Pneumonia é coisa séria
Saiba mais sobre a doença que, em 2018, matou mais de 800 mil crianças com menos de cinco anos no mundo
A pneumonia, infecção respiratória aguda que afeta os pulmões, matou mais de 800 mil crianças de menos de cinco anos no mundo só em 2018, segundo dados recentes do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), que alerta a população mundial sobre o perigo da doença. A enfermidade mata mais crianças nessa faixa etária do que a aids, o sarampo e a malária juntos. No Brasil, é a doença infecciosa que mais mata, pois causa 1,5 morte a cada mil nascimentos.
O que é?
Segundo o pneumologista Marcelo Leão, a pneumonia é uma inflamação dos pulmões, mais especificamente dos alvéolos, local onde ocorrem as trocas gasosas. A infecção pode ser causada por vírus ou bactérias (e, mais raramente, por fungos). “Os alvéolos se enchem de pus, muco e outros líquidos, o que impede seu funcionamento adequado”, diz o médico.
“Frequentemente a infecção ocorre depois de uma gripe ou um resfriado. Embora seja uma preocupação especial quando acomete idosos e quem tem doenças crônicas, ela também pode afetar pessoas jovens e saudáveis”, informa.
Quais as causas?
Os micro-organismos causadores da pneumonia podem contagiar várias pessoas em um mesmo ambiente. A pneumonia bacteriana é a mais frequente, representando cerca de 50% dos casos, calcula o médico. “A causa mais comum em adultos é uma bactéria chamada pneumococo. Ela está presente na cavidade oral de algumas pessoas normais. Quando as defesas do organismo enfraquecem – como durante as gripes e os resfriados fortes –, ela pode ser aspirada para os pulmões e causar a pneumonia. Pessoas debilitadas e alcoólatras apresentam maior risco.”
Já as pneumonias virais podem ser causadas por muitos tipos de vírus, esclarece o pneumologista. “Elas ocorrem mais no outono e no inverno e podem apresentar complicações por causa de pneumonias bacterianas. Grávidas e pessoas com doenças cardíacas ou pulmonares crônicas podem ter pneumonias graves em razão do vírus da gripe.”
Em casos graves, os lábios e unhas podem ficar roxos por falta de oxigênio no sangue e pode haver confusão mental, principalmente nos idosos, alerta Leão. Ele lembra que nos indivíduos mais velhos ou muito debilitados, a pneumonia pode ocorrer sem a presença dos sinais clássicos, o que muitas vezes dificulta o diagnóstico.
Qual o tratamento?
Quanto mais precoce for o diagnóstico, mais rápida será a cura, afirma Leão. “A maior parte das pneumonias é tratada com antibióticos, mas não existe tratamento efetivo para as pneumonias virais. Depois do uso de um antibiótico adequado, espera-se que ocorra melhora dos sintomas entre 48 e 72 horas.”
O médico diz ainda que a maioria das pneumonias em pacientes saudáveis pode ser tratada em casa. Já nos casos mais graves, segundo ele, é necessária a hospitalização para que ele receba antibiótico venoso e oxigênio. Alguns pacientes também podem necessitar tomar medicação para alívio da dor e da tosse. “É importante que o paciente beba muito líquido, o que evita a desidratação e ajuda na expectoração (expelir o catarro)”, orienta.
Como prevenir?
A vacina contra essa doença é uma boa forma de prevenção, diz Leão. “A vacina contra o pneumococo, o principal agente causador, está disponível. Ela é indicada para quem tem maior risco de adquirir a doença, como pessoas com doenças crônicas pulmonares, cardíacas, renais, diabéticos, residentes de asilos e as com 65 anos ou mais.”
Como a pneumonia frequentemente ocorre após um resfriado ou gripe comuns, é preciso ficar atento quando os sintomas se prolongarem por mais de uma semana. “E procurar um médico sempre que estiverem presentes”, recomenda o pneumologista.
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