Para onde as suas decisões têm levado você?

Dentro do ser humano há um conflito entre as emoções e a razão e o lado que vencer pode mudar o presente e o futuro

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O dia tem 24 horas e, em boa parte deste período, tomamos inúmeras decisões. Por exemplo, ao acordar pela manhã, a pessoa pode definir se vai levantar imediatamente ou passar mais um tempo na cama. A princípio, parece uma escolha simples, mas ela gera um impacto direto em todo o andamento da rotina – afinal, perder a hora gera atraso, estresse e será preciso correr para recuperar o tempo investido naquele cochilo a mais.

Da mesma forma, ao longo do dia, é necessário resolver outras questões: almoçar ou comer um lanche? Fazer exercícios ou descansar?

Sair com os amigos ou voltar para casa? E assim por diante. Mesmo quando é pouco complexa, cada decisão impacta no futuro, ou seja, é possível dizer que o presente é reflexo de nossas decisões de ontem e, para sabermos se foram boas ou não, basta olhar para os resultados.

Naturalmente, o ser humano gosta de facilidades e, se for possível, deixa para depois aquilo que exige esforço. Até o ato de pensar e esperar tem sido um peso para muitos que se entregam àquilo que querem imediatamente e esquecem de colocar na balança os impactos de suas decisões. Só que o futuro chega e traz com ele a conta das escolhas.

Formado por três aspectos
O ser humano possui o corpo, que é visível; a alma, que é a essência do ser humano e onde se concentra o coração, responsável pelos sentimentos; e o espírito, que é a mente. Esse conjunto foi idealizado por Deus para que ele pudesse viver em plenitude, mas tudo começou a ir por água abaixo no Jardim do Éden, quando o desejo (coração) falou mais alto do que a razão (espírito) e levou Adão e Eva a serem expulsos de lá. Apesar desse relato bíblico ser amplamente conhecido, muitas pessoas continuam aplicando essa mesma fórmula e chegam ao mesmo resultado: uma vida distante do Criador.

O Bispo Renato Cardoso, durante o programa Inteligência e Fé, observou que “os insensatos deixam o seu coração guiar os seus passos, a sua vida, e temos visto o resultado disso no mundo. Quantos escolheram um parceiro pelo coração e foram traídos, foram até mortos ou estão vivendo um inferno em nome do que o coração lhes pediu? Quantos perderam suas vidas porque seguiram o caminho que o coração gritou que queria?”

Além de relacionamentos errados, os desejos levam muitos a investirem em um negócio aparentemente perfeito, mas que os leva ao prejuízo, a comprarem por impulso e até a se alimentarem de forma exagerada – situações em que sobram emoções e falta razão.

Mas se é ruim seguir o que sentimos, por que muitos fazem isso? O Bispo Edir Macedo responde esse questionamento em seu livro Segredos e Mistérios da Alma, no qual descreve o coração como “imprudente e [aquele que] quer satisfação e prazer em primeiro lugar. Ele ama os elogios, as vaidades, a cobiça e vai sempre ansiar ser afagado. Tudo o que ele quer é contra a Vontade de Deus e, por esse motivo, ele tem que ser negado”.

Recalculando a rota
Ninguém aprende quais são os perigos do coração na escola, mas a Palavra de Deus os deixa claro em Provérbios 28.26: “o que confia no seu próprio coração é insensato, mas o que anda em sabedoria será salvo”. O Bispo Renato salientou que “isso quer dizer que não podemos olhar para dentro de nós e nos apoiarmos no que sentimos para tomarmos decisões aqui fora, porque o que sentimos nem sempre é confiável”. Além disso, os sentimentos passam, mas as consequências permanecem. E, mais uma vez, o Bispo Renato reforçou que “não podemos confiar no que está dentro de nós para tomarmos decisões duráveis, importantes, impactantes
e transformadoras”.

