Desde que foi escolhida para sediar os Jogos Olímpicos, em 2009, a cidade do Rio de Janeiro teve sete anos para se preparar. Foram investidos aproximadamente R$ 36,7 bilhões entre recursos privados e do governo para a construção de ginásios, prédios para receber os atletas, estruturas de mobilidade, entre outros. O evento, que acontece no Rio de Janeiro, recebeu por volta de 10.500 competidores de 205 países para disputar 42 modalidades esportivas.

Até aí tudo dentro dos conformes, mas, na prática, o que se pôde ver foi o atraso excessivo das obras, construções inacabadas e delegações insatisfeitas com a falta de estrutura para elas. A imprensa ficou alerta e o País tem sofrido com piadas e deboches vindos de várias partes do mundo.

O apresentador Stephen Colbert, do programa de entrevistas norte-americano The Late Show, por exemplo, teceu fortes críticas ao Brasil em tom de ironia. “Ainda ontem, o governador do Rio de Janeiro avisou que ‘os Jogos Olímpicos poderão ser um grande fracasso’. Na verdade, é uma evolução, porque antes parecia ser uma enorme catástrofe”, disse no começo do vídeo.

Ele aproveitou a ocasião para ressaltar a questão da corrupção. “Os Jogos Olímpicos estão em reais apuros: muitos dos locais ainda não estão acabados, possivelmente porque mais de US$ 10 bilhões em contratos de construção foram para somente cinco empresas, Os quais já estão sob investigação por fixação de preços e propinas, o que já levou altos executivos a serem presos ou acusados, mas, para sorte deles, os presídios só serão concluídos em 2036”, comentou.

Colbert ainda citou problemas como a violência nacional, epidemias, como a zika, e a morte da onça Juma, arrancando muitas risadas da plateia, além de sugerir um slogan ao País: “Brasil, venha pelos esportes, fique porque está morto”.

Oportunidade perdida

Na China, usuários das redes sociais e jornalistas também não perderam a chance de fazer piadas com a recepção dos Jogos. Diversos atletas postaram fotos das acomodações precárias. No Twitter, o jogador de tênis de mesa Fan Zhendong publicou uma imagem – que recebeu mais de 20 mil compartilhamentos – em que pessoas da delegação estão instalando uma cortina improvisada no banheiro.

As críticas revelam quenão adianta dependermos apenas da beleza do nosso país para sermos reconhecidos internacionalmente.

Muito antes de pensar em sediar grandes jogos, o Brasil precisa olhar para suas mazelas, sem maquiá-las.