O que você precisa saber sobre o Paracetamol, antes de usar
Apesar de ser mundialmente conhecido, seu mecanismo de ação ainda é desconhecido e o seu mau uso pode causar efeitos adversos ao organismo
No momento de dor, existem muitos medicamentos característicos para o alívio rápido, e também aqueles que carregam a promessa do conforto imediato. Seguindo este compromisso, o paracetamol está entre os mais consumidos em todo mundo e ocupa o ranking dos medicamentos isentos de prescrição (MIPs) mais utilizados pelos brasileiros.
Utilizado em fórmula única ou conjugada com outros fármacos, o paracetamol se tornou uma opção para incômodos de grau leve ou moderado. Porém, apesar de sua popularidade pelo rápido efeito e maior acessibilidade em drogarias nacionais, o seu mecanismo de ação ainda não foi desvendado totalmente pelos cientistas. Além disto, o uso desequilibrado da medicação pode causar efeitos adversos no organismo humano, como a falência do fígado.
Saiba mais:
- Sintetizado no final do século XIX, o paracetamol teve seus primeiros estudos publicados em 1893, no entanto, ficou restrito a estudos durante as próximas seis décadas.
- Sua estreia nas farmácias dos Estados Unidos e Austrália aconteceu a partir de 1950, identificado por seu nome comercial que ganhou reconhecimento em todo o mundo: Tylenol.
- No Brasil, o medicamento passou a ser disponibilizado em 1970. E, hoje, é considerado um dos MIPs mais conhecidos e de maior acesso, visto que é oferecido gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em sua versão genérica.
- A Food and Drug Administration (FDA), agência regulatória dos Estados Unidos, estima que o paracetamol esteja presente na fórmula de mais de 600 produtos farmacêuticos diferentes.
- Sua fórmula é comumente utilizada para melhora ou redução de febre, dores musculares, dores de cabeça ou enxaqueca, dores de garganta, dores de pós-procedimentos odontológicos, cólicas menstruais, entre outros.
Mecanismo de ação:
A eficácia do medicamento é comprovada por diferentes estudos, porém, até o momento, não existe um consenso entre especialistas a respeito de seus efeitos exatos ou sua forma de atuação no organismo humano.
Acredita-se que o paracetamol interfira em ações da ciclooxigenase (COX, sigla em inglês), enzimas responsáveis pela sensação dolorosa e o aumento da temperatura corporal. Em alguns estudos foi possível notar a sua ação em neurotransmissores e vias cerebrais, causando um efeito analgésico.
Resultados inesperados:
Apesar de não haver um veredito sobre sua ação, o risco de overdose causada pela medicação é confirmada entre os especialistas. Isto porque o medicamento já gerou alerta em diferentes entidades de saúde nos últimos anos e é a principal causa de falência do fígado em países como EUA e Reino Unido.
O problema estaria relacionado a quantia desequilibrada do medicamento ingerido pelo paciente, pois cerca de 5% da medicação é transformada em quinoneimina, uma substância tóxica para o corpo. Em quantias consideradas pequenas, o fígado é capaz de neutralizar o risco, mas, no contrário, o órgão pode deixar de funcionar como esperado e gerar um quadro de falência hepática aguda.
Pelos números:
- De acordo com a FDA, o paracetamol é o principal causador de falência hepática aguda nos EUA entre 1998 e 2003.
- Em 2007, um estudo realizado pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças americano apontou que o medicamente leva, aproximadamente, 56 mil pessoas ao pronto-socorro, 26 mil hospitalizações e 458 mortes por anos.
- No Brasil, a Anvisa já publicou inúmeros alertas sobre o consumo indiscriminado do paracetamol e os seus efeitos na saúde.
Uso consciente:
Para evitar a contaminação de seu corpo por esta substância tóxica, é necessário seguir as orientações descritas na bula do medicamento, bem como as dosagens adequadas durante o período indicado.
No entanto, um dos fatores que contribuem para o exagero da medicação é a sua fórmula presente na composição de outros fármacos, podendo levar o paciente a ultrapassar o seu uso devido de forma inconsciente. Por isso, evitar a automedicação e buscar por orientação médica ou de um profissional da saúde é sempre o melhor caminho.
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