ONU criaria lista de inimigos dos LGBTs?

Fundação americana alerta para pesquisa realizada por colaborador das Nações Unidas

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O Centro para a Família e os Direitos Humanos (C-Fam), entidade da direita dos Estados Unidos da América (EUA) que visa proteger a família e os valores tradicionais, realizou recentemente um alerta sobre um relatório que está sendo elaborado pela Organização das Nações Unidas (ONU). Seria uma “lista de países e líderes que odeiam a comunidade LGBT”.

O vice-presidente de Estudos Jurídicos do C-Fam, Stefano Gennarini, afirmou em artigo publicado no site da entidade:

“Políticos, líderes religiosos e organizações de todo o mundo que defendem a vida e a família provavelmente serão colocados em uma lista de inimigos do escritório de direitos humanos da ONU. A nova medida drástica pode ser usada para impor sanções aos defensores da família e expô-los a ataques terroristas”.

A origem da lista

O artigo de Gennarini é baseado no trabalho de um especialista em direitos LGBT independente que presta colaborações para a ONU, o ativista Víctor Madrigal-Borloz. Embora sua opinião não represente necessariamente a opinião da ONU, ele conta com o apoio da instituição para realizar suas atividades. Inclusive, a pesquisa para elaboração do relatório citado está disponível no site da entidade.

A pesquisa defende que gênero é “inextricavelmente vinculado à construção social” e “que os significados atribuídos às diferenças sexuais (e outras) são criados socialmente”. Madrigal-Borliz ainda afirma que a identidade de gênero não necessariamente se correlaciona com o sexo biológico e reconhece “uma validade de uma ampla gama de orientações sexuais e identidades de gênero”.

Para responder ao questionário, o pesquisador conclama todas as entidades e pessoas que tenham algo a dizer sobre o assunto. As respostas serão postadas no site da ONU e um relatório será apresentado na 47ª sessão do Conselho de Direitos Humanos da entidade.

Oficialmente, não há qualquer plano de elaborar uma lista de inimigos da comunidade LGBT. O objetivo descrito é documentar como as narrativas de proteção à família e tradições “estão sendo usadas para alimentar a violência e a discriminação com base na orientação sexual e identidade de gênero e seu impacto específico sobre os direitos sexuais e reprodutivos”, afirma a pesquisa.

Para alcançar seu objetivo, há perguntas sobre ações do Estado e das igrejas, questionando as atitudes e discursos e dando a entender que essas instituições colocam em risco membros da comunidade LGBT. Inclusive, a seguinte pergunta está no documento:

“A educação sexual abrangente é ensinada nas escolas?”

Madrigal-Borloz afirma que pretende convencer a ONU sobre “o papel fundamental da lei, das políticas públicas e do acesso à justiça na promoção da continuidade da injustiça ou da mudança social”.

Embora elaborar a lista de inimigos não seja o objetivo declarado da ONU, recentemente a entidade deu voz a Madrigal-Borloz para que ele questionasse a atitude de nações soberanas em relação às chamadas “terapias de reversão sexual”. No Brasil, a prática é proibida, mas nos EUA e na União Europeia qualquer religião é livre para atuar nesse sentido.

De acordo com o ativista, independentemente da opinião das nações, a prática deve ser proibida pois, entre outras coisas, essas práticas constituiriam violação da livre expressão da orientação sexual e da identidade de gênero de uma pessoa”.

Essa não é a primeira vez que a ONU se mostra a favor da ideologia de gênero. Em 2020, a entidade elaborou uma lista de termos a serem evitados por conta da “igualdade de gênero”.

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Colaborador

Redação / Foto: Getty Images