Politicamente independente
Descubra a diferença de posicionamentos políticos e por que independência não é sinônimo de se eximir de responsabilidade
Os pormenores da política estão cada vez mais presentes no dia a dia dos brasileiros, mas o excesso de informações, abordagens distintas e termos técnicos, muitas vezes, ocasionam um prejulgamento em relação a decisões tomadas pelos representantes eleitos e seus partidos.
Nas últimas semanas, parte dos 23 partidos que conquistaram cadeiras na Câmara e no Senado se manifestou sobre a postura que adotará nos próximos quatro anos em relação à gestão do presidente Lula: alguns se declararam como base do governo, também chamada de “situação”; outros afirmaram que serão oposição. E há quem tenha se declarado “independente politicamente”. É normal que o cidadão comum, que não entende muito de política, ainda esteja tentando saber o que cada um desses partidos quer dizer ao declarar sua posição.
O presidente do Republicanos, deputado federal Marcos Pereira, deu uma breve explicação sobre a postura de independência do partido no Twitter: “reconheço a vitória do ex-presidente Lula e parabenizo o grande resultado do presidente Jair Bolsonaro. Nós, do Republicanos, vamos manter a coerência e seguir um caminho de independência, aprovando aquilo que for bom para o Brasil e criticando aquilo que for ruim”.
Alguns interpretaram o posicionamento como uma forma de abstenção, outros o julgaram como oposição ou base camuflada. Todavia é preciso entender que se declarar independente também é fincar posição – e essa é a que tende a ser mais democrática e benéfica para o País.
Quem é quem
Para entender o posicionamento independente de atuação no Congresso Nacional é necessário compreender antes o papel da situação e o papel da oposição. Atuar como situação é ser base do Executivo, apoiando todos os projetos sem jamais criticar. Em episódio especial sobre o assunto do True Podcast, o Bispo Alessandro Paschoall, coordenador do Grupo Arimateia, explica que, pensando no viés esquerdista e nos ideais do presidente eleito, em comparação aos valores e princípios cristãos seguidos pelo Republicanos, “ser base é impossível”. Um cristão conservador não se identifica com os valores lulistas.
Outra opção é ser oposição que, segundo o dicionário, é “partido ou conjunto de partidos políticos contrários ao governo”. Nessa posição, seja qual for a proposta do Executivo, seus opositores se recusarão a aceitá-la – ainda que o projeto seja benéfico para o povo. Essa também não é uma atitude cristã, pois é guiada por vaidade e orgulho e não pela razão e pela vontade de contribuir para o bem do país e das pessoas.
Por fim, quando um representante político se reserva o direito de ser independente, ele está escolhendo ser imparcial e livre para votar como julgar que seja o melhor para o Brasil, sem se prender a siglas partidárias ou ambições politiqueiras. “Esse será o Republicanos em relação ao governo federal do presidente eleito, Lula. Nós seremos independentes. Independentes para votar projetos que forem bons para o povo. Mas em todos os temas que forem contrários ao nosso manifesto político, que forem contrários àquilo que nós defendemos (…), vamos ser oposição”, afirma Marcos Pereira.
Autonomia pelo Brasil
“Independência não é o muro, não é oposição e não é situação. Independência é o melhor lugar, a melhor posição para julgarmos e fazermos com que nesse país haja justiça em prol do povo”, pontua o Bispo Alessandro.
Assumir essa posição revela a disposição de dialogar democraticamente com todos e a autonomia que o partido conquistou ao longo dos anos. Atuando dessa forma no Congresso, o partido e seus membros estão governando para o povo, visando o que é útil e benéfico às pessoas que os elegeram. Assim, quando um parlamentar cristão vier a apoiar uma boa proposta do Executivo, isso não significará abrir mão de princípios e valores, mas, sim, se manter fiel ao que crê ao avaliar cada proposta criteriosamente. Afinal, a confiança total de um cristão deve estar sempre em Deus e jamais em um homem, seja ele quem for.
De acordo com o Bispo Alessandro, “todo grande partido e todo grande político que quer fazer coisas boas tem como sonho pessoal a independência e não a subserviência”.
Seja criterioso
A União Nacional das Igrejas e Pastores Evangélicos (Unigrejas) orienta que igrejas e cristãos também atuem de maneira independente em relação ao governo. O presidente da entidade, Bispo Eduardo Bravo, explica: “assim temos a liberdade de apoiar aquilo que pode ser bom para o povo e ser contrário àquilo que prejudique o povo”. Em nota, a Unigrejas renovou o apelo para que todos continuem intercedendo pelo Brasil por meio da oração.
Nos últimos anos, os cristãos foram encorajados a não se eximirem de sua responsabilidade perante a sociedade em que vivem e a atentarem para a política, avaliando candidatos, votando sabiamente e acompanhando o trabalho de cada político eleito. O próximo passo agora é ser independente.
Cada pessoa tem o dever de não fazer do representante político um ídolo adorado. Mantenha seus princípios e valores, se manifeste contrário ao que for ruim, mas apoie ideias e propostas que beneficiem o povo e o Brasil.
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