Para tomar a decisão certa, é preciso renunciar aos sentimentos e investir na sabedoria, que não é parte integrante da estrutura humana. “A sabedoria é muito maior. Ela está fora de nós e é a coleção de todo conhecimento não só humano, mas principalmente celestial. Se eu conecto a minha mente à sabedoria Divina, que é a fonte de todo conhecimento, eu não estou sujeito aos anos da minha vida, às minhas sensações, aos meus desejos e às minhas vontades (…) e tenho muito mais condições de fazer escolhas acertadas”, argumentou o Bispo.

“eu Pedia para que Deus me levasse”
Uma pessoa começa a fazer escolhas na infância, quando passa a ter consciência do que é certo e errado. Contudo nem sempre há o entendimento das consequências que uma decisão pode causar, como aconteceu com Amanda Sousa Silva, (foto abaixo) de 27 anos. “Aos 11 anos, me apresentaram às bebidas alcoólicas e daí em diante eu passei a gostar de beber com os amigos”, relata.

A bebida serviu como caminho que a tirou da infância para levá-la ao sofrimento. “Quando eu queria ser descolada ou me envolver com alguém, eu bebia e me sentia segura para fazer o que eu quisesse.” No entanto esse hábito se tornou rotineiro: “quando me dei conta, estava viciada. Eu precisava beber todos os dias para me satisfazer e tinha vezes que a minha primeira refeição era a bebida alcoólica”.

Enquanto as pessoas viam Amanda como uma adolescente animada, o interior dela era o oposto: estava marcado pela tristeza e pelo vazio. “Para me livrar dessa dor, eu investi em relacionamentos. Tive dois namoros muito intensos aos quais me entreguei completamente, mas que chegaram ao fim: um por traição e outro em razão da distância. Só que eu sofri muito, o vazio só aumentou e passei a acreditar que nunca daria certo com ninguém”, cita.

A necessidade de mostrar que conseguiria superar todas as situações a levou a viver apenas para satisfazer suas vontades: “comecei a ir a festas, conheci vários rapazes e me envolvi com eles sem intenção de ter algo sério. Todo final de semana era igual. Me relacionei até com mulheres, mas nada preenchia meu vazio”, diz.

Essa realidade durou alguns meses, até que ela conheceu outra pessoa: “ele era do tráfico e por várias vezes corri o risco de ser pega pela polícia com ele. Começamos um relacionamento e fomos morar juntos”. Nessa relação, drogas, como maconha e lança-perfume, também passaram a fazer parte da sua rotina, mas o desejo de mudar de vida surgiu: “eu pedi a ele que abandonasse aquela vida, pois eu estava sofrendo demais e meus pais não aprovavam o relacionamento. Ele largou a vida errada, mas, mesmo assim, passamos a ter muitos conflitos por causa de ciúme e brigas. Eu comecei a sair escondido e foi quando o traí”.

Amanda diz que se separaram, mas o sentimento falou mais alto, o casal retomou o relacionamento e os desentendimentos se intensificaram. “Eu chorava todas as noites e pedia para que Deus me levasse, pois não aguentava aquela vida, inclusive tentei o suicídio. Pouco depois, eu engravidei e o que era para ser motivo de felicidade foi meu fundo do poço”, destaca. Amanda conta que nesse período passou a se sentir desprezada pelo marido. “Vivíamos um inferno, mas eu não tinha noção que estava colhendo tudo que eu mesma tinha plantado”, declara.

A mudança de vida aconteceu quando seu marido passou a frequentar a Universal e a convidou para ir também. “Eu vi a mudança dele, que passou a ser mais calmo, tranquilo e não brigava ao ouvir minhas provocações. Isso chamou a minha atenção. Eu fui aprendendo a fé inteligente e coloquei em prática o que era ensinado. Comecei a sentir uma paz muito grande e ocorreu uma mudança de dentro para fora”, revela.

A sede de escrever uma nova história levou Amanda a colocar a vida nas mãos de Deus. Como resultado, ela recebeu o Espírito Santo e, com Ele, sabedoria. “Hoje não existe mais vazio ou tristeza e não preciso de bebidas ou drogas para me satisfazer. Meu casamento foi restaurado e eu e meu marido temos a mesma fé. Sou completa.”

