Primeira celebração dos casamentos com detentos do regime fechado no estado de Roraima
Saiba como foi esse momento tão importante
No dia 1º de maio, o estado de Roraima viveu um momento marcante: foi realizado a primeira celebração dos casamentos com detentos do regime fechado.
Por que esse momento foi tão significativo:
A cerimônia foi uma iniciativa inédita da Universal, por meio do programa social Universal nos Presídios (UNP), e da Secretaria de Justiça e Cidadania (SEJUC), que apoiou a proposta desde o início. Com isso, o evento proporcionou a maior bênção de todas: a do Altar.
Detalhes da cerimônia:
- Ao todo, participaram 26 detentos de diferentes unidades prisionais;
- 20 deles estavam em regime fechado, na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (PAMC) e da Cadeia Pública de Boa Vista;
- Outros seis eram do regime semiaberto, do Centro de Progressão Penitenciária (CPP);
- O evento contou com a presença de 20 voluntários da UNP;
- Foi a primeira vez que internos do regime fechado foram autorizados a sair, sob escolta, para uma cerimônia religiosa fora do presídio;
- Inclusive, os detentos chegaram à igreja escoltados por agentes armados, transportados em ônibus da SEJUC;
- Posteriormente, ao chegarem, foram encaminhados a uma sala para se trocarem e se prepararem para a cerimônia;
- Ademais, o casamento reuniu cerca de 550 pessoas, entre familiares e convidados dos noivos.
Como surgiu a iniciativa:
A ideia começou a ganhar forma em novembro do ano passado, quando a Defensoria Pública do Estado realizou casamentos civis dentro das unidades prisionais. A partir disso, surgiu o desejo de oficializar essas uniões também diante de Deus.
Desde então, a equipe da UNP desenvolveu a proposta em parceria com a SEJUC e outros órgãos do sistema de justiça, até chegar a realização do evento.
Como foi organizada a cerimônia:
- Após a concepção da ideia, iniciou-se um processo minucioso de articulação entre a SEJUC, a Vara de Execuções Penais e as unidades prisionais para avaliar a viabilidade legal e de segurança da ação. Cada caso foi analisado criteriosamente, respeitando todos os critérios estabelecidos.
- Assim, firmaram uma parceria com as unidades prisionais para planejar a logística e garantir a escolta adequada dos detentos, cujas unidades, além de dispersas, muitas vezes estão em locais de difícil acesso.
- A Universal ficou responsável pela organização da cerimônia, atuando em conjunto com as famílias dos noivos e prestando apoio aos policiais penais. Todo o evento foi cuidadosamente estruturado para ocorrer dentro da legalidade, com segurança e o respeito que a ocasião exigia.
O grande dia:
- Os dias que antecederam o casamento foram intensos, cheios de expectativa e preparação. As famílias se organizaram com entusiasmo, e as noivas ficaram responsáveis por levar as roupas dos noivos. E, assim, a equipe organizou a igreja para receber o evento.
- No dia da cerimônia, muitas crianças estavam presentes — algumas veriam o pai pela primeira vez, já que nasceram após sua prisão.
- Nesse ínterim, apesar da emoção, havia também um clima de apreensão devido à forte presença policial. Quando os detentos chegaram à igreja, antes de subirem ao salão onde ocorreria a cerimônia, ouviram uma mensagem de fé e incentivo.
- Na sequência, os voluntários orientaram os noivos a entrarem de cabeça erguida, com alegria e dignidade, para receber suas noivas diante do Altar.
Encontro aguardado:
Em virtude de verem seus familiares, muitos detentos não contiveram as lágrimas — havia anos que não se viam. Embora não pudessem abraçar ou conversar com seus parentes, por motivos de segurança, apenas a possibilidade de vê-los renovou suas forças.
Autoridades presentes:
- Ademais, a ocasião contou com a presença de importantes autoridades que viabilizaram esse momento histórico, entre elas, Dr. Daniel Amorim, juiz da Vara de Execuções Penais do TJRR; Dr. Oleno Matos, Defensor Público-Geral do Estado e Michelle Fernandes, secretária adjunta de Justiça e Cidadania de Roraima.
- Nesse ínterim, também estiveram presentes a Dra. Maria, diretora do Sistema Penitenciário; Dra. Dayana Almeida, diretora do Departamento de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania e Dra. Fabiany Said, diretora do Centro de Progressão Penitenciária
A cerimônia:
Em resumo, o Bispo Wagner Fernando Alves, responsável pelo trabalho evangelístico da Universal em Roraima, conduziu a cerimônia.
- “Esse momento foi resultado de um trabalho constante e dedicado, realizado com apoio das autoridades, das unidades prisionais e, principalmente, das famílias dos reeducandos”, declarou.
- “Ver esse dia se concretizar confirma que, com união de esforços e propósito, os resultados aparecem. Nosso objetivo sempre foi, e continua sendo, levar a Palavra de Deus a todos, independentemente de onde estejam ou de sua história. Essa celebração mostrou que Deus pode restaurar vidas, famílias e sonhos — mesmo dentro dos muros de uma prisão”, finalizou o Bispo.
A mensagem transmitida:
Em suma, durante a cerimônia, foi lida a passagem bíblica abaixo:
“A glória desta última casa será maior do que a da primeira, diz o Senhor dos Exércitos; e neste lugar darei a paz.” (Ageu 2:9)
Posteriormente, com base nessa fé, os reeducandos disseram “sim” diante do Altar, acreditando que Deus pode transformar qualquer história. A mensagem central foi de recomeço, perdão e restauração. Inclusive, cada casal recebeu a mensagem de que, independentemente das circunstâncias, ao entregarem sinceramente suas vidas a Deus, poderiam construir um casamento feliz e abençoado.
Uma surpresa que emocionou a todos:
Ao final da cerimônia, um gesto simples, mas marcante emocionou os presentes: a chefe de segurança autorizou que os detentos tirassem uma foto com suas famílias. Para muitos, foi o primeiro registro juntos em anos — uma lembrança que vai durar para sempre.
Anote:
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