População de rua recebe ajuda para enfrentar o frio na Europa
Milhares de voluntários cumprem essa missão
Se de um lado do planeta ondas de calor chegaram a causar sensação térmica de 58,5°C, como aconteceu no Rio de Janeiro, do outro do mundo as temperaturas atingiram até -58°C, como ocorreu na Rússia. No continente europeu, o inverno começou em 21 de dezembro, mas as baixas temperaturas já afetam a população há muito mais tempo, especialmente quem não tem uma casa para se abrigar. Para oferecer um pouco de conforto, 2,3 mil voluntários do Anjos da Madrugada têm realizado, periodicamente, ações sociais para distribuição de donativos.
Há pelo menos 1 milhão de pessoas sem-teto em toda a Europa, segundo um relatório divulgado em setembro pela Federação das Organizações Nacionais que Trabalham com os Sem-Abrigo (Feantsa). “Este ano o inverno chegou mais cedo na Suécia. Às 15h, a cidade já começava a escurecer e a temperatura variava entre -6 e -8 graus na capital. Também nevou muito, o que pegou o país de surpresa, pois não esperávamos tanta neve tão cedo. E esse período de frio e com neve se torna muito mais difícil para os sem-abrigo. Afinal, eles têm dificuldade de se manter aquecidos nesta época, há falta de comida e eles também ficam expostos à violência”, explica o responsável pelo trabalho social no país, Hugo Paredes.

Ele conta que, frequentemente, o programa atua na Estação Central, em Estocolmo, onde desabrigados buscam refúgio durante a noite. Inclusive, no dia 1º de dezembro, os voluntários montaram uma mesa no local e distribuíram refeições com bebidas quentes para ajudá-los a se aquecer.
Uma das pessoas beneficiadas por essas ações na Suécia é Eva Byberg, de 75 anos. “Estou em uma situação difícil e minha alimentação tem sido muito ruim. Já não é a primeira vez que como a comida que a Universal oferece e gosto bastante. É muito saborosa e sempre como tudo. Isso faz com que me sinta melhor e com mais ânimo”, relata.
Na Rússia, o programa social atua todas as terçasfeiras em cinco cidades, quando faz a distribuição de sopa, pão e chá. “Esse trabalho é de grande valia porque muitos sem-abrigo não têm como se alimentar, onde se aquecer e se refugiam em estações de trem e em albergues para sobreviver. Vários necessitados acabam se embriagando para se esquentar, dormindo literalmente na rua, têm tuberculose por conta do frio e, infelizmente, até perdem suas vidas”, diz o responsável pelo trabalho na Rússia, Rafael Machado.
Segundo um estudo publicado em março na revista Planetary Health, do grupo The Lancet, o número de pessoas que morrem de frio na Europa é dez vezes maior do que os de vítimas do calor. No continente, o grupo atua na Bélgica, Espanha, França, Hungria, Irlanda, Itália, em Luxemburgo, Moldávia, em Portugal, no Reino Unido, na Romênia, Rússia e Suécia. Nesses 13 países, além das doações de alimentos e itens de primeira necessidade, os voluntários buscam sempre levar uma palavra de conforto, ânimo e esperança às pessoas que vivem em situação de vulnerabilidade. Apenas em 2022, mais de 7 mil pessoas foram assistidas pelo Anjos da Madrugada.
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