Fugindo do passado
Apesar de filmes, séries e músicas difundirem que para ser feliz é preciso seguir o coração, Jorge Gomes da Silva, de 47 anos, viu que a realidade não é bem assim. “Até os 25 anos, eu era muito sentimental e totalmente guiado pelas emoções, a ponto de imaginar uma situação que poderia acontecer e começar a chorar. Além disso, eu sofria com depressão, insônia, medo, visão de vultos e audição de vozes.”

Esses fatores se somaram à desestrutura familiar e à miséria dentro de casa e impactaram até na forma como ele enxergava a vida. “Meus pais brigavam muito. Meu pai até correu atrás da minha mãe com uma faca. Era tudo um caos”, diz. Nesse cenário, reinavam a desesperança e o medo de que aquela frustração se repetisse em sua vida.

A confiança em um futuro diferente só passou a existir quando Jorge aceitou um convite para ir à Universal. “Chegando na igreja, pude ver que existia uma chance para mim. Diante de tudo que vi dentro de casa, eu disse a mim mesmo que um dia eu me casaria e que seria diferente. Só que, antes que isso tudo acontecesse, me libertei dos sentimentos e pude escolher com sabedoria alguém para compartilhar a minha vida”, afirma.

Hoje, Jorge é casado com Roseneide Carvalho Lima da Silva, (foto abaixo) de 43 anos, que também teve uma trajetória de vida moldada pelo excesso de emoções, como conta: “meu lar era marcado por agressões, vícios, traições e tudo de ruim. Meu maior desejo era sair de casa e encontrar alguém para que pudesse ser feliz”.

Nessa busca pela felicidade a todo o custo, Rose, como é conhecida, encontrou uma pessoa que parecia ser capaz de salvá-la daquele tormento. “Era um homem que tinha idade para ser meu pai, mas, apesar disso, nos envolvemos e fomos morar juntos. Eu passei a viver com ele tudo que a minha mãe viveu. Ele me batia, me traía e eu tinha um ciúme doentio, mesmo sendo maltratada. Eu era doente por ele, não tinha amor-próprio e tentei o suicídio três vezes por causa dele”, declara.

Quando olhava para si mesma, Rose sabia que tinha algo errado e queria ser diferente, mas, sem a direção certa, decidiu apenas mudar de Estado. “Tentei fugir das minhas emoções, mas a realidade é que não importa a distância, pois o sentimento vai com você.

Me envolvi com o álcool por não aguentar mais sofrer, mas Deus enviou uma pessoa que me falou da Universal”, conta.

Até então Rose nunca tinha ouvido falar da igreja, mas sua sede de mudança era tão grande que ela contou os minutos para que chegasse a hora da reunião. “Desde o primeiro dia, vi uma mudança no meu interior, mas aquele sentimento de paixão ainda me acompanhou mais três anos, até que eu verdadeiramente decidi entregá-lo no Altar e abrir mão da minha vontade. Quando me esvaziei de tudo, me libertei e minha vida foi transformada”, esclarece.

Ao colocar em prática a fé inteligente, Rose se curou internamente e encontrou a felicidade. Só depois de já estar completa, ela estava pronta para escolher de forma racional uma pessoa para a sua vida. “Conheci o Jorge, namoramos, noivamos e nos casamos. A nossa casa é um pedacinho do céu, somos felizes e temos paz, mas tudo porque decidimos todos os dias colocar Deus em primeiro lugar”, conclui.

“Eu queria matar a família toda”
Imagine chegar em casa e ver que tudo que foi construído e comprado com tanto esforço virou pó do dia para a noite. Foi exatamente com essa situação que Marilza Oliveira, de 46 anos, se deparou depois de um dia de trabalho: ela viu seu lar incendiado. O acidente aconteceu depois que seu esposo, Aquiris Oliveira, (foto abaixo) de 49 anos, na época usuário de crack, deixou uma boca do fogão acesa e saiu do imóvel. Esse foi o ápice de uma história que começou anos antes.

