saiba onde fica a Universal mais próxima de sua casa. Em São Paulo, os encontros acontecem na Avenida João Dias, 1.800, em Santo Amaro, às 15h e às 18h.

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Colaborador

Flavia Francellino / Fotos: getty images e cedida