"O tempo todo eu era preparada para a morte dele”

Greciene Cesário conta como ela e seu esposo, Pedro Neto, lutaram contra um câncer maligno que exigiu 25 cirurgias e seis meses de internação

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Em agosto de 2024, o gerente predial Pedro Daniel do Nascimento Neto, de 45 anos, estava com sua esposa, a conselheira tutelar Greciene Cesário, conhecida como Greice, de 41 anos, na casa de um amigo quando sentiu dores abdominais intensas e foi levado às pressas a uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Exames foram realizados e os médicos o encaminharam a um hospital porque ele precisava passar por uma intervenção cirúrgica.

Após quatro horas de cirurgia, Greice foi chamada para conversar com a equipe médica e o que ouviu a deixou sem chão: “A médica disse que, durante a cirurgia, um tumor foi encontrado e que pelas características eles sabiam que era maligno e estava em estado avançado. Eles retiraram 18 cm do intestino para remover o nódulo principal e os linfonodos atingidos”.

De mal a pior

O quadro de Pedro piorou consideravelmente. Uma secreção começou a vazar pelo local do corte e resultou em uma fístula que exigia intervenções semanais. “Ele era tão profundo que dava para ver os órgãos”, diz Pedro.

Ele ficou três meses sem comer normalmente, sobrevivia apenas por alimentação intravenosa e perdeu 30 quilos. Todas as tentativas médicas para resolver o problema fracassaram e Pedro até utilizou uma bolsa de colostomia para conter a secreção ácida que estava queimando sua pele e provocando dores insuportáveis.

O sofrimento emocional também foi intenso, especialmente para seus dois filhos pequenos, que choravam em razão da ausência do pai. Greice conta que era constantemente preparada pelos médicos para o pior cenário: “O tempo todo eu era preparada para a morte dele. Os médicos diziam que não tinha jeito para ele, que o estavam tratando para que ele tivesse qualidade de vida, mas não havia garantia de que ele teria uma vida normal novamente.”

Sem tempo a perder

O casal já frequentava a Universal e sabia que Deus é especialista em casos impossíveis. Então, aos domingos, Greice passou a consagrar a água e, apesar de Pedro não poder tomá-la, em um ato de fé, ela passava um pouco nos lábios dele. Às terças-feiras, ela também participava da corrente pela cura, no Templo de Salomão, enquanto o marido, por estar internado, assistia à reunião pelo Univer Vídeo, em seu celular. “Foi de fé em fé. Eu não podia parar para que os maus pensamentos não vencessem”, conta Greice.

Por isso, quando começou a campanha de fé da Fogueira Santa com a proposta de uma nova vida no Rio Jordão, em dezembro de 2024, eles tinham certeza de que o Altar não os deixaria sem resposta. “Cada testemunho que assistíamos avivava a nossa fé e nos dava a certeza de que, na próxima campanha, seríamos nós a contar o nosso testemunho”, diz Greice.

Como estava próximo das comemorações de final de ano, em consenso, os médicos deixaram Pedro aproveitar seu pouco tempo de vida ao lado da família. Greice relata o que fizeram: “Ele saiu do hospital e nós fomos direto para a Universal. Ele foi ao Altar e fez ali o sacrifício dele. Deus já conhecia a nossa situação e, então, ali eu só disse para Ele: ‘Responda, pois não temos muito tempo para esperar o milagre acontecer’.”

O desafio é confiar

"O tempo todo eu era preparada para a morte dele”

No dia seguinte, Pedro retornou para o hospital para viver os piores dias de sua vida. Suas dores eram tão intensas que nem a morfina surtia efeito.

Ao ver o marido pedindo sua ajuda para aliviar aquela dor, Greice recorreu a Deus em oração: “Deus, se eu, que sou humana, tiraria essa dor agora se eu pudesse, como o Senhor, que tem todo poder, não tira?”

Aquele momento revelou para o casal que a parte mais difícil é crer, independentemente da situação. À medida que confiavam, eles percebiam Deus os acalmando e confirmando que estava no controle de tudo.

Após oito meses de acompanhamento clínico rigoroso, sendo seis meses internado, e mais de 25 cirurgias, o que parecia impossível finalmente aconteceu: a fístula fechou completamente. Pedro recebeu alta hospitalar definitiva com o ferimento totalmente cicatrizado, um milagre reconhecido até pelos médicos, que confirmaram que não havia mais indicação para tratamentos adicionais. Exames posteriores comprovaram que todos os parâmetros estavam normais, sem sinais da doença. Pedro voltou para casa curado, reencontrou sua família e recuperou sua vida.

A mensagem do casal para quem enfrenta dificuldades semelhantes é: “Persevere, não desista. O sofrimento de hoje não determina seu amanhã. Seu problema não é maior do que Deus. O seu testemunho será o próximo.”

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Colaborador

Núbia Onara / Foto: Demétrio Koch