A família de Aquiris tinha um bar, o que acabou o incentivando a consumir bebidas quando tinha apenas 7 anos, mas o vício não parou aí, como relata: “aos 15 anos, comecei a fumar cigarro, maconha, a cheirar éter e cola até chegar ao crack, aos 19 anos”. Para sustentar seu vício, sua fonte de renda era a criminalidade. “Com 25 anos, fui parar atrás das grades, o que foi uma vergonha para toda a família, e, quando saí da prisão, conheci a Marilza.”

Na época, ela também se via refém de um lar desestruturado e buscava a realização pessoal do lado de fora. “Eu achava que me casando os problemas acabariam. Então me envolvi com o Aquiris e me deparei com uma situação ainda pior. Ele tinha escondido seu passado de mim e quando percebi estava com um viciado”, comenta.

Os dois tinham consciência de que esse caminho os levaria ao fracasso e buscaram alternativas: “eu falei para ela que para que tudo isso acabasse a solução seria mudar de cidade. Então, nos mudamos de Camacan, na Bahia, onde morávamos, para São Paulo. Só que foi ainda pior. Eu até deixei a criminalidade, mas tudo que eu ganhava eu gastava com drogas. Não adiantou fugir, eu tinha mudado de lugar, mas o espírito do vício veio comigo. Eu roubava tudo dentro de casa (leite, fraldas e mantimentos) para sustentar o vício”, explica.

Foi em um dia que, após consumir crack, ele deixou o fogo aceso no fogão e saiu de casa, o que fez com que o local fosse tomado pelo fogo. “O problema não era só queimar o sobrado. O que eu queria mesmo era matar a família toda, colocar todo mundo dentro de casa e botar fogo para ver se eu saía daquele sofrimento”, relata.

Eles foram morar de favor na casa de parentes, até que alguns amigos se uniram e conseguiram um valor para que o imóvel fosse reconstruído. Mas, segundo Marilza, “ele pegou o dinheiro e gastou fumando crack”. Ela lembra que foi nessa época que recebeu um convite para ir à Universal: “comecei a participar das reuniões e a lutar primeiro por mim e depois por ele”.

Marilza relata que várias vezes o marido foi à igreja para atender o pedido dela, mas ele cheirava cocaína no banheiro. Até que ele, enfim, tomou uma decisão: “chegou um ponto que não dava mais. Sentei na Igreja, prestei atenção no que o homem de Deus falava e obedeci. Aí sim consegui ter nojo da bebida e da droga”. Contudo o milagre ainda não estava completo: faltava a ele o bem maior.

“Busquei o Espírito Santo e O recebi. Então, eu tive a certeza e a garantia que estava livre. Tenho domínio próprio, não tenho mais vontade de usar drogas e conseguimos restituir o que eu perdi para os vícios.”

Com a direção de Deus, o casamento e a vida financeira foram transformados. “Hoje temos nossa casa, filhos abençoados, meu próprio negócio e carrego comigo o Espírito de Deus”, encerra.

O poder da decisão
Essas histórias deixam claro que o que o ser humano mais anseia é a felicidade, mas muitos buscam esse contentamento em algo externo. “Procurar a solução para as dores da alma num pote de comprimidos ou em qualquer coisa exterior e material é querer continuar no sofrimento”, afirma o Bispo Macedo no livro Segredos e Mistérios da Alma.

Para sair desse ciclo de dor, é preciso deixar de seguir as emoções. Apesar do ser humano não ser capaz de prever o futuro, quando ele conta com a sabedoria de Deus, consegue tomar as decisões certas que mudarão o rumo de sua história.

Então não importa como a sua história começou, mas o que você pode fazer para mudá-la. A direção que você precisa vem do Alto e está disponível. O Bispo Renato Cardoso orienta como
obtê-la: “estenda a mão para o Alto e a peça a Deus (…). Ele dá a sabedoria a quem pede (como descrito em Tiago 1.5)”. Faça o teste e veja o poder de suas decisões.

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Colaborador

Cinthia Cardoso / Fotos: getty images e Demetrio Koch