O resultado da decadência espiritual de uma nação

A 11ª temporada da série Reis mostra os caminhos que levaram à divisão de Israel

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A divisão do reino de Israel em dois, reino do norte e reino do sul, e todas as consequências da corrupção espiritual de uma nação são os temas que serão discutidos ao longo dos 19 capítulos da 11ª temporada da série Reis, que estreou em 21 de maio na Record. A trama também está disponível no Univer Vídeo.

Em razão da idolatria das esposas estrangeiras do rei Salomão, Deus dividiu o reino dele e manteve apenas as tribos de Judá e Benjamim sob o comando do herdeiro do trono, Roboão, por causa da promessa que fez ao rei Davi de que não faltariam descendentes dele no trono.
Na série, Roboão (Henrique Camargo/Heitor Martinez, à esq.), que imaginou que lideraria um reino com 12 províncias, recebe um reino dividido e composto por apenas duas e tem que aceitar que tudo que o seu pai construiu nas outras províncias ficará com outro governante, escolhido por Deus, por causa do pecado de seu pai.

A autora da produção, Cristiane Cardoso, diz que essa situação de vergonha inicialmente vai mexer muito com o jovem rei, que se vê tentado a impor sua soberania sobre o povo com a tomada de uma decisão ainda mais desastrosa. “No desejo de impor que as pessoas o aceitem como rei, ele vai gerar ainda mais desprezo por parte do povo”, conta. Depois, ao aceitar a Vontade de Deus e se apegar a Ele, Roboão consegue ser um bom rei, mas só por um tempo. Isso porque ele se deixa influenciar por uma de suas esposas, que é idólatra.

Já sobre Jeroboão (Vitor Novello/Marcelo Valle, à dir.), Cristiane explica que Deus o escolheu e confiou a ele um reino pelo fato dele ser um homem que não gostava de injustiça e não aceitava a forma como Salomão lidava com o poder. “Deus confiou o reino a ele por saber que ele não se aproveitaria do povo, mas ele não tem profundidade espiritual. Quando o momento chega e o reinado é ameaçado, ele se volta contra Deus e se torna o pior rei”, afirma.

ESQUECIMENTO PERIGOSO
Enquanto escreve as histórias, Cristiane explica que é inevitável não se questionar por que, apesar de grandes livramentos e aparentes arrependimentos, as pessoas voltam a cometer os mesmos erros. Ela diz que chegou à conclusão de que a razão disso é a inclinação natural do ser humano para se esquecer do passado – essa, inclusive, é uma das lições que a nova temporada transmitirá. “Nós vemos isso com os reis: Jeroboão e Roboão se esquecem do que ocorreu antes. Isso não significa que eles tenham amnesia, nada disso, mas eles simplesmente não querem se lembrar do que Deus fez por eles, do que Deus falou e do que já aconteceu. O ser humano é assim: a Humanidade está sempre errando na mesma coisa”, ressalta. Ela afirma que é por essa razão que, de Gênesis a Apocalipse, Deus diz “lembra-te” diversas vezes ao ser humano. “Precisamos sempre nos analisar porque temos esse probleminha de só lembrar do que nos convém no momento, mas temos que nos lembrar também do que não nos convém para podermos nos corrigir”, conclui.

Nova narradora misteriosa
Com a morte de Naamá (Ingrid Conte), que narrou a história de Reis desde o início da série até a nona temporada, e a morte de Salomão (Guilherme Dellorto), que foi o narrador da décima temporada, surge uma nova narradora na trama. Ela é uma rainha poderosa e influente, mas muito amorosa e dedicada ao filho, que tem uma grave doença. Apesar de seus compromissos com o reino, ela se dedica a contar para o filho a saga do povo escolhido por Deus

A volta dos profetas
Ausentes ao longo das temporadas que retrataram a vida de Salomão, os profetas reaparecem apenas no final da décima temporada de Reis, com a chegada do profeta Aías (Paulo Gabriel), que repreende o rei e o avisa da divisão do seu reino. Aías segue nesta temporada e outros profetas entram em cena, como é o caso do profeta Semaías e do profeta velho e do profeta jovem, como a Bíblia os nomeia

 

Idolatria
Nesta temporada, a idolatria levada pelas esposas de Salomão a Israel também será retratada, revelando a corrupção espiritual de toda a nação. No reino do sul (Judá) se propagará o culto a Aserá, tida como a deusa da fertilidade. Adorada por Maaca, uma das esposas de Roboão, o culto a essa entidade modifica totalmente a cultura local e, nessa época, surgem os sodomitas, homens que se prostituíam em rituais. Já no reino do norte, o culto a Baal será promovido pelo próprio Jeroboão, com a construção de altares contendo bezerros de ouro

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Colaborador

Núbia Onara / Foto: Leandro Márcio