Por que você não deve exigir perfeição de ninguém
Deixar de olhar para si mesma e condenar os outros é uma cilada que esconde sua insegurança, seu medo e seu orgulho
O ser humano é complexo, pois tem inúmeras características que mudam com o passar do tempo e, inclusive, adota hábitos e elimina outros muitas vezes de forma inconsciente – e é aí que mora o perigo. Sem notar, é possível que um atributo positivo se torne algo negativo quando a pessoa perde o equilíbrio.
Na prática, isso pode acontecer quando o assunto é justiça ou sabedoria. Apesar de serem duas qualidades admiráveis, a Palavra de Deus, em Eclesiastes 7.16, alerta para o perigo do exagero: “Não sejas demasiadamente justo, nem demasiadamente sábio; por que te destruirias a ti mesmo?”
Em uma meditação disponível no Univer Vídeo, a colunista Cristiane Cardoso alerta para a importância de uma mulher ser justa e viver longe do pecado, em santificação, mas também chama a atenção para o risco de exagerar na justiça em relação aos outros e condenar as pessoas que não têm o mesmo comportamento que ela. “Esse é um tipo de pessoa desequilibrada, que não sabe conversar, sentar nem compartilhar. É radical a ponto de fazer as pessoas ao seu redor se sentirem mal. Nós temos que ser radicais com o pecado, mas não a ponto de fazer as pessoas ficarem se sentindo mal perto de nós. Jesus andava com os pecadores. Como Ele conseguia fazer isso se Ele era santo?”, questiona. Ela explica ainda que, apesar de ser perfeito, Jesus não olhava para os outros para condená-los ou como se fossem inferiores.
Perfeita… só que não!
Toda mulher precisa entender que é imperfeita, como destaca Cristiane: “se você esperar perfeição de alguém, estará sendo injusta, porque você não é perfeita. Você quer dos outros o que você não pode ser. A vida com Deus exige um equilíbrio muito grande. Você tem que ser radical com o pecado em relação a você, mas não em relação aos outros”, orienta.
Agir dessa forma não vai fazer a pessoa deixar de ver os erros dos outros, mas vai mudar sua atitude diante deles. Em vez de criticar ou apontar o dedo, a solução é orar por eles. “No fim do dia eu não vou responder pelos pecados deles, mas pela forma como a trato.”
Nesse cenário, muitas mulheres deixam de fortalecer a própria fé porque reparam muito nas falhas dos outros e não observam seus erros. Elas usam a justiça como uma capa para esconder o que realmente são, afirma Cristiane: “por dentro, essa mulher é magoada, cheia de maus olhos, rancorosa com o ser humano e olha para o mundo como se fosse melhor que todas as outras pessoas. Ela se isola de todos”.
O versículo em Eclesiastes sugere que as atitudes sem equilíbrio são capazes de destruir uma pessoa. Como isso ocorre? Nós não nascemos para viver sozinhas, estamos cercadas de pessoas e dependemos desse contato para conviver em sociedade, mas quem perde o equilíbrio tende a afastar e destruir seus relacionamentos. “Uma pessoa demasiadamente justa e sábia normalmente não tem amigas. As nossas amizades falam muito de nós e as que não temos também. (…) No fundo, ela se acha autossuficiente.”
Cristiane lembra que Jesus não andava sozinho, pelo contrário, formou um grupo que sempre estava com Ele. Apesar de ter seus momentos a sós com Deus, Jesus estava perto do povo. “Você não tem noção de como esse comportamento de se isolar é um comportamento de orgulho e é o que o diabo mais gosta.” Por outro lado, o Espírito Santo incentiva a união.
Quem se aproxima de outras pessoas se expõe e também é exposto aos erros dos outros, mas isso nem sempre é ruim. “A Igreja foi feita para que aprendêssemos a praticar a Palavra de Deus. Compreensão, perdão, paciência, bons olhos, tudo isso você aprende com pessoas e não sozinha”, finaliza.
Dessa forma, a solução para muitos problemas é olhar para dentro de si e identificar o que pode ser mudado, em vez de exigir perfeição dos outros.
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