Principal país comunista do mundo revela que não tem alimentos para sua população

A revelação aconteceu durante evento do Partido dos Trabalhadores, único partido governante da Coreia

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O principal representante comunista do mundo na atualidade, Coreia do Norte, admitiu esta semana que milhões de pessoas estão prestes a morrer de fome no país. De acordo com o ditador norte-coreano Kim Jong-un, “a situação alimentar das pessoas está ficando tensa”.

A revelação aconteceu durante evento do Partido dos Trabalhadores, único partido governante da Coreia. Raramente Kim Jong-un fala abertamente sobre as dificuldades enfrentadas pelo país, o que leva muitos especialistas a crerem que a situação é ainda pior do que o revelado.

De fato, a agência internacional de notícias relatou, recentemente, que o preço de um quilo de banana chegou ao equivalente a R$ 225. A alimentação em preços tão altos impede que a maioria dos norte-coreanos possam se alimentar adequadamente.

Ao se referir à situação alimentar do país em abril, Kim Jong-un afirmou que a Coreia deve “travar outra ‘Marcha Árdua’, mais difícil, a fim de aliviar o nosso povo da dificuldade, mesmo que um pouco”.

“Marcha Árdua” é o termo utilizado pelos norte-coreanos para se referir à luta contra a fome nos anos 1990. Naquela época, a União Soviética – principal aliada da Coreia do Norte – faliu devido ao comunismo aplicado. O país foi desmantelado em vários outros países, sendo que Rússia foi o que ganhou maior representatividade.

Sem o apoio financeiro soviético, a Coreia do Norte viu três milhões de cidadãos morrerem de fome. Isso equivalia a mais de dez por cento da população nacional naquele momento.

Dessa vez, Kim Jong-un culpa tufões acontecidos em 2020 pela falta de alimentos na Coreia do Norte. De acordo com ele, essas catástrofes naturais causaram inundações em plantações.

Também é importante ressaltar que a Coreia do Norte se nega a negociar com quase todos os outros países. Seu único real parceiro econômico, a China, teve laços econômicos cortados em 2020 devido à pandemia. A Coreia do Norte fechou suas fronteiras mesmo para receber alimentos, fertilizantes e combustíveis chineses, que são de vital importância na região.

De acordo com a correspondente da região da BBC Laura Bicker, “o problema é que, ao assumir o cargo de seu pai [ditador Kim Jon-il, morto em 2011], ele havia prometido ao povo um futuro mais próspero. Ele havia dito que os norte-coreanos teriam carne em suas mesas e acesso à eletricidade. Isso não aconteceu”.

Apesar das dificuldades enfrentadas, “o país se isolou e é improvável que peça ajuda. Se o governo continuar rejeitando todas as ofertas de assistência internacional, como sempre fez, serão as pessoas que pagarão por isso”, afirma Bicker.

Além das mortes causadas pela fome, a Coreia do Norte também tem sido acusada, ao longo da História, de perseguir e matar opositores políticos. Infelizmente, para o governo do país, até mesmo pessoas que acreditam em Deus são consideradas inimigas políticas. Clique aqui e saiba mais sobre o assunto.

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Colaborador

Andre Batista / Foto: iStock