Todo relacionamento amoroso passa por três fases naturais e indispensáveis: encantamento, desencanto e realização. Além disso, quem entende e enfrenta bem o caminho de cada uma delas chega à maturidade no amor e vive um casamento feliz e duradouro. Esse foi justamente o tema abordado pelo Bispo Renato e Cristiane Cardoso na última palestra da Terapia do Amor, realizada no Templo de Salomão.

Encantamento: o caminho do início de tudo

Na primeira fase, tudo parece mágico. Esse é o tempo das flores, dos elogios e da idealização do parceiro. “No encantamento, a pessoa projeta no outro o que gostaria que ele fosse. É um amor fantasioso, cheio de expectativa”, explicou o Bispo Renato.

Porém, ele alertou que muitos acreditam que esse estado vai durar para sempre, mas isso não é real. A fase do encantamento é importante e saudável, porém não pode ser permanente. “É impossível viver num mundo cor-de-rosa o tempo todo. Isso não é amor maduro”, afirmou Cristiane.

O problema é que muitos se casam acreditando que o relacionamento sempre será assim, e por isso se frustram quando o segundo estágio chega.

Desencanto: a fase mais difícil, mas necessária

É aqui que muitos casamentos desmoronam, porque o desencanto revela a realidade — as falhas, os defeitos e as imperfeições do outro e, principalmente, de si mesmo.

O Bispo Renato foi sincero: “Eu descobri coisas em mim que odiava no meu pai, mas que eu repetia com a Cristiane. A irritação, o silêncio prolongado, o orgulho. O caminho do casamento me revelou quem eu realmente era.”

Essa fase é desconfortável, mas, mesmo assim, essencial. “O desencanto não é o fim do amor. Ele marca o caminho do começo do amor real, que exige inteligência, humildade e disposição para mudar”, afirmou ele.

O erro comum nesse estágio é culpar o parceiro. “Você é o espelho do outro, e ele é o seu. O que mais irrita em você é o que está em você mesmo. Por isso, ao invés de apontar o dedo, é hora de olhar para dentro e buscar a transformação”, ensinou Cristiane.

Eles também alertaram: quem age pela emoção nesta fase tende a se vingar, fazer joguinhos, dar o troco e, assim, acaba destruindo a relação. Por outro lado, quem usa a razão e a fé vence o orgulho e muda de verdade.

Vencendo o velho ‘eu’ com fé

O Bispo Renato relatou que demorou 12 anos para vencer o orgulho e mudar de atitude no casamento: “Por ignorância e vaidade, resisti em mudar. Só quando decidi divorciar do meu velho ‘eu’ — no altar, no batismo — e buscar forças em Deus, o casamento começou a melhorar de verdade.”

Segundo o casal, muitos casamentos chegam ao fim porque os dois não superam o desencanto. “Eles ficam cada um para o seu canto, até se separarem emocional ou fisicamente. E o pior: carregam os mesmos defeitos para o próximo relacionamento”, alertou Cristiane.

Realização: o caminho do amor maduro e duradouro

Aqueles que passam pela fase do desencanto com inteligência e fé alcançam a realização: o amor verdadeiro, sem fantasias, mas forte, seguro e feliz. “É um amor que se alegra com a superação, que valoriza a companhia do outro, que sabe perdoar e que já não se abala por bobagens”, definiu o Bispo.

No entanto, para isso, é preciso passar pela dor da mudança pessoal. “O casamento não é para te fazer feliz, mas para te transformar. A felicidade é consequência de quem se deixa lapidar por Deus e pela convivência com o cônjuge”, disse Cristiane.

Caminho: A escolha está em suas mãos

O resumo da palestra é direto: o sucesso ou fracasso no amor depende de como cada um enfrenta essas três fases. “Os que desistem no desencanto não alcançam a realização. Mas quem se humilha, busca a Deus e muda, chega lá”, garantiu Renato.

A Terapia do Amor é o espaço certo para quem quer aprender esse caminho — com fé, razão e humildade — e construir um casamento abençoado e feliz.