Portas fechadas para uma infecção hospitalar

Ninguém espera estar em busca de saúde e adoecer ainda mais. Saiba o que fazer para fugir dessa possibilidade

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Quando vamos ao hospital, não nos expomos apenas a medicamentos ou recebemos a atenção de que necessitamos porque estamos enfermos. Também nos arriscamos a contrair outras doenças e, por isso, é importante tomarmos alguns cuidados.

Por se tratar de um ambiente de grande circulação de pessoas, muitas delas doentes, os micro-organismos estão no ar e nas superfícies. Por conta disso, a infecção hospitalar se tornou um desafio de saúde pública. Ela prejudica pacientes, visitantes e profissionais de saúde.
Atualmente, para englobar infecções que ocorrem em ambientes de assistência que não sejam hospitais, como clínicas de diálise (para filtrar o sangue) ou centros de oncologia, o termo infecção hospitalar foi substituído por infecções relacionadas à assistência à saúde (Iras). No Brasil, estima-se que elas contaminem 14% dos pacientes internados.

Recentemente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou o primeiro Relatório Mundial sobre Prevenção e Controle de Infecções. O estudo cita que “as infecções relacionadas à assistência à saúde (Iras) formam um dos eventos adversos mais frequentes associados à assistência à saúde e um grave problema de saúde pública, pois aumentam a morbidade, a mortalidade e os custos a elas relacionados, além de afetar de forma negativa a segurança do paciente e a qualidade dos serviços de saúde”. Segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, os custos médicos diretos das Iras para hospitais locais variam de US$ 35,7 bilhões a US$ 45 bilhões anuais. A OMS aponta ainda que morrem, em média, 10% dos pacientes que foram acometidos pela doença durante a internação.

LIDANDO COM UM INIMIGO INVISÍVEL
A Lei 9.431/1997 determina que os hospitais mantenham o Programa de Controle de Infecções Hospitalares (PCIH) e elenca uma série de ações que ajudam a mitigar as chances de ocorrência de infecções e os seus efeitos, mas é importante que tanto visitantes como profissionais de saúde se envolvam com a prática delas.

Marcelo Daher, médico infectologista e consultor da sociedade Brasileira de Infectologia, esclarece que mensalmente são encaminhados relatórios à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para dar ciência quanto ao número de casos. Quanto aos pacientes e familiares, ele faz a seguinte recomendação: “ao perceber algum risco de infecção, conversem imediatamente com o médico-assistente, com a unidade de segurança e com a de controle de infecção do hospital”.
Já Luiz Alves, infectologista do Hospital Moriah, acrescenta que, para contornar essa realidade, alguns cuidados são imprescindíveis. “É fundamental promover a conscientização e a educação dos profissionais de saúde e dos pacientes sobre a importância de algumas práticas vitais”, diz. Leia mais informações ao lado.

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Colaborador

Flavia Francellino / Arte: Edi